RESENHA #68 - “A PRINCESA” (LITERATURA NACIONAL) - MÁGDA REGADAS

LIVRO: “A PRINCESA” (LITERATURA NACIONAL)

AUTORA:MÁGDA REGADAS

SÉRIE: TEU REINO

LIVRO: UM

EDITORA: UPBOOKS

PÁGINAS – 280

1ª  EDIÇÃO 2018

CATEGORIA: LITERATURA BRASILEIRA

ASSUNTO: ROMANCE

ISBN: - 978-85-66941-71-5

CITAÇÃO:

”Penso sempre que a maior fome do ser humano é ‘fome de palavras’... Penso em livros como verdadeiros banquetes que suprem nossa fome, elucidando, norteando, inspirando e trazendo esperança ao leitor que, ávido por saciar-se, entrega-se rendido ao que lhe convida a saborear!” (pág. 11)

“[...] A visão acorda satisfeita, o olfato sente o cheiro da maresia e agradece, o tato é ativado no mesmo instante pela brisa do mar e suspira. A audição, sempre preguiçosa, percebe ao fundo o barulho das ondas e toma sua posição de alerta. Falta ainda o paladar... Que fome! Meus cinco sentidos em perfeita sintonia!”. (pág. 15)

“’É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.’ (Madre Teresa de Calcutá).” (pág. 16)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Uma jovem mulher linda, sorrindo e segurando uma coroa na cabeça.

A capa é linda e condiz com o enredo do livro.

Projeto Gráfico: Marina Ávila.

Capa: Denis Lenzi.

NOTA: 5,00 DE 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são amareladas com letras pretas medianas.

Conteúdo: dedicatória; agradecimentos; palavra da autora; prefácio; pensamento; treze capítulos numerados e entre parênteses, com logotipo de uma coroa logo acima e título, antecedendo cada capítulo, um pensamento; e, primeiro capítulo do livro dois.

Coordenação Editorial: Enéas Francisco.

Organização: Carla Montebeler.

Editoração Eletrônica: Denis Lenzi.

NOTA: 4,80 DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela protagonista, mostrando seus pensamentos e sentimentos, inclusive conversas mentais com Amor.

Diálogos dinâmicos, fluidos e de fácil entendimento, complementam a narrativa.

Revisão: Angélica Pina e Zoraida Quiroga.

NOTA: 4,80 DE 5,00

CITAÇÃO:

“Cada um é cada um. Somos o que somos e ponto.” (pág. 19)

“[...] Vida é sempre vida, o que muda é o mundo no qual cada um vive. Porque viver é o resumo de tudo o que sentimos e fazemos o outro sentir. Vida é vida.” (pág. 27)

“-Obrigada, Amor. Você me revelou a beleza e a leveza que é te agradecer por todas as coisas. Não sou responsável apenas pelo que digo, mas pelo que não digo também.

Silêncio. De novo.” (pág. 101)

SINOPSE:

“A melhor companhia, em todos os lugares, em qualquer hora, para qualquer lugar; os meus cinco sentidos! Parece loucura porque na verdade eu converso comigo mesma, converso com minhas sensações e minhas percepções. Admiro profundamente a grandeza e a destreza dessa combinação entre eu e eu.

É assustadoramente perfeito. Por alguns momentos deixo que eles me levem a mais uma experiência mágica. Em conjunto, os Cinco se manifestam.  Posso olhar o mar, sentir o cheiro de peixe frito, o sol a queimar meus ombros, a brisa a soprar sobre eles como que pedindo desculpas, e o ápice de todos: ouvir o silêncio. É inebriante o que eles fazem em mim, chega a me perturbar porque sempre parece que consigo ouvir algo que não é dito, algo dentro de mim parece sussurrar nos ouvidos do meu coração:

- Glória, perceba o mundo a sua volta. Toque, veja, ouça, desfrute, processe as sensações. - Você não é obra do acaso.”

CITAÇÃO:

“-Por isso é que o povo da roça, o povo simples, é mais feliz. Conhecimento vem acompanhado de uma lente de contato que te faz ver o que você não precisa ser, não precisa ter, mas que existe, e a partir do conhecimento não dá pra ignorar o mundo que se descortinou... qual o resumo de tudo?” (pág. 123)

“[...] É tão mais fácil ter alguém te conduzindo. É assim na dança da vida. Tem sempre um que conduz o outro. Somos o tempo todo conduzidos ou influenciados. [...].” (pág. 126)

“É isso, elas se reproduzem! Daqui, as pedras começam a virar peças, são peças de um grande jogo, o mundo é o tabuleiro com partes brancas e pretas. É um grande jogo. Tem pedras que estão sendo colocadas em pontos estratégicos, são encaixadas aqui e ali.” (pág. 180)

RESUMO SINÓPTICO:

GLÓRIA acabou de se mudar para Barra da Tijuca e divide o apartamento que fica há 30km do local onde trabalham, com CAMILA. Glória  não acha ruim, porque adora dirigir seu “Pávette”, apelido carinhoso que deu ao primeiro carro comprado: um chevette 1980 prata; gosta de dirigir em alta velocidade.

