Você já ouviu falar de upskirting? Esse é um termo bem diferente e complicado de se entender, mas saiba que ele se trata de uma agressão que virou polêmica no Parlamento britânico.
Esse é só um nome diferente para falar sobre assédio sexual, o upskirting só evidencia como o corpo da mulher é objetificado e corre riscos constante em lugares públicos. Apesar de ser um termo em inglês, ele acontece no mundo todo diariamente.
Seja você uma estudante ou trabalhador numa administradora de condomínios SP, infelizmente está sujeita a sofrer abusos que podem acontecer:
Na rua;
No ambiente de trabalho;
Em um parque;
Hospital;
Shows e festivais.
Enfim, ser mulher é, infelizmente, não estar segura em nenhum lugar. Para entender melhor sobre o upskirting e como funciona esse tipo de assédio, continue lendo este artigo, aqui vamos elucidar todas as dúvidas referente a essa assunto.
O que é upskirting, afinal?
O termo upskirting vem da língua inglesa e refere ao ato de fotografar e filmar debaixo da saia ou vestido de uma mulher sem o consentimento da vítima. Esses agressores costumam agir em locais públicos e que possuam uma grande concentração de pessoas.
Por exemplo, quando a vítima está no transporte público a caminho de uma empresa de medicina do trabalho, eles aproveitam essa quantidade de pessoas para se manter no anonimato, pois dessa forma a vítima não se dará conta que está sofrendo essa agressão.
Com isso eles capturam essas imagens, compartilham na internet e as vítimas nem imaginam que o seu corpo está sendo exposto de uma forma pública para milhares de pessoas.
Quando esse criminosos expõem esses conteúdos, costumam identificar a vítima mostrando o seu rosto e a localização que foi feito o crime.
Esse crime, como qualquer ato de violência e importunação sexual, traz graves consequências físicas e emocionais para a vítima.
Por exemplo, se esse ato acontecer enquanto a mulher está indo para a empresa de automação residencial em que trabalha, ela pode ter problemas emocionais e associar aquele evento ao seu trajeto, criando uma síndrome do pânico toda vez que precisar sair.
Além disso, a vítima tem a sua privacidade e o seu corpo violado, tendo sua imagem registrada sem o seu consentimento. Esse crime ainda adiciona o constrangimento, que causa um grande desgaste e sofrimento emocional.
Como o upskirting envolve o compartilhamento e a exposição da mulher de forma vexatória, revelando o seu rosto, corpo e localização, esse tipo de crime deixa a vítima vulnerável a outros ataques.
Com a utilização deste termo, fica mais fácil com que as vítimas consigam identificar o abuso que sofreram e com isso denunciar. Após a definição de upskirting, os registros e denúncias começaram a se espalhar de uma forma alarmante ao redor do mundo.
Esses conteúdos geralmente são publicados em sites pornográficos, o que dificulta o reconhecimento dos criminosos.
Como se proteger ou denunciar o upskirting?
Por enquanto a PL específica que criminaliza o upskirting não foi aprovada, por isso o amparo legal para as vítimas é feito pela lei nº 13.772/2018 e a lei nº 13.718/2018, que criminaliza os registro sem consentimento de nudez e sexo.
Essa lei também prevê o agravamento da pena em caso de compartilhamento não autorizado, ou se caso a vítima for tocada ou tiver suas roupas, como saia e vestidos, levantados.
É importante deixar claro que essa lei é feita para todas as mulheres, sejam elas professoras, funcionárias de uma empresa de gerenciador de documentos, dona de casa, enfim, não precisa se sentir constrangida, você será amparada.
Portanto, se você sofreu esse tipo de violência, para ouvir o agressor, você deve ir até a Delegacia da Mulher e registrar um boletim de ocorrência. Para seguir com essa denúncia, é preciso as seguintes informações:
Local;
Horário do crime;
Características do abusador (fotos e vídeos facilitam a identificação);
Testemunhas;
Provas (como registros de câmeras de segurança);
Filmagem que flagram a ação;
Prints que comprovam o compartilhamento;
Confissão da ação.
Ou qualquer outra informação que ajude com que a polícia consiga identificar o agressor, como se por acaso no trajeto do ocorrido tivesse alguma empresa de guarda de documentos ou um cinema, shopping que ajude a identificar o local.
Como esse é um crime de natureza furtiva, muitas vezes a vítima não se dá conta e nem presencia o momento da violação, apenas tem contato com o conteúdo sendo compartilhado em diversos canais.
Com isso é preciso que você documente tudo, tire prints, se for preciso entre em contato com o site para que a remoção seja imediata. Saiba que esse é um direito seu garantido por lei, por isso a empresa deve aceitar sem questionar.
Se mesmo assim o site não quiser remover, separe todos os links das imagens, contrate um advogado ou a defensoria pública e acione a justiça.
Mas se por acaso você estiver andando na rua indo atrás de uma empresa de alarme residencial intelbras, por exemplo, e presenciar um upskirting, é fundamental que você avise a vítima imediatamente, além de registrar e tirar fotos do abusador.
