PUBLICIDADE
OBRAS
LIMA BARRETO RETRATOU O RIO DE JANEIRO de forma intensa e profunda, revelando uma cidade ordinária e ultrapassada em todas as esferas. Sua paixão foi dedicada aos subúrbios pobres e humildes, com ruas esburacadas e casas miseráveis. Suas personagens, em sua maioria da pequena burguesia ou do proletariado, eram retratadas com ternura e piedade, enquanto os burgueses eram satirizados como representantes dos males da sociedade.
Além de se identificar com o mundo triste, Barreto desprezava o universo burguês, talvez por, secretamente, desejar fazer parte dele. Suas obras focam nos trilhos da estrada de ferro, na Praça da República e redutos boêmios. Barreto ignorava outros aspectos da cidade, detestando Botafogo e ignorando a Tijuca, refúgio da burguesia.
O escritor carioca nos oferece poucas informações sobre os costumes alimentares em suas obras. Suas personagens, marcadas pela pobreza, têm poucos prazeres à mesa. A falta de detalhes alimentares reflete a condição dos indivíduos sem recursos financeiros, que se alimentam dentro de suas possibilidades, enfrentando grandes sacrifícios.
Comer bem é um desafio para eles. As alusões vagas a pratos comuns nas mesas dos pobres mostram a influência culinária portuguesa e africana. Barreto não se preocupava em descrever as refeições detalhadamente, compreensível dada a escassez de recursos. Muitas personagens se alimentam precariamente apenas uma vez ao dia.
COMPRE AQUI (48%OFF até 02/06)
Vamos relembrar a história de Recordações do Escrivão Isaías Caminha, um personagem pobre lutando pela vida no Rio de Janeiro, distante da família e enfrentando hostilidade. Em suas confissões, ele relata as dificuldades enfrentadas:
“Enquanto ele esteve no Rio, deu-me roupas; tive com que pagar o quarto e dinheiro para comer com intervalo de quarenta e oito horas. Um belo dia, porém, disse-me que ia para fora, para um estado do Norte, tratar de negócios, demorando-se dois ou três meses. Foi uma grande época de fome e sofrimentos na minha vida.”
Durante esse período difícil, Isaías menciona seu amigo Abelardo Leiva, que gastava mais em higiene do que em alimentação com seu salário modesto. No romance, as referências aos hábitos alimentares são limitadas, com destaque para a habilidade de um cozinheiro francês, o “inditoso” Charles de Foustangel, mas a obra de Lima Barreto se concentra mais na análise psicológica do que nos costumes alimentares ou na vida cotidiana do Rio de Janeiro.
No romance principal de Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma, as referências à alimentação são pouco relevantes. Destaca-se uma observação sobre a valorização de uma mesa farta na sociedade suburbana, que divide classes entre os que têm refeições diárias e os que passam fome.
COMPRE AQUI (17%OFF até 02/06)
O Major Quaresma, protagonista, ocasionalmente comprava frutas, queijo e pão, seguindo um hábito burguês. Ele também jantava sopa e frango com petit-pois nacionalista. Pouco é dito sobre as escolhas alimentares dos personagens, e o patriotismo culinário do Major não é explorado. Dado o radicalismo do personagem, seria esperado seu apego à cozinha indígena em vez da portuguesa ou africana.
No romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, assim como em Triste fim de Policarpo Quaresma, as referências à alimentação são escassas. Não há menções a restaurantes ou festas boêmias. O capítulo 8, “O Jantar”, não revela os pratos consumidos, apenas menciona o custo de jantar na rua da Carioca. Lima Barreto não era um escritor sensual, e seus personagens frequentemente passavam fome.
Em Clara dos Anjos, eles desfrutam ocasionalmente de banquetes modestos com frango assado, carne de porco, feijão, arroz com pirão de fubá de milho, empadas e sanduíches. As personagens pertencem ao proletariado suburbano, onde a compra de feijão ou carne seca é rara, mas o consumo de cachaça é comum. Lima Barreto, o talentoso e desesperado mestiço, encontrava na bebida um escape para suas angústias e frustrações.
Saiba mais:
PUBLICIDADE
REDES SOCIAIS
ICONOGRAFIA
Guimarães Rosa estreou como escritor aos 22 anos, na edição de 21/06/1930 (por coincidência, dia de aniversário de Machado de Assis) da revista Cruzeiro. Um dos personagens do conto “Chronos kai Agnake” era o próprio “Demo”, que, como todos sabem, é exímio jogador de xadrez.
Saiba mais:
NOTÍCIAS
PUBLICIDADE
Saiba mais