Em casa, Glória sempre foi a ‘princesinha’ e tem boas lembranças do seu antigo Reinado, a única garota dentre os quatro filhos comandados pela matriarca e pelo patriarca. Sabia apenas que era “A princesa da casa”, seja lá o que isso significasse. Agora se sentia uma plebeia... Trabalha muito, é  ótima profissional e  esforçada, inteligente e chama atenção de todos. Sente falta do ‘seu reino’ e um grande vazio e saudade as vezes.

Passa a perceber cada vez mais as coisas através dos seus sentidos, conversa com eles, com suas sensações e percepções. Gosta da combinação do eu com o eu mesmo. Acredita que tem uma certa magia oculta por trás disso tudo. Algo começa a sussurrar dentro dela, nos ouvidos do coração e é uma sensação inebriante e avassaladora.

Passa a ter experiências inacreditáveis e quer se entregar de corpo e alma, entretanto, algo ainda a faz resistir à nova experiência que é escutar, falar, ouvir e conversar com Amor...

CITAÇÃO:

“É nesta confusão de sentidos que vivemos. Já não enxergamos muito. Ouvimos, mas não temos certeza. Tocamos, mas tocamos “por cima” e isso já nos convence. Saboreamos o que nos é oferecido e gostamos, mesmo sem saber de onde vem. Falamos do que cremos e também do que não sabemos. Preciso dessas coisas para me fazer lembrar.” (pág. 230)

“Ei...

‘Essas encruzilhadas são como as situações críticas da vida, quando sua rotina, seu modo de fazer as coisas e o caminho que trilha são alterados’.

Pare, olhe, escute.” (pág. 242)

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Acredito que essa seja uma das resenhas mais difíceis para mim... Por quê? Porque não quero revelar  o real sentido do livro, quero que cada um, tenha sua própria experiência e sensibilidade ao lê-lo. Se falar abertamente, perderá o sentido da descoberta da leitura.

Vou falar então, da sensação que senti e dos pontos positivos.

É um livro de percepção, de mensagens subliminares em todos os episódios, de descobertas, mas também de dificuldades, de não entendimento, de decepções, pra enfim, ter o verdadeiro encontro com o Amor...

Gostei da autora ter se utilizado de uma jovem, porque a linguagem ficou bem contemporânea e de fácil entendimento.

Gostei dela se utilizar de metáforas comparativas entre a vida real e o que ela almeja alcançar através de Amor. Ele por sua vez, é exigente, quer tudo para ele, é exclusivista e não aceita nada pela metade, quer entrega total e em troca, dará Seu Reino completo e inteiro para ela.

Gostei do nome da protagonista, muito revelador em todo enredo.

Gostei da forma como os fatos foram se desenrolando, sem nada forçado, apenas uma sede de conhecimento intenso, embora carregado de dúvidas e de respostas a serem respondidas.

O melhor de tudo é que não é nada doutrinar, nem obrigatório. A linguagem é tão sutil que todo aprendizado (falo em relação ao leitor) é feito de forma quase imperceptível, porém que traz grandes questionamentos e aprendizado.

É um livro tranquilizador que mostra de maneira agradável, o quanto pode haver um real encontro divino, basta que os sinais sejam percebidos da forma correta, assim como as ações tem de ser ‘perfeitas’ para alcançar o amor pleno e total.

Uma pequena coisinha me incomodou em toda leitura que foi apenas o fato de que algumas conversas feitas através do pensamento, traz algumas dúvidas do que realmente está acontecendo e porquê.

Para quem acredita no Amor verdadeiro Dele por nós, é um livro primordial para que a leitura seja feita.

Como já estou com o segundo volume da série em mãos, acredito que em breve poderei falar um pouco mais e contar a continuação que ficou em aberto...

Mais que recomendada a leitura!

NOTA : 4,80 de 5,00

SOBRE O AUTORA:

Mágda ultrapassou a marca do meio século de vida! Ela é casada, mãe de dois filhos. Formou-se em fonoaudiologia. Após o nascimento de sua filha caçula, parou de trabalhar e a escrita tornou-se sua maior  aliada contra o vazio que rondava sua vida.

Ela cita Victor Hugo: “e cada homem é um livro onde o próprio Deus escreve.”  Um livro é recheado do seu autor; é a mistura de algo que viu, viveu, ouviu e imaginou... Ela sonhou... Deu vida aos sonhos, colocando-os no papel.

LIVRO CORTESIA DA AUTORA.

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