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23/11/2021

DIVULGAÇÃO DE PARCEIROS #177 - JAYANE MIRANDA - Modernidade líquida: porque os relacionamentos (geral) tem pouca duração

 Olá alegres e felizes!






A modernidade trouxe muitos avanços para a sociedade, mas também carrega uma característica fortemente marcante: a liquidez dos relacionamentos.

Esse conceito foi criado pelo polonês Zygmunt Bauman, sociólogo que cunhou o termo para designar a fragilidade das relações sociais, econômicas e de produção, sendo cada vez mais fugazes, de pouquíssima duração.

Essa é uma característica que, segundo ele, iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial, mais perceptível após a década de 1960.

Neste artigo, trouxemos mais detalhes sobre a Modernidade Líquida, esse termo que tem sido tão discutido atualmente.

Quem foi Zygmunt Bauman?

Assim como se troca com frequência um sapato de segurança hospitalar, Bauman descreve em sua literatura a rapidez com que os relacionamentos vêm e vão.

Este sociólogo nasceu em 1925, em uma família judaica, na Polônia. Ainda criança, sua família fugiu para a União Soviética devido às invasões nazistas.

Ele viveu na Polônia, chegando até mesmo a trabalhar para o Serviço Secreto polonês. No entanto, em 1945 foi demitido devido ao envolvimento de seu pai com a embaixada de Israel, com o objetivo de conseguir um visto para o país.

No ano de 1954 iniciou seu mestrado em Sociologia e se tornou professor assistente em Varsóvia, na universidade local. 

Isso deu início a sua promissora carreira na área da produção intelectual contemporânea, com a qual tem grande contribuição.

Durante o “expurgo”, um ato político que levou a saída de muitos judeus comunistas do país, Bauman foi demitido da universidade e exilado.

Passou um período em Israel, lecionando na universidade de Tel Aviv, e em 1971 foi para a Universidade de Leeds, na Inglaterra, onde sua carreira cresceu exponencialmente, produzindo suas primeiras obras, comercializadas no programa vendas externas.

Este sociólogo estudava o período pós-moderno, nome dado pelos segmentos da Sociologia e da Filosofia para o período contemporâneo, que se iniciou na década de 1960.

Ele começa então a analisar os efeitos da globalização e sua influência na modificação das relações da sociedade no pós-guerra. Foram estes estudos que deram início ao conceito de Modernidade Líquida que surgiu em suas obras em 1990.

Em sua percepção, Bauman não via essa separação da modernidade, e sim um ponto de continuação sendo traçada de uma forma diferente, por isso o título dado.

Conhecer a história de destaques como Bauman é algo importante para a educação de todas as pessoas e profissionais de qualquer área, como de uma empresa de limpeza empresarial.

A modernidade líquida x a modernidade sólida

O conceito que precede e se opõe à modernidade líquida é a modernidade sólida, caracterizada pela solidificação e rigidez das relações humanas, sociais e pensamento, onde havia um cuidado pela tradição e pela manutenção das relações.

Claro que existem pontos negativos neste contexto, mas entre os positivos se destaca a confiança nas instituições e a solidificação das relações.

Com a sobreposição das relações econômicas às relações humanas, houve uma brecha para que os laços se tornassem cada vez mais frágeis.

Questões como a lógica do consumo tomaram o lugar da moral, fazendo com que as pessoas passassem a ser analisadas pelo que elas compram, sendo que o consumo invadiu as relações sociais.

A compra por atenção e afeto se institucionalizou, assim como a ideia do indivíduo como empreendedor de si, o que cria uma responsabilidade completamente individual sobre o sucesso ou o fracasso.

Uma assessoria em folha de pagamento sabe a rotatividade de pessoal nas empresas, e isto está diretamente relacionado à liquidez das relações.

Partindo do princípio de que cada um de nós compõe uma instituição, falamos da liquidez das instituições, em que se reconhece a exploração capitalista como uma relação natural de mercado. 

Isto engloba fatores como:

  • Tecnologia;

  • Cência;

  • Saúde;

  • Educação;

  • Relações humanas.

Estes e todos os aspectos da sociedade foram moldados para estarem submetidos à lógica do consumo capitalista.

As relações humanas e a modernidade líquida

Desde a ligação com o lar, como bem sabe um síndico profissional, até as relações com as pessoas, todas podem ser desconstruídas e abandonadas facilmente na sociedade pós-moderna.

A geração Z compreende os nascidos no final da década de 1990, que tem como grande marca o grande período de expansão da internet, tem a modernidade líquida enraizada, com a normalização da liquidez dos relacionamentos. 

Esta liquidez mostra um abalo muito grande das relações humanas, substituídas por “conexões” que podem ser desfeitas a qualquer momento, apesar das conexões poderem ser muitas.

Tanto os relacionamentos amorosos quanto as amizades são facilmente substituídos, não existe a manutenção de relações a longo prazo, característica da modernidade sólida.

Bauman chama a atenção para a relação da internet com as relações pseudo-amorosas, também muito característica da modernidade líquida.

As relações, mesmo as sexuais, são simples conexões, que caracterizam a busca do prazer a qualquer custo, ainda que as pessoas sejam utilizadas como objetos.

Além disso, outro ponto da modernidade líquida é que pessoas se tornam objetos, partes motrizes do capitalismo presente nas relações humanas.

Assim como um carregador portatil personalizado atacado, vendido em grandes quantidades, as pessoas se tornam itens, seguidores, conhecidos, ou até mesmo apenas números.

