RESENHA #30 - “O RETORNO DO JOVEM PRÍNCIPE” - ALEJANDRO GUILLERMO ROEMMERS

LIVRO: “O RETORNO DO JOVEM PRÍNCIPE”

TÍTULO ORIGINAL: “THE RETURN OF THE YAOUNG PRINCE”

AUTOR: ALEJANDRO GUILLERMO ROEMMERS

TRADUÇÃO: PAULO AFONSO

EDITORA: OBJETIVA

PÁGINAS – 110

1ª  EDIÇÃO 2011

CATEGORIA: FÁBULA ARGENTINA

ASSUNTO: CONTO

ISBN: - 978-85-390-0312-9

CITAÇÃO:

“Por alguns momentos, pensei em como os adultos, com alertas que visam nossa própria proteção, fazem com que nos afastemos das outras pessoas, a ponto de que tocar um indivíduo, ou olhá-lo nos olhos, provoca um desconfortável sentimento de apreensão.” (pág. 10)

“É impressionante como sempre presumimos que os outros seguem a mesma direção que nós.” (pág. 11)

“-Ah – disse o jovem. – Os cegos veem o que ninguém mais ousa ver. Eles devem ser as pessoas mais corajosas de todas.” (pág. 14)

“[...] Isso tudo não passa de maneiras de esconder a dor causada pelo fracasso. Enquanto você demora a enfrentar o obstáculo em seu caminho, a dificuldade se torna maior e você, menor. Em outras palavras, quanto mais tempo carrega um problema, mais pesado ele se torna.” (pág. 17/18)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Jovem com calça branca, blazer azul e echarpe vermelha, cabelos loiros, caminhando de costas e com estrelas no céu.

É como se fosse o Pequeno Príncipe maior, muito fofa.

Feita por: ©Mucho.es, adaptado por Luciana Gobbo.

Ilustração da capa: Thomas Rochon.

NOTA: 5,00 de 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são brancas e as letras um pouco acima da média, o que tornam a leitura ágil.

Conteúdo: prefácio; algumas palavras introdutórias; vinte capítulos numerados em romano e com estrelas, os capítulos terminam sempre com um pensamento; epílogo; dedicatória; agradecimentos; e. sobre o autor.

NOTA: 4,70 de 5,00

- ESCRITA:

Narrativa descritiva em 1ª pessoa pelo motorista.

Diálogos profundos e reflexivos.

Pequenos erros ortográficos ou possivelmente de tradução.

Revisão: Juliana Santana, Cristiane Pacanowski e Lilia Zanetti.

NOTA: 4,70 de 5,00

CITAÇÃO:

 “-Tudo isso leva à infelicidade. O caminho para o crescimento espiritual exige coragem para crescer e mudar. Devemos estar dispostos a deixar nossa posição confortável e enfrentar o problema quantas vezes seja necessário, até resolvê-lo de um modo que nos satisfaça. Então poderemos transpor a porta e ir em frente.” (pág. 18)

“-Outra coisa que você pode fazer, quando encontrar a dificuldade, é reconhecer que ela existe e observá-la sob diferentes ângulos; ou então dividi-la em partes menores, em dificuldades menores.” (pág. 21)

“-O sentimento de culpa – disse eu – nos paralisa e nos impede de resolver muitos problemas. Assumir a responsabilidade o faz desaparecer e nos permite agir de forma mais positiva, compensando ou reparando o prejuízo causado. Ou simplesmente seguindo em frente, sem repetir o comportamento que provocou o sentimento de culpa.

[...]

-Como nossa vida seria mais positiva – acrescentei - , se parássemos de nos julgar e julgar os outros, se não reclamássemos sobre todos os tipos de inconveniências e deixássemos de torturar a nós mesmos, perguntando se merecemos ou se poderíamos ter evitado as dificuldades que nos confrontam.[...]” (págs. 22/23)

“-Você vai descobrir que, muitas vezes, ao mudar seu ponto de vista, o obstáculo desaparece, pois a única dificuldade está dentro de nós, olhando para sua barriga.” (pág. 23)

SINOPSE:

“Inspirado em 'O Pequeno Príncipe', este livro fala do retorno do menino, já na adolescência, à Terra. Ao viajar sozinho no vazio da Patagônia, um homem maduro encontra um adolescente desacordado e o socorre. Quando o rapaz acorda, o homem percebe que não se trata de um jovem qualquer, mas de um famoso príncipe que cresceu e resolveu revisitar o planeta Terra. Os dois viajantes embarcam num diálogo que aborda questões existenciais. Assim, a viagem de carro se transforma em uma trajetória espiritual, que abrange a transição da inocência à maturidade, do cotidiano ao transcendente e da tristeza à alegria.”

