Tem gente que anseia pelo Natal. Tem gente que conta os dias para o Carnaval. Eu?
Eu espero o ano inteiro pela Bienal.
Chegou o evento mais esperado do ano!
Para mim, esse é o evento que resume tudo o que significa ser autora e amar livros. Um lugar onde os livros ganham rosto, os personagens viram assunto entre abraços e as histórias, de repente, se tornam reais… porque alguém do outro lado leu, sentiu, chorou, riu… e veio me contar.
Mas se você acha que estar do outro lado da mesa de autógrafos é só glamour, vestido bonito e sorriso no rosto… deixa eu te mostrar o outro lado da história.
Toda autora experiente na Bienal sabe: não existe glamour que resista a 40 graus e uma multidão que esgota os ingressos. Por isso, o kit de sobrevivência inclui:
– uma caneta que não falha (e uma reserva, para garantir);
– brindes arrumadinhos em