Aliás, os números de conexões são importantes, mas não a qualidade delas, pois esse é um sinal de status. Basta pensar nas redes sociais e em sua dinâmica, em que os amigos são, em sua maioria, contatos virtuais, muitas vezes desconhecidos.

No entanto, os laços são banais, superficiais, e isso precisa ser revisto para que as relações sociais saudáveis possam ser estabelecidas.

Assim como se encontra facilmente um novo fornecedor de flores, se encontram amigos, parceiros e relacionamentos, todos em uma rede de contatos.

O sexo, que na modernidade sólida compreende um elo, um compartilhamento de amor e símbolo de confiança, passa a ser um mero instrumento de prazer.

Existe um estigma de se manter um “distância segura” no que tange relações humanas no que envolve o sexo, que se tornou quantitativo: mais parceiros e com o menor vínculo possível.

O consumismo e a modernidade líquida

Forte marca da modernidade líquida, o consumo aparece como um imperativo, uma vez que o capitalismo criou todo um aparato que o faz progredir de forma desenfreada.

Mais que um fetiche pelo consumo, já colocado pelo filósofo alemão Karl Marx, hoje se tem um fetiche pelas marcas, de forma que o produto não é o foco, e sim o preço e o fabricante.

O consumo se torna então aquilo que consome, e deixa de ser o que realmente é, por sua natureza. É o mesmo princípio das relações humanas, em que assim como os números que passam por uma consultoria de contabilidade, o sujeito é objetificado.

Como as pessoas se encontram cada vez mais sobrecarregadas, tristes e ansiosas, associa-se o prazer momentâneo produzido pelo consumo ao que se tem como conceito de felicidade.

Isto se torna uma necessidade constante, uma vez que é uma construção totalmente superficial do que seria a felicidade, uma vez que se trata de uma promessa.

Dessa forma, a mídia se torna ditadora dos hábitos e valores, sejam eles sociais, culturais ou morais, e isso reflete diretamente nas relações de consumo. 

Considerações Finais

Para que relações saudáveis sejam construídas, a liquidez dos relacionamentos precisa ser repensada. É importante desconstruirmos certos conceitos quanto à fragilidade de nossas relações, fortalecendo laços e indo além de simples conexões. 

As relações humanas se encontram em um estágio em que estão seriamente abaladas e em uma situação que demanda atenção.

Neste artigo, tratamos sobre a modernidade líquida, o conceito sociológico que discorre sobre a situação das relações humanas, políticas, econômicas e culturais contemporâneas.

Aqui você entendeu como elas se contrapõem à modernidade sólida, as relações com real estreitamento de laços entre as pessoas.

Você aprendeu um pouco sobre quem foi Zygmunt Bauman, sociólogo que fazia sérias discussões relativas à pós-modernidade.

Aprender mais sobre o assunto é relevante para trazer a reflexão sobre a necessidade de novas construções sócio-humanas. 

Não falamos aqui em um movimento que vá de forma conservadora em direção à modernidade sólida, mas sim na questão de trazer à tona a necessidade de mudanças nas reações humanas, para se tornarem menos líquidas.

Dos reflexos da modernidade líquida, temos tantas pessoas com redes sociais recheadas de conexões, mas sem pessoas próximas com quem de fato possam se conectar a um nível humano de relação.

O sexo e o consumo são encarados pelo mesmo viés: pela necessidade de satisfação e prazer instantâneo.

Agora que você entendeu um pouco sobre a modernidade líquida, é preciso repensar e analisar nossas relações com base neste conceito.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.



cheirinhos

Rudy






10 comentários:

  1. Olá
    Na minha opinião parte da geração citada acima não quer ou não sabe lutar pelo que quer .deu um problema na relação? Parte para outra.para eles é mais fácil assim
    Só que não percebe que ninguém é perfeito .ninguém. Homens e mulheres sáo passíveis de defeitos .

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  2. Olá Rudy
    Essa geração não valoriza os relacionamentos duradouros,nem os amores e os de amizade e etc... gostam de novidade, de idealiza relacionamento perfeito
    Bjs

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  3. Exatamente. Liquida, que evapora no primeiro vento.
    Jayane sempre sensata

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  4. Líquida e temporária. Tá, com exceções, é óbvio até por ter conhecimento de pessoas que se relacionaram nesse esquema virtual e hoje terem família formada e tudo!
    Mas a gente precisa manter a vida real, nosso sentir real.
    Na segunda, rezamos por um casal que celebrava 41 anos de casamento. E fiquei tão feliz por fazer parte disso. Por não ver mais uniões assim, infelizmente!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  5. Oi, Rudy! Muito interessante o texto! A impressão que fica é a de que os relacionamentos são vistos hoje como descartáveis.

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  6. Olá Rudy!
    Adorei o texto, realmente essa geração os relacionamentos são temporários, na primeira contradição, partem pra outra, não tem dialogo!

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  7. Texto muito interessante que muito gostei de ler.
    .
    Abraço e/ou beijinho.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos

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  8. Percebo principalmente nas amizades uma superficialidade. As pessoas são capazes de enviar figurinhas de bom dia no Whatsapp, mas perguntar como você está que é bom, poucos fazem.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  9. Verdade, nessa geração os relacionamentos são temporários, não dão valor... Muito interessante a matéria.
    Bjos!

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  10. Oi,
    Infelizmente essa geração na primeira briga já desiste de tudo. Assim nenhum relacionamento vai pra frente. Fica difícil demais. Acho uma grande imaturidade.
    Bjs

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Adoro ler seus comentários, portanto falem o que pensam sem ofensas e assim que puder, retribuirei a visita e/ou responderei aqui seu comentário.
Obrigada!!
cheirinhos
Rudy