CITAÇÃO:

“[...] a MAIOR PARTE DO SOFRIMENTO humano resulta da resistência às circunstâncias que nos cercam e dos atritos entre seres humanos e as leis deste mundo. O homem sábio está em harmonia com tudo o que existe. Enxerga a realidade e reconhece que tudo o que existe é bom.[...]” (pág. 24)

“-Exatamente – concordei. – Da mesma forma, se você tiver um vizinho desagradável, deve tentar ser um vizinho melhor; se quiser ter um bom filho, comece a ser um pai melhor, ou vice-versa. O mesmo se aplica a maridos, esposas, patrões, empregados. Só existe uma maneira de mudar o mundo: mudar a si mesmo.” (pág. 25)

“-Do modo como eu vejo as coisas – respondi -, viver é aprender. Tudo o que acontece tem um significado para quem o vivencia. Quanto mais conscientes nos tronamos, melhor extraímos o significado inerente às coisas que acontecem conosco. Às vezes a dor e a doença que rejeitamos são as situações que podem nos oferecer a maior quantidade de informações. O destino sempre encontra um meio de nos ensinar que aquilo que nos dá mais resistência, é aquilo que menos queremos aceitar.” (pág. 27)

RESUMO SINÓPTICO:

Como a sinopse está bem completinha do que encontraremos no livro, não farei resumo sobre ele.

CITAÇÃO:

“[...]As pessoas às vezes são como ostras. Tudo o que temos de fazer é esperar, até que elas entreguem a pérola que trazem no seu interior.” (pág. 29)

“Às vezes, sem perceber, nós, adultos, jogamos com os mais profundo sentimentos das crianças e destruímos coisas muito mais valiosas que qualquer objeto que elas possam quebrar.” (pág. 31)

“-Eu não vejo os erros como fracassos, pois nós podemos aprender com eles. O único fracasso é não tentar outra vez, e mais outra, de formas novas e inventivas. Se você simplesmente repetir o que fez antes, vai obter sempre o mesmo resultado. Portanto, você nunca fracassa no amor: o único fracasso é não amar.” (pág. 92)

“Era eu quem deveria viver no presente, deixando de me agarrar ao passado e ao futuro.” (pág. 100)

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

O autor soube criar uma nova história em cima da tão conhecida personagem do Pequeno Príncipe, embora tenha achado que essa versão adolescente, tenha trazido um príncipe mais circunspecto e fechado, talvez seja reflexivo a palavra correta.

Acredito já ter comentado por aqui que dois livros foram importantíssimos para mim desde a infância/adolescência: POLLYANNA e O PEQUENO PRÍNCIPE. Este último, tive oportunidade de ler em várias fases da minha vida e em cada uma delas, percebia algo diferente, trazendo sempre reflexões e aprendizado, por isso, a curiosidade em ler uma versão adolescente do Príncipe, escrita por outra pessoa que não o Exupéry, foi imensa e não me arrependi de forma alguma.

O autor trouxe uma releitura carregada de pensamentos, dúvidas, muitas passagens profundas e significativas, que nos fazem repensar comportamentos, atitudes e modo de pensar e agir, proporcionando um revolução interior e uma reflexão mais filosófica sobre nosso comportamento e o comportamento das pessoas.

Não se enganem pelo livro ser curtinho, porque a profundidade que traz, o torna imenso, gigante diante do leitor.

Recomendo a leitura para aqueles que, como eu, gostam de buscar o aprendizado e o crescimento pessoal e espiritual.

NOTA : 5,00 de 5,00

SOBRE O AUTOR:

Alejandro Guillermo Roemmers nasceu em Buenos Aires em 1958 e começou a escrever ainda menino. Sua poesia foi objeto de numerosas publicações e honrarias. Em 2010 foi nomeado Personalidade Destacada da Cultura pelo governo da cidade de Buenos Aires, e nesse mesmo ano recebeu um reconhecimento na Universidade Nacional Autónoma de México. Também foi homenageado pela Câmara de Deputados da Argentina em reconhecimento à sua contribuição à cultura e às letras. Atualmente é vice-presidente da Fundação Argentina para a Poesia e Presidente Honorário da Associação Americana de Poesia. A Sociedade Argentina de Escritores o distinguiu nomeando-o Embaixador das Letras Argentinas. Soube conciliar sua condição de empresário de relevância internacional com sua profunda vocação pela escrita.

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