RESENHA #51 - “MENINA BOA MENINA MÁ” - ALI LAND

LIVRO: “MENINA BOA MENINA MÁ”

TÍTULO ORIGINAL: “GOOD ME BAD ME”

AUTORA: ALI LAND

TRADUTORA: CLAUDIA COSTA GUIMARÃES

EDITORA: RECORD

 PÁGINAS – 376

1ª  EDIÇÃO 2018

CATEGORIA: ROMANCE INGLÊS

ASSUNTO: THRILLER PSICOLÓGICO/SUSPENSE

ISBN: - 978-85-0110-955-2

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Toda dourada (linda) com uma garota na capa mostrando apenas parte do rosto e olhar.

Design original de superfantastic.

NOTA: 5,00 DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são levemente amareladas e com letras pretas um pouco acima da média que facilitam a leitura.

Conteúdo: dedicatória; pensamento; prólogo; quarenta capítulos numerados; e, agradecimentos.

Editoração eletrônica: Abreu’s System.

NOTA: 4,80  DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela protagonista, até tem um mantra que ela fala no final de cada capítulo e diálogos complementares.

Confesso que no início a linguagem ficou um tanto desconexa, depois que pega o jeito, dá para ver a dinâmica da escrita e tudo passa a ser mais claro.

Alguns pequenos erros de ortografia e concordância, não sei se foi devido a tradução ou não.

Preparação de original: Flavia de Lavor.

NOTA: 4,50 DE 5,00

CITAÇÃO:

“-ÀS VEZES, AS PESSOAS NÃO SÃO O QUE DIZEM SER.” (PÁG. 100)

SINOPSE:

“Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser... Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera...”

CITAÇÃO:

“[...] A dor faz isto: envelhece a gente com seu horror, mas também nos torna pequenos, de volta a um estado no qual queremos ser mimados e protegidos do mundo. [...]” (págs. 347/348)

RESUMO SINÓPTICO:

ANNIE está com 15 anos e após vários anos vendo a mãe e um grupinho de amigos torturarem e matarem crianças, ao todo 9, sendo o último DANIEL, um garoto que ela conhecia do trabalho da mãe que ‘fingia’ proteger mulheres abusadas pelos companheiros, bem como a maltratando e obrigando a fazer coisas inimagináveis, não suportou e resolveu entrega-la para polícia.

Annie não é uma criança dentro dos padrões ditos como ‘normais’, passou por muita coisa e depois que o irmão aprontou para ser preso, porque também não suportava mais os maus tratos que a mãe causava nos dois. Ela acabou assumindo as atividades pouco convencionais que o irmão fazia, como esconder os corpos das crianças mortas no porão, ficar observando as torturas por um buraco na parede e muitas outras coisas horripilantes.

Como ela vai ter que depor contra a mãe no tribunal, os médicos que a estão acompanhando, encontram uma nova família temporária para que ela fique até o julgamento, nova escola, novo nome, agora passa a se chamar MILLY e tem de enfrentar ainda PHOEBE, a filha do casal que a está abrigando e tratam com carinho e atenção. Phoebe vive enciumada e tenta prejudicar Milly de várias formas, mas ela não a conhece realmente, não sabe do que ela é capaz e de quem é a mãe dela, que por sinal, fica ‘conversando’ com Milly dentro da cabeça dela, um inferno total.

Milly gosta da nova família e vai tentar fazer tudo que é possível para não ser enviada à outra família temporária...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Serei bem franca nessa resenha, sempre sou, mas acredito que esse livro não é para qualquer pessoa. É um livro tão FORTE que dói no coração e na alma, ainda mais por saber que deve existir esse tipo de história em algum lugar e nenhuma criança merece passar por tudo que a protagonista passa, mas também, tudo que ela passou, a tornou um tanto desajustada, embora seja inteligente e muito astuta.

O livro mostra também que não apenas uma criança que viveu em um lar desajustado pode ser má. A ‘irmã’ temporária dela, é aparentemente mais má do que ela, inclusive com outras pessoas, não somente com a protagonista. Algo tão visceral e doloroso, que dá aquela sensação de terror, é um verdadeiro thriller psicológico que nos faz ficar tensos e querer saber até onde vai tudo, como tudo irá acabar.

Na verdade no início da história, fiquei bem tentada a dar um tempo, porque não conseguia entender o que estava acontecendo, a forma como a narrativa se desenrolou no começo me confundiu um pouco, porém, como sou persistente, continuei e aí tudo começou a se encaixar e ir fazendo sentido, tornando a leitura cada vez mais interessante e angustiante.

Fazia tempo que não lia um livro que mexia tanto comigo em termos psicológicos, porque pude perceber, mesmo já sabendo que existia, que as pessoas tem sempre dois lados e dependendo de suas histórias de vida, um pode ser mais bem desenvolvido do que o outro e o quanto isso pode ficar dentro da mente de uma pessoa, perturbando-a ao ponto de achar que o que está fazendo é correto. Só lendo o livro para entenderem o que estou falando.

Recomendo sim o livro, mas leiam apenas se estiverem preparados psicologicamente para ler sobre situações bem escabrosas.

NOTA : 4,50 DE 5,00

SOBRE O AUTORA:

Depois de se formar em Saúde Mental na faculdade, ALI LAND passou uma década trabalhando com crianças e adolescentes em hospitais e escolas no Reino Unido e na Austrália. Hoje, é escritora em tempo integral e mora em Londres.

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