RESENHA #37 - “PENUMBRA” (LITERATURA NACIONAL) - ANDRÉ VIANCO

LIVRO:  “PENUMBRA” (LITERATURA NACIONAL)

SUBTÍTULO: “NUNCA DESISTA DE QUEM VOCÊ AMA”

AUTOR: ANDRÉ VIANCO

EDITORA: LEYA

PÁGINAS – 256

1ª  EDIÇÃO 2017

CATEGORIA: LITERATURA FANTÁSTICA BRASILEIRA

ASSUNTO: TERROR/FICÇÃO

ISBN: -  978-85-4410-615-0

PRIMEIRO PARÁGRAFO: “HAVIA UM ZUMBIDO NO AR, PERSISTENTE, PREENCHENDO O ENTORNO QUANDO LANA ABRIU OS OLHOS DEVAGAR, COMO QUEM ACORDA DE UM SONO PROFUNDO E LONGO NAQUELAS MANHÃS EM QUE NÃO QUEREMOS SAIR DA CAMA DE JEITO NENHUM, MESMO QUE O DESPERTADOR ESTEJA GRITANDO AO LADO, MANDANDO A GENTE PARA A ESCOLA, ENQUANTO A MÃE SE ENGOELA DO CORREDOR. [...]”

CITAÇÃO:

“As nuvens acima da recepção se encheram de luz, destacando a sombra de tamanho descomunal que se movia em seu bojo. Quando um novo relâmpago iluminou o alto da recepção, a criatura mergulhou no céu, revelando-se pela primeira vez, abaixo da linha de névoa. Era gigante, feita de pelos laranja espetados e couro verde-escuro de réptil, com uma cabeça dotada de uma boca sem tamanho, cheia de dentes, e sobrancelhas longas guardando olhos amarelos. Ela descia rápida, em linha reta, indo direto ao chão.” (pág. 80)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

O corpo de uma mulher vestida de preto e com cintura bem delineada com mãos de ossos, uma garota com cara enfezada,  segurando um grande e gordo coelho.

Feita por: Leandro Dittz.

Ilustração da capa: Ralph Damiani.

NOTA:  5,00 DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

Algumas folhas pretas com letras brancas a cada início de capítulo, as folhas são amareladas com letras pretas medianas.

Topografia: Van Dijck Book.

Conteúdo: dedicatória; nota do autor; e, treze capítulos numerados. As páginas no início dos capítulos tem uma ilustração de troncos de árvores.

Projeto gráfico de miolo: Elmo Rosa.

Diagramação: Filigrana.

NOTA: 4,70 DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em terceira pessoa e com diálogos complementares.

A linguagem é de fácil entendimento, embora em alguns trechos sejam um tanto repetitivos e cansativos.

Alguns poucos erros de ortografia que não atrapalham a leitura.

Revisão: Milena Vargas e Mariana Bard.

NOTA: 4,30 DE 5,00

CITAÇÃO:

“A menina deu um nó no barbante e enrolou a outra ponta no pulso esquerdo, amarrando-o habilmente e dando outro nó com a ajuda dos dentes. Soltou um berro quando seu pé escorregou pela beirada do monte de areia.” (pág. 128)

SINOPSE:

“André Vianco estreia na LeYa com Penumbra, um romance carregado de sombra e ternura. Reconhecido e reverenciado por milhares de leitores, André Vianco é um dos mestres da ficção fantástica nacional, dono de uma elogiada obra que inclui títulos de terror, suspense e fantasia. Vianco faz sua estreia na LeYa com a publicação de Penumbra, um romance inédito, ao mesmo tempo doce e sombrio. Ele nos apresenta à Lana, uma menina teimosa e decidida, que, quando acorda na Penumbra, um lugar misterioso, descobre que precisará deixar para trás tudo o que mais ama. Ao se recusar, ela desafiará a Penumbra e sua guardiã, a babá Osso Duro, uma mulher velha e seca, dona de um sorriso cadavérico e assustador. O que Lana não esperava era ter de se juntar à babá Osso Duro para, juntas, lutar contra as forças da Penumbra.”

