LIVRO: “O CONSTRUTOR DE PONTES”
TÍTULO ORIGINAL: “BRIDGE OF CLAY”
AUTOR: MARKUS ZUSAK
TRADUTOR: STEPHANIE FERNANDDES e THAÍS PAIVA
EDITORA: INTRÍNSECA
PÁGINAS – 528
1ª EDIÇÃO 2018
CATEGORIA: FICÇÃO AUSTRALIANA
ASSUNTO: ROMANCE
ISBN: - 9778-85-510-0398-5
CITAÇÃO:
“Não havia dúvidas de que ele pintava bem, lindamente até;
conseguia capturar um rosto, tinha um olhar apurado. Era capaz e desenvolver
seus temas no papel ou na tela, mas a verdade é que ele sabia muito bem: fazia
o dobro de esforço de todos os outros estudantes, que ainda produziam mais
rápido. E seu talento se restringia a uma única área. À qual ele se agarrava
com unhas e dentes.” (pág. 166)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
A capa é toda vermelha com teclado de piano branco e preto
como se estivesse sendo arrancado e voando, como os pássaros brancos e pretos
que o sobrevoam.
Capa: Aline Ribeiro/linesribeiro.com
Imagem: @Shutterstock/Ildar Galeev
NOTA: 4,70 DE 5,OO
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são levemente amareladas com letra pretas Electra
LH e folhas pretas com letras brancas dividindo as partes do livro.
Conteúdo: dedicatória; antes do início; oito parte numeradas
e com títulos; depois do fim; e agradecimentos.
Diagramação: Julio Moreira/Equatorium Design.
NOTA: 4,70 DE 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é descritiva em primeira pessoa por um dos
protagonistas, escrevendo um livro como se fosse uma fábula. Alguns diálogos
complementares mostram os comportamentos e atitudes das personagens.
A linguagem é envolvente, criativa, de fácil entendimento,
como as próprias fábulas são.
Revisão: Ângelo Lessa, Giu Alonso, Cristiane Pacanowski/Pipa
Conteúdos editoriais, Juliana Werneck, Luisa Suassuna, Mariana Bard.
NOTA: 4,60 DE 5,00
CITAÇÃO:
“No fim, tudo foi definido enquanto ela tomava chá. Surgiu a
certeza abjeta sobre a única forma de me ajudarem, e não era comparecerem à
escola. Não era buscar proteção.” (pág. 263)
“A primavera se transformava em verão, e seguíamos em
marcha.
Era correr e viver.
E manter a disciplina, perfeitos idiotas.
Em casa, ficávamos à deriva; sempre tínhamos razões para
brigar, gargalhar ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Nas ruas, era diferente:
Quando corríamos, sabíamos onde estávamos.
Acho que era a combinação perfeita de amor nos tempos do
caos e amos nos tempos do controle; éramos puxados para os dois lados, e
vivíamos entre extremos.” (pág. 344)
SINOPSE:
“Se em A menina que roubava livros é a morte quem conta a
história, em O construtor de pontes, novo romance de Markus Zusak, presente e
passado se fundem na voz de outro narrador igualmente potente: Matthew, o filho
mais velho da família Dunbar. Sentado na cozinha de casa diante de uma máquina
de escrever antiga, ele precisa nos contar sobre um dos seus quatro irmãos,
Clay. Tudo aconteceu com ele. Todos mudaram por causa dele.
Anos antes, os cinco garotos haviam sido abandonados pelo
pai sem qualquer explicação. No entanto, em uma tarde ensolarada e abafada o
patriarca retorna com um pedido inusitado: precisa de ajuda para construir uma
ponte. Escorraçado pelos jovens e por Aquiles, a mula de estimação da família,
o homem vai embora novamente, mas deixa seu endereço num pedaço de papel.
Acontece que havia um traidor entre eles: Clay.
É Clay, então, quem parte para a cidade do pai, e os dois,
juntos, se dedicam ao projeto mais ambicioso e grandioso de suas vidas: uma
ponte feita de pedras e também de lembranças — lembranças da mãe, do pai, dos
irmãos e dele mesmo, do garoto que foi um dia, antes de tudo mudar. O tempo,
assim como o rio sob a ponte, tem uma força avassaladora, capaz de destruir,
mas também de construir novos caminhos.
O construtor de pontes narra a jornada de uma família
marcada pela culpa e pela morte. Com uma linguagem poética e inventiva, Markus
Zusak nos presenteia mais uma vez com uma história inesquecível, uma trama
arrebatadora sobre o amor e o perdão em tempos de caos.”
CITAÇÃO:
“Ele jamais seria capaz de expressar sua gratidão, pelo
livro e pelo toque dos braços dela. Sabia que nunca mais voltaria a vê-la, que
não haveria mais nada a ser dito. Pela fresta derradeira, antes de as portas do
elevador se fecharem por completo, ela abriu um sorriso.” (pág. 447)
RESUMO SINÓPTICO:
MATTHEW DUNBAR está sentado em sua cozinha, teclando na
velha máquina de escrever e divagando sobre as lembranças do passado. Traz para
si a responsabilidade de contar a
história da família Dunbar, principalmente um dos seus quatro irmãos: CLAY.
Os cinco irmãos: MATTHEW, HORY, HENRY, CLAYTON E THOMAS
tentam sobreviver nos arredores do subúrbio de Sidney, de uma forma bem
desorganizada, entre móveis velhos, filmes antigos, jogos de games, roupas
espalhadas e muitas brigas entre eles. Passaram por muitas dificuldades: viram
a mãe morrer alguns anos atrás e o pai desaparecer, deixando-os sozinhos...
Cada irmão tomou um rumo em suas vidas: Matthew trouxe para
si a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos; Rory se tornou um
lutador bruto e invencível, mas com o péssimo hábito de furtar as caixas de
correio do bairro; Henry se tornou um colecionador que vive ‘garimpando’
objetos em vendas de garagem; o caçula Thomas traz para casa todos os animais
que encontra pela rua, inclusive a mula Aquiles; e, Clay que passou a vida se
preparando fisicamente para algum tipo de construção que ainda não sabe qual
é... ele é a personagem central de toda a trama familiar dos Dunbar.
Um belo dia MICHAEL DUNBAR, pai dos garotos, irrompe em sua
antiga casa e faz uma convite inesperado: precisa que um deles o ajude a
construir uma ponte. Os filhos bem revoltados nem querem saber do que o pai
precisa ou não, e, não aceitam a proposta dele, menos o ‘traidor’: Clay, que
resolve acompanhar o pai para tal construção da ponte.
Clay descobre que essa construção não é apenas material,
pedras, cimento e material de construção, é feita de lembranças do passado,
carregadas de dor, sofrimento, perdas e acima de tudo de perdão...
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:
Sei que o autor se tornou renomado aqui no Brasil após o
livro “A menina que roubava livros” e é tido como uma dos melhores escritores,
devido sua narrativa. Não discordo disso após ler “O construtor de pontes,
embora no primeiro quinto do livro, até pensei em deixar a leitura (coisa que
nunca faço), não porque o livro seja ruim, mas não conseguir me conectar de
primeira com a linguagem usada por ele, vagava entre as linhas sem estar
entendendo nadinha...(erro meu). Como não sou de desistir de nenhuma leitura,
principalmente de um escritor considerado tão bom, dei um tempo, fui ler outro
livro mais empolgante e depois retomei a leitura e assim sim, pude me emocionar
e aproveitar todo conhecimento transmitido pelo autor em sua fábula bem
escrita.
Devo alertar que talvez não seja um livro para todos os
leitores, primeiro porque é como se fosse uma colcha de retalhos, um quebra
cabeças a ser montado aos poucos, porque vai ao passado, retorna ao presente e
vão se confundindo e entremeando os fatos aos quais devemos estar atentos aos
detalhes para não perder uma só lógica exposta; em seguida acompanhamos o
sofrimento dos irmãos, todo caos familiar que foram obrigados a enfrentar, as
perdas, o luto, a briga entre os irmãos para se manterem um pouco sãos diante da
total desestrutura que passaram na adolescência; e ainda, toda a linguagem
poética que envolve o enredo, além de algumas tiradas mais irônicas e
humorísticas que tentam amenizar todos os sentimentos envolvidos aos
protagonistas, e isso pode mexer muito com as emoções de quem está lendo.
Quando o livro começa a ficar angustiante diante da vida
desses rapazes, confesso que uma vez mais pensei em desistir da leitura. Achei
que, ainda vivendo meu próprio luto, não seria capaz de enfrentar tanta dor e
sofrimento que as personagens muito bem delineadas mostravam, porém já estava
conquistada por eles e resolvi uma vez mais continuar a leitura, mesmo me
compadecendo com tudo. E foi muito bom, porque todas as reflexões e quebra de
paradigmas que o livro traz, puderam ordenar melhor meus sentimentos e saber
que o perdão é o melhor caminho para curar tudo.
Sei que essa resenha pode parecer um pouco diferenciada e
talvez menos objetiva dos que costumo fazer, mas é que o livro realmente trouxe para mim, grandes reflexões e algumas
mudanças que talvez não esteja conseguindo transcrever para cá, foi bem mais
profundo do que esperava e ao mesmo tempo, catártico para minha dor.
Recomendo a leitura sim e com grande prazer.
NOTA : 4,80 DE 5,00
SOBRE O AUTOR:
Mais novo de quatro filhos de um austríaco e uma alemã,
Markus cresceu ouvindo histórias a respeito da Alemanha Nazista, sobre o
bombardeio de Munique e sobre judeus marchando pela pequena cidade alemã de sua
mãe. Ele sempre soube que essa era uma história que ele queria contar.
"Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos
e dos 'Heil Hitlers' e essa ideia de que todos na Alemanha estavam nisso
juntos. Mas ainda haviam crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras
e pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro
lado da Alemanha Nazista", disse Zusak numa entrevista com o The Sydney
Morning Herald.
Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores
e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de "A Menina que
Roubava Livros", ele foi batizado como um "fenômeno literário"
por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do
prêmio de quatro livros para jovens: "The Underdog", "Fighting
Ruben Wolfe", "Getting the Girl", e "Eu Sou o
Mensageiro", receptor de um Printz Honor em 2006 por excelência em
literatura jovem. Markus Zusak vive em Sydney com sua esposa e sua filha. Gosta
de surfar e assistir filmes em seu tempo livre.
CHEIRINHOS
RUDY
Olá Rudy! Gostei muito do A menina que roubava livros, então assim que vi o lançamento desse livro já fiquei bastante interessada nele e cada resenha que vejo dele me deixa ainda amais curiosa em conferi isso tudo que dizem, também acho que não seja um livro para todos os leitores.
ResponderExcluirBjs
Mi!
ExcluirSó ter paiência para ler, porque ele é grandão, mas é bom.
cheirinhos
Rudy
Olá, Rudy! ♡ Ainda não conheço a escrita do autor, mas tenho muita vontade, pois já ouvi falar muito bem sobre o autor e suas obras!
ResponderExcluirAdoro leituras que nos fazem refletir, vou dar uma chance a esse livro!
Obrigada pela indicação! Beijos! ♡
Rayssa!
ExcluirO autor é bom e traz reflexões.
cheirinhos
Rudy
Olá Rudy!!
ResponderExcluirAinda não li nenhum livro do MARKUS ZUSAK, “A menina que roubava livros” só assisti o filme e gostei, mas não li o livro!! Mas gosto muito de livro com dramas familiares e que nos faz refletir e sim gostaria muito de ler se tiver oportunidade!
Lucia!
ExcluirAssisti o filme também e o livro é bom.
cheirinhos
Rudy
Olá Rudy!
ResponderExcluirQue historia interessante. Não conhecia o autor mais fiquei bastante intrigada com essa trama, tem uma premissa muito boa. Os personagens me deixou curiosa por cada um deles e saber como irão se resolver.
Meu blog:
Tempos Literários
Lily!
ExcluirO livro é bom mesmo, o auor escreve bem e passa reflexões importantes.
cheirinhos
Rudy
Oiii ❤ Nossa, é algo bem inusitado mesmo o pai, depois de ter abandonado os filhos, volte pedindo que eles o ajudem a construir uma ponte.
ResponderExcluirGostei que a obra fala sobre amor e perdão, nunca imaginei que esse livro também se tratasse disso.
Esses irmãos parecem ter sofrido muito com a morte da mãe, o abandono do pai e tudo mais.
Bom saber que é um livro com boas reflexões.
Vou querer fazer essa leitura e conhecer a escrita do autor.
Beijos ❤
Rayane!
ExcluirÉ uma família bem desorganizada, mas no final vale a pena.
cheirinhos
Rudy
Eu quero ler assim que puder!
ResponderExcluirAdorei A Menina que roubava livros, é um dos meus preferidos da vida, e esse parece ser bem emocionante, tocante de muitas formas.
O autor tem uma maneira bem própria de escrever, acho legal, mas cansativa né, teve outro livro dele que comecei mas parei.
bjs
Ana!
ExcluirÉ sim, mas vale a pena.
cheirinhos
Rudy
Já tinha visto a capa desse livro em algumas lojas, mas não tinha ligado o nome do autor ao livro A menina que roubava livros. Realmente parece ter sido uma leitura que mexeu com você, afinal entre o desiste e o não desiste permaneceu firme até o fim. Eu também dificilmente abandono uma leitura, por mais pesaroso que seja, mas também dou um tempo às vezes.
ResponderExcluirEvandro!
ExcluirFoi bom ter lido até o final, muitos ensinamentos.
cheirinhos
Rudy
Depois de ter lido A Menina Submersa, nenhum livro me amedronta mais 😂😂😂
ResponderExcluirDizem que o autor é realmente espetacular, mas não li nenhum livro dele, só assisti filme.
Mas amei a resenha e parece ser realmente muito bom.
Halana!
ExcluirPois é, gostei do livro.
Quando puder leia.
cheirinhos
Rudy
Ainda não li "A menina que roubava livros", que realmente ficou bem popular aqui no Brasil, então eu não conheço a escrita do autor, e como você disse que teve que se adaptar a essa linguagem, talvez quando eu for ler esse livro tenha essa mesma dificuldade. Mas as história do livro é bem interessante.
ResponderExcluirMarcy!
ExcluirA mensagem do livro é ótima.
Bom final de semana.
cheirinhos
Rudy
Oi, Rudy! Eu adoro A menina que roubava livros! Quero mto ler esse tbm. Gosto qdo o autor brinca com a passagem do tempo, intercalando passado e presente. A história parece ser bem tocante e repleta de reflexões.
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