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10/12/2017

RESENHA #95 - ”UMA HISTÓRIA DENTRO DA OUTRA E LENDAS DO RIO DOCE” (LITERATURA NACIONAL) -GENY VILAS-NOVAS

LIVRO: ”UMA HISTÓRIA DENTRO DA OUTRA E LENDAS DO RIO DOCE” (LITERATURA NACIONAL)
AUTORA: GENY VILAS-NOVAS
ILUSTRADOR: FLÁVIO COLIN
EDITORA: ZIT
PÁGINAS – 80
1ª  EDIÇÃO 2017
CATEGORIA: NOVELA INFANTOJUVENIL BRASILEIRA
ASSUNTO: CONTOS E LENDAS
ISBN: - 978-85-7933-112-1

LIVRO UMA HISTORIA DENTRO DA OUTRA E LENDAS DO RIO DOCE

CITAÇÃO:

“De longe, o caçador não avistou nem menino, nem cachorro, como era de costume. Entrou em casa sobressaltado. Vendo o cachorro, todo ensanguentado e não vendo o menino, pensou que o cachorro tivesse comido o menino e deu um tiro na cabeça do cachorro. O menino acordou com o barulho e começou a chorar no berço.” (pág. 18)


ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Acima do título uma chaminé saindo fumaça entre as árvores e pássaros voando, abaixo do título um rio azul com peixes pulando e um barquinho ancorado no pequeno cais.
A capa é linda, colorida e mostra a realidade encontrada dentro do livro.
Design da capa e miolo e colorização: Beatriz M. Rocha/ MAS Agenciamento.
Ilustrações: Flávio Colin.

NOTA: 5,00 de 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:


As folhas são brancas com letras pretas medianas.
O papel do miolo: Couché Mate 150g/m², diferente.
O papel de capa: Cartão 300g/m².

A imagem pode conter: 1 pessoa

Conteúdo: palavras da autora; não há divisão de capítulos, a história é narrada e dentro delas, os contos/lendas do Sítio de Cima no Rio Doce. Lindas ilustrações.
Coordenadora editorial: Laura van Boekel.
Editora assistente (arte): Juliana Pegas.
Muito bem feita a diagramação e mesmo que as folhas não sejam amareladas, a diagramatura e luminosidade das páginas, facilitam a leitura. As ilustrações são bem coloridas e fortes.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

NOTA: 5,00 de 5,00


- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela protagonistas e os contos/lendas são narrados por diversas personagens.
Linguagem de fácil entendimento e condizente com o público alvo.
Escrita com lógica e inteligente.
Revisão: Carolina Rodrigues.

NOTA: 5,00 de 5,00


CITAÇÃO:

“O peixe de escamas de ouro subiu ao quarto e encontrou a esposa chorando. A barriga dela estava dura e ela disse que doía muito.
O peixe de escamas de ouro mandou chamar o peixe-médico, que morava além da cachoeira Escura.
O peixe-médico, depois de uma consulta demorada, receitou formigas amassadas, de duas em duas horas. Disse que o peixe de escamas de ouro não precisava se preocupar, que a barriga da peixe de escamas de prata estava cheia de ovinhos.” (pág. 56)


SINOPSE:

“Ao redor do enorme ipê-amarelo, as árvores do pomar parecem pequenininhas. Do alpendre dá para ver as pastagens, a cachoeira, o Rio Doce. Do jirau dá para ver o mundo — até a floresta Amazônica e os cangurus da Austrália, se você olhar bem. Mas o melhor de tudo são as conversas de Vovó Carolina. Prosa que revela histórias que passaram de geração a geração, atiçando as noites à beira do fogão a lenha. Assim é a vida no Sítio de Cima, onde a narradora deste Uma história dentro da outra e Lendas do rio Doce busca inspiração, cavoucando a memória que não é só sua, mas de toda uma comunidade.