Com isso você ajuda com que a vítima tenha provas e consiga punir o agressor. Não fique calada nem se vir ou sofrer um upskirting, lembre-se a culpa nunca é da vítima, precisamos parar de culpabilizar a pessoa errada.
Enquanto não entendermos que a culpa sempre será do abusador e que a sociedade tem uma estrutura machista, onde entende que o corpo da mulher é um objeto e que pode ser público, onde todos podem tocar ou filmar, não conseguiremos punir as pessoas certas.
As mulheres precisam se sentir seguras em todos os lugares, seja em um show lotado ou no transporte público ou voltando da empresa de pabx virtual ilimitado em que trabalha, a sociedade não pode ser condescendente com abusos.
Como o upskirting surgiu?
Uma escritora britânica sofreu uma situação de upskirting, ou seja, teve fotos de seu corpo compartilhadas sem o seu consentimento por um abusador. Essa situação ocorreu em 2017, na Inglaterra, mas como sabemos, ela não foi a única, isso acontece há anos dia após dia.
Tudo aconteceu no dia 8 de julho de 2017, quando Gina Martin e a irmã estavam no meio da plateia de um show no Hyde Park, em Londres, e foram abordadas por dois homens.
De acordo com o relato da escritora, um dos homens começou a enchê-la de perguntas, além de ficar olhando para ela de um modo estranho, como se estivesse medindo-a da cabeça aos pés.
Esse homem fazia piadas sobre ela com os seus amigos, e foi então que encostou nela e acredita que foi nesse momento que ele tirou foto do seu corpo sem consentimento, pois ele colocou o celular entre suas pernas e virou a câmera por baixo de sua saia.
Nesse momento o abusador tirou fotos das partes íntimas de Gina, em plena luz do dia e no meio de tanta gente. Isso realmente causa revolta, afinal, que direito uma pessoa tem de violar o corpo de outra dessa forma?
Depois do abuso a escritora iniciou uma campanha para tornar o upskirting um crime, e a petição alcançou 58 mil assinaturas, além do apoio do Partido Trabalhista, e logo em seguida a proposta foi encampada pelo governo atual.
Graças a Gina Martin esse termo ficou conhecido, mas essa agressão tem se espalhado de forma assustadora no mundo inteiro e principalmente aqui no nosso país.
Só para ilustrar essa situação, saiba que em 2020 um homem foi filmado posicionando o seu celular embaixo da saia de uma jovem que estava em uma fila da lotérica esperando para ser atendida, no município de Aracaju, em Sergipe.
Outro caso aconteceu em 2018, enquanto uma mulher fazia compras numa padaria em Betim, no estado de Minas Gerais. Como já mencionado, esse é um assédio silencioso e por isso existem milhares de casos que nem foram notificados ou denunciados.
A escritora britânica Gina Martin conseguiu fazer com que o upskirting fosse criminalizado lá na Inglaterra e no País de Gales, mas como já dito, aqui no Brasil esse uso ainda não foi criminalizado.
A punição para esse crime aqui no país é de no máximo um ano de reclusão e multa, mas se a vítima for tocada, pode aumentar para até no máximo cinco anos.
É preciso que essa punição seja mais dura, só com leis efetivas e a punição dos agressores que será possível mudar essa realidade.
Esses atos mostram que abusos podem acontecer em todos os lugares e que as mulheres não se sentem seguras nem com um alarme residencial com sensor de presença, pois o abusador pode estar em todos os lugares e serem pessoas que nem imaginamos.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
cheirinhos
Rudy
obrigada por este post!
ResponderExcluirserá compartilhado
Gente, eu sabia praticamente nada sobre o termo e estou aqui de queixo com tantas informações!
ResponderExcluirQuantas pessoas passam por isso e as vezes nem se dão conta do que estão sofrendo!
Um post/aula!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Dias atrás vi um noticiário de que um homem tinha colocado uma câmera em um banheiro feminino Imagino quantas mulheres foram filmadas sem consentimento. Tem que fazer valer a justiça mas infelizmente as coisas por aqui sempre andam devagar.Parece que em outros países as leis são mais duras.
ResponderExcluirOlá Rudy!
ResponderExcluirNão conhecia esse termo mas já tinha visto uma reportagem falando sobre isso que esses canalhas fazem, um absurdo total!
Bjs
OLá Rudy!
ResponderExcluirConfesso que nunca tinha falar de upskirting, um texto muito esclarecedor , vou compartilhar com certeza!
Oi, miga
ResponderExcluirÓtimo texto
Precisamos mesmo saber como agir depois de passar por isso, pois infelizmente toda nós podemos passar por isso um dia. Eu já passei por assédio e foi horrível demais.
Bjs
Eu não conhecia o termo, mas infelizmente essa prática e cruel e deve ser denunciada por quem presenciar algo parecido. Somos todos responsáveis por monitorar.
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