DIVULGAÇÃO DE PARCEIROS #64 - GUIA DE INVESTIMENTO - 10 mulheres indígenas exemplos de empoderamento e o que elas podem nos ensinar

A população indígena ainda sofre muito em território nacional, e o ativismo é uma ferramenta fundamental na aquisição de seus direitos. Nessa luta, as mulheres se destacam por sua garra e vontade de mudança, liderando grupos e mobilizações.

O povo indígena luta para manter suas terras, para preservar a floresta e a cultura desse povo tão importante para a história do Brasil. Por conta disso, conhecer algumas das pessoas mais importantes nesse meio é fundamental.

Por isso, a história dessas mulheres guerreiras será retratada e apresentada para que você conheça alguns dos principais nomes no ativismo indígena, líderes que trabalham tanto dentro das aldeias quanto fora delas, buscando políticas públicas para otimizar a vida dos seus.

Essas mulheres não ocupam apenas espaços cedidos para sua fala e são ativas em diversas áreas, desde o Congresso Nacional aos palcos de shows, apresentando suas reivindicações e explicando mais sobre sua realidade com tratamento de efluentes liquídos.

Dentre suas principais causas estão:

• Igualdade de gênero;

• Respeito aos povos indígenas;

• Preservação de terras indígenas;

• Fim do genocídio indígena.

Através de seu espaço para fala elas conseguem trazer problemáticas reais sentidas diariamente nas aldeias, conseguindo um local onde podem abrir os olhos dos outros brasileiros e apresentar essa realidade de forma mais efetiva junto a empresas que fazem auditoria ambiental.

1. Sônia Guajajara

Sônia, da etnia dos Guajajara/tentehar, foi a primeira mulher indígena a disputar o cargo de vice-presidente do país, no ano de 2018. Ela foi eleita uma das pessoas mais influentes em toda a américa latina.

Atualmente, Sônia é coordenadora-executiva da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), onde atua ativamente para defender os interesses dos diversos povos indígenas no território nacional, como a demarcação de terras, avaliando um auto de infração ambiental.

Além disso, Sônia luta para manter mais mulheres à frente de movimentos, como a ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade), que é composta por mulheres indígenas de todos os biomas nacionais.

2. Katú Mirim

Katú Mirim é uma descendente do povo Boe Bororo, e é youtuber, ativista dos direitos indígenas e rapper. Foi uma das responsáveis pela campanha #ÍndioNãoÉFantasia, com uma conscientização sobre a utilização da cultura indígena e de estereótipos em festas de carnaval.

Katú usa a música como principal ferramenta para explorar sua luta e seu ativismo, identificando causas importantes para o povo indígena em suas letras. Sua fama tem alcance internacional.

A rapper foi a primeira artista indígena a fazer um show para uma marca de alto reconhecimento e trabalha diretamente com questões relacionadas ao respeito e aceitação de pessoas LGBTQIA+.

3. Alessandra Korap

Essa advogada e membro da tribo Munduruku já teve sua casa invadida e recebeu diversas ameaças de morte por conta de seu trabalho denunciando atividades ilegais em terras indígenas, mas isso não a silenciou, buscando trabalhar com investigação preliminar de passivo ambiental.

Alessandra recebeu inclusive o prêmio Robert F. Kennedy, um dos mais importantes do mundo com relação a Direitos Humanos, reflexo de seu trabalho incansável como advogada e ativista frente a essa problemática que sua tribo passa.

Há anos Alessandra denuncia ações como o desmatamento ilegal, a invasão de terras e a ação dos garimpeiros em territórios controlados pelo povo Munduruku, o que acabou tornando-a uma das principais vozes da tribo.

Seu trabalho vai além, tornando-se uma figura feminina influente dentro do ativismo indígena e trabalhando para que cada vez mais mulheres engajem-se na luta pelos direitos indígenas e para denunciar esse tipo de situação.

Alessandra ainda teve uma importante participação durante o período de alta da pandemia da COVID-19, trabalhando com ações de proteção para os povos indígenas, bem como lutando para impedir a destruição de suas terras em um período mais complicado.

Muitos criminosos aproveitaram a baixa movimentação para retomar uma série de atividades danosas para o povo indígena, e essas denúncias tornaram-se fundamentais para o trabalho junto a empresas de assistencia tecnica maquinas agricolas.

4. Alice Pataxó

Alice Pataxó é uma das mais jovens na lista, com 20 anos, uma ativista e comunicadora da etnia Pataxó. Em 2021 ela participou da conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre as mudanças climáticas e é uma forte defensora da preservação das florestas.

Também influenciadora digital, Alice usa suas redes sociais como principal plataforma de conscientização, falando com seus milhares de seguidores sobre questões importantes para a luta dos direitos indígenas.