CITAÇÃO:

“As feras começaram a se aproximar. Seus corpos eram cheios de rachaduras sob os pelos negros, de onde vazava uma fumaça que alimentava o nevoeiro ao redor do cemitério. Estavam agora a dois metros de distância, apertando o cerco, fechando os espaços por onde a dupla poderia fugir e amanando uma onda de calor que oprimia Osso Duro e Jorge, mantendo-o no meio da armadilha. O cheiro adocicado de cravos infestava o entorno, deixando o menino enjoado.” (pág. 175)

RESUMO SINÓPTICO:

LANA é uma garotinha que morreu, contudo sua morte envolveu muito sofrimento, dor e muitos traumas, por causa disso, em sua passagem para o mundo pós mortem, ela terá de passar um tempo em um lugar chamado PENUMBRA, onde as crianças ficam temporariamente até esquecerem sua vida na Terra, bem como as pessoas que elas deixaram lá.

PENUMBRA é um local sombrio e tem uma babá-esqueleto, chamada OSSO DURO que auxilia as crianças a passarem para o lugar de luz que devem estar. Nada é muito fácil, porque ela é intragável e mal-humorada.

Lana ainda tem JORGE um garoto que traz marcas no corpo do sofrimento e que o deixou um medroso incorrigível. E ainda tem o COELHO comilão. Todos tem de enfrentar seus medos e tentarem esquecer o passado, porque cada vez que se lembram da vida na terra ou de alguém, porque cada vez que uma lembrança surge, clarões surgem na escuridão e fazem com que os ATRAVESSADORES usem esse condutor para atormentarem os que ainda vivem na terra.

A união de todos os fazem enfrentar os perigos que passam na PENUMBRA, principalmente porque Lana é uma garotinha bem teimosa e fez um juramento para a mãe que jamais a esqueceria, o que dificulta a passagem...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

Como gosto de variar a leitura, ler um livro de terror, suspense e fantasia por vezes faz bem para a rotina das leituras e decidi me arriscar em mais um livro do autor porque li outros e gostei muito.

A leitura foi boa, embora esperasse um pouco mais. É que algumas coisas me incomodaram um pouco... a primeira coisa foi a repetição de alguns termos pela protagonista que se tornaram enjoativos e cansativos, quase desisti da leitura por causa disso, mas ainda bem que sou persistente, porque no final, tudo ficou explicado e aliviou um pouco a agonia da leitura. Outra coisa que me incomodou foi a falta de conexão com as personagens. O enredo foi bem escrito, a história é uma ficção fantástica inovadora, entretanto, achei as personagens um tanto quanto sem muita expressão realmente, o que não me conquistou muito.

Apesar dessas observações, o livro é um bom entretenimento. Traz uma visão nova sobre o pós mortem e como é ficção, mesmo que não seja algo possível (pelo menos na minha cabeça), o fato de ser uma ideia inusitada me conquistou.

E o final me ganhou totalmente e por isso acabei elevando a nota, porque jamais esperava um final tão enternecedor para uma história que foi tão sofrida, sombria, triste e melancólica. Jamais pensei que poderia ter um final feliz e não falo mais nada para que não perca a graça quando forem ler, porque é uma leitura recomendada para quem gosta do estilo e como já falei, inovadora.

NOTA : 4,00 DE 5,00

SOBRE O AUTOR:

Antes de adotar Vianco como seu sobrenome artístico, - que homenageia a cidade de Osasco derivando da Rua Dona Primitiva Vianco - André começou a escrever profissionalmente para a rádio Jovem Pan na seção de humor. Tornou-se redator do departamento de jornalismo da rádio e por lá permaneceu por dois anos.

Em 1999 após ser despedido de seu emprego em uma empresa de cartões de crédito, André utilizou o seu FGTS para produzir 1000 cópias de seu primeiro best-seller, Os Sete. Em 2000 ele foi pessoalmente promover seu livro em livrarias e editoras. Em 2001 a editora Novo Século se interessou por seu trabalho e re-publicou o livro. Desde então a parceria entre autor e editora proporcionou mais livros e uma obra que está sendo gradualmente ampliada.

Os Sete deriva diretamente do primeiro romance de André Vianco, O Senhor Da Chuva (1998). Em O Senhor da Chuva, apesar da história estar relacionada diretamente a anjos e demônios, o autor criou uma personagem vampiro que, segundo o autor, teria sido pobremente explorado. A partir de então, André ficou com a ideia de escrever um romance em que vampiros seriam os protagonistas. Em seu primeiro roteiro, pré-escrita, os vampiros eram apenas dois e o título do livro seria "Os Dois". Porém André não se sentiu satisfeito e sua trama virou "Os Sete" (1999).

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