A baía do Rio Doce — enorme território às margens do rio que cruza parte de Minas Gerais e do Espírito Santo — foi palco, em 2015, do maior desastre ambiental do Brasil. Mas não foi só a vida fluvial, a fauna e a flora ao redor que sofreram as consequências terríveis da tragédia. Tão exuberante quanto o ecossistema, a cultura e o imaginário do povo ribeirinho também vêm passando por perdas inestimáveis desde que o mar de lama tóxica invadiu municípios. As lendas e causos reunidas neste novo livro dão mostras de como é forte a cultura popular erigida ao redor do Rio Doce, e de como é importante preservá-la.

Munida de um texto saboroso e cheio de lirismo, Geny Vilas-Novas conta histórias como a do filho do caçador, que ficava sob os cuidados de um cão enquanto o pai saía para caçar; do Capeta que se transforma num gato preto para desmantelar a vida de um casal feliz; ou do menino que caiu dentro do rio e que o pai transformou num peixe enorme de escamas douradas. Entremeadas a essas lendas, as histórias da meninice no sítio. Lembranças da alegre convivência em família, com direito a telescópio feito de argila, expectativa ante um ovo de ema, quadro da Mona Lisa que dá medo. Assombros e brincadeiras de inventar e de imaginar, compartilhadas entre crianças e adultos.
Nesse ir e vir entre o íntimo e o popular, Geny Vilas-Novas cria um livro de grande voltagem poética, que ajuda a preservar a memória da cultura atrelada ao Rio Doce, ao mesmo tempo em que incita a imaginação e celebra a graça dos afetos. Uma viagem que fica ainda mais atraente com as ilustrações de Flávio Colin, craque do desenho que nos deixou em 2002.”

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RESUMO SINÓPTICO:

O livro traz as lembranças da infância da autora, ao lado da família, no Sítio de Cima, as margens do Rio Doce que nasce em Minas Gerais e termina no espírito Santo.
No pomar da casa grande do Sítio de cima, havia um ipê-amarelo, sobra da Mata Atlântica. Íam derrubá-lo, porém Vovó Carolina não permitiu, disse que faria seu pomar ao redor dele, e o fez. Do alpendre, avistavam as pastagens, a cachoeira Escura e o rio Doce; do jirau, viam o mundo: a floresta Amazônica, a África, o Japão, os cangurus da Austrália, e, da copa do ipê-amarelo, contemplavam as galáxias!
Pai João fez uma casinha com teto de vidro e um mirante na copa do ipê-amarelo e fez também um telescópio com argila e lente possante. Pai João era inventor e construtor, construiu vários acessórios e utensílios para melhorar a vida no sítio.
E era nesse cenário paradisíaco e feliz que vovó Carolina, mãe Maria e pai João, narravam as histórias e lendas pertinentes ao Rio Doce, para as crianças.

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ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Ainda embevecida com obra tão fascinante, não encontro palavras para descrever os sentimentos emanados pela autora que conquistam o leitor a cada página e nos transporta a uma época onde a pureza infantil, tomava conta das brincadeiras e unia a família em torno de histórias e lendas de um local, hoje degrada pela poluição e maldade do homem.
Quero logo ressaltar também o desprendimento da autora que além de dividir suas experiência e memórias da infância, deixou os direitos autorais da obra para serem doadas na recuperação do rio Doce. Gesto generoso para resgatar bons tempos e lembranças.
Sou mulher da cidade, porém com alma de ruralista. Meu maior sonho é ter um pequeno sítio, próximo a cidade e viver de forma mais naturalista, perto da natureza. Na infância, quando morávamos em São Paulo, tínhamos um pequeno sítio na grande SP, onde passávamos os finais de semana, caminhando na mata, plantando, tomando banho de cachoeira... e foi essa lembrança que retornou ao ler o livro. Uma nostalgia sem limites que trouxe lágrimas aos meus olhos...
A escrita um tanto lírica e um tanto poética que contam histórias e lendas repassadas através das gerações sobre contos do rio Doce, é delicada, verdadeira, forte e carregada de sentimentos profundos.
É um daqueles livros responsáveis por resgatar o que há de melhor na infância, no amor familiar, nas lendas que por vezes até assustam, porém são narradas de maneira tão espetacular que intriga o leitor e instiga a querer saber mais e mais, ouvir cada vez mais histórias sobre o local...
Sei não exprimir a felicidade que senti com a leitura e acredito que seja um daqueles livros que devem ser vividos por cada leitor, afinal, narra as experiências pessoais da infância vivida pela autora, ao tempo que traz toda uma lenda ou várias lendas que exploram o poder da fantasia e transportar para locais inimagináveis.
E para complementar tudo isso, ainda tem as belíssimas ilustrações que fazem a imaginação se tornar mais criativa e viva dentro de nossa mente.
Perfeito o livro! Recomendo a leitura não apenas para as crianças, recomendo a leitura para todos, afinal aprender e viver fantasias reais, pode e deve acontecer com todos.

NOTA : 5,00 de 5,00



SOBRE O AUTORA:

Resultado de imagem para Fotos da escritora Geny Vilas-Novas

Geny Vilas-Novas é uma escritora brasileira. Nasceu num povoado às margens do Rio Doce, que serve como cenário para seus contos e romances. Participou de diversas antologias de contos antes de publicar seu primeiro romance, Onde Está Meu Coração?, iniciando uma trilogia sobre a sua terra natal. Desde 1988, frequenta a oficina literária do escritor Ivan Cavalcanti Proença. Em 2006 publicou, pela Bom Texto Editora, o romance "Adeus, rio Doce", traduzido para o espanhol na tese da aluna Clarisse Bandeira de Mello, pela Florida Atlantic University.

Participou de sete antologias de contos: "Doze autores e suas histórias" (2003), "Marquesa de Santos" (2003), "Nassau, um príncipe em Pernambuco" (2004), "Feitiço do boêmio" (2010), "Ásperos e macios" (2010), as cinco pela Bom Texto, e "O rei, o rio e suas histórias" (2012) e "O Eldorado é aqui Contos do Amazonas" (2016) pela 7Letras. "Marquesa de Santos" e "Feitiço do boêmio" ganharam licitação para serem publicados pelo governo federal.

Em 2017 lançou seu primeiro livro infantojuenil, "Uma história dentro da outra e Lendas do Rio Doce" pela Zit editora.

Contribuiu para vários números da revista RenovARTE.

SOBRE O ILUSTRADOR:

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Flávio Colin: Entre os artistas que mais influenciaram Colin estão Milton Caniff (Terry e os piratas), Chester Gould (Dick Tracy), Alex Raymond (Flash Gordon), Burne Hogarth (Tarzan) e Harold Foster (O Príncipe Valente), entre outros.

Profissionalmente, Flávio Colin começou a desenhar histórias em quadrinhos aos 26 anos, na Rio Gráfica e Editora (RGE), no Rio de Janeiro, entre o período de 1956 a 1959. Seus primeiros trabalhos foram para as histórias de terror para a revista X-9. Também colaborou com as revistas Enciclopédia em quadrinhos e As aventuras do Anjo, quadrinização de uma série de rádio que fazia muito sucesso na época.

No início dos anos 60, ao lado de Júlio Shimamoto, Getulio Delphim, Renato Canini, João Mottini, Bendatti, Flávio Teixeira e Luiz Saidenberg, torna-se desenhista da CETPA, Cooperativa Editora de Trabalho de Porto Alegre, onde adapta a história de Sepé Tiaraju.


A pedido de Maurício de Sousa criou a tira de jornal Vizunga, após o cancelamento da mesma, passou a trabalhar na TV Rio e logo depois, na agência de publicidade McCann Erickson, onde produzia storyboards, após 12 anos, voltou a trabalhar com quadrinhos, publicando nas editoras Grafipar e Vecchi (revista Spektro).

Chegou a publicar material em vários países como Itália, Bélgica, Uruguai (Histórias Gerais como Tierra de Historias) e Portugal pela Meribérica.

Faleceu em 13 de agosto de 2002.

Exemplar cedido pela Oasys Cultural.

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