Além disso, ela tem contato com contas grandes nas plataformas, o que aumenta ainda mais seu alcance de fala, também tratando de assuntos como consultoria ambiental licenciamento.

5. Putanny Yawanawá

Putanny e sua irmã foram as primeiras mulheres da tribo Yawanawá a se tornarem pajés. Para conseguir esse feito, ela teve que lutar não só com as questões externas, mas com o machismo inserido na sociedade indígena.

Lidar com os muitos homens que não aceitavam que ela poderia ser uma líder, enquanto lidava com uma dieta rigorosa e isolamento na floresta durante o período de um ano, com testes que foram muito mais difíceis do que aqueles aplicados aos homens.

Putanny atua para o resgate da cultura e das tradições dos Yawanawás, bem como seus saberes.

6. Joênia Wapichana

Membro da etnia Wapixana, Joênia foi a primeira mulher indígena a ser eleita como deputada federal no Brasil, ainda em 2018. Hoje usa seu cargo para ser uma voz importante na defesa dos direitos dos povos indígenas.

Joênia não retém sua voz ao Congresso Nacional, entretanto atua como advogada indígena e luta pelos direitos dos povos como um todo. Seu trabalho já rendeu um bom reconhecimento com gerenciamento de resíduos líquidos.

Dentre suas atividades, ela ganhou até mesmo um prêmio de Direitos Humanos da ONU, como parte de seu importante processo de apoio às estruturas indígenas de todo o país, e por sua atuação enquanto ativista.

7. Graça Graúna

Graça Graúna é uma escritora, crítica literária e professora que descende dos Potiguaras. É considerada uma das maiores artistas indígenas do Brasil, além de ser pesquisadora, mestre, doutora e pós-doutora na área de Letras.

Graça é ainda membro titular do Conselho de Educação Escolar Indígena no estado de Pernambuco, onde trabalha ativamente para ampliar o potencial da população indígena.

Suas obras são muito conhecidas e provêm de diversas fontes, desde contos e poesias até ensaios e crônicas, trabalhando sempre com seu conhecimento e a tradição histórica como base para sua inspiração e sua produção.

8. Txai Suruí

A jovem advogada é a primeira de sua etnia a cursar direito, onde desde cedo já demonstra um talento inegável, que rendeu muita atenção durante a COP26 (Conferência das Partes, encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças do Clima) com um discurso de defesa da natureza.

Txai é filha de Almir Suruí, um dos mais conhecidos ativistas da etnia Paiter-suruí. Sua mãe também trabalha ativamente nesse processo, criando o caminho para que Txai fosse uma importante figura no movimento, trabalhando com um transdutor de pressão.

Em 2021, ela criou o grupo conhecido como Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, onde reúne diversos líderes para debater assuntos relacionados aos interesses dos povos indígenas, como política, crise climática e outros tópicos.

9. Daiara Tukano

A artista do povo Yepá Mahsã, também conhecido como Tukano, utiliza seu talento e suas obras para retratar a ancestralidade indígena, bem como seus saberes e cultura. Através de pinturas, desenhos e murais ela consegue espalhar esse conhecimento ainda mais.

Além de seu trabalho com a arte, Daiara é uma ativista conhecida no país inteiro, participando de diversos movimentos indígenas e feministas. Sua luta por igualdade é notória e a coloca à frente de diversos projetos.

Um dos mais recentes é na colaboração com a primeira web rádio específica para indígenas no país, conhecida como Rádio Yandê.

10. Célia Xakriabá

A comunicadora do povo Xakriabá é uma das principais ativistas com relação às mudanças climáticas e a demarcação de terras indígenas. Célia foi a primeira de sua etnia a concluir um mestrado acadêmico e a cursar um doutorado.

Ela usa a tecnologia a seu favor ao apresentar o podcast “Papo de Parente”, onde aborda muitos temas relacionados diretamente a cultura e a história dos povos indígenas.

Célia também foi a primeira mulher indígena a fazer parte da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, sendo uma importante figura no ativismo como um todo.

Considerações finais

Existem inúmeras mulheres indígenas que lutam, trabalham e realizam ativismo de forma anônima, e é importante que seus nomes e rostos não sejam deixados na escuridão. Por isso, conhecer estas e muitas outras mulheres é essencial.

Ao realizar pesquisas e acompanhar movimentos indígenas, é possível conhecer diversas histórias e diversos relatos, entendendo a importância que estas mulheres possuem no dia a dia umas das outras, e enquanto lutadoras pela dignidade e qualidade de vida.

O feminismo indígena é uma ferramenta importante que tem ganhado muito destaque em coletivos e grupos de luta, aliando-se a outras reivindicações dos povos indígenas como um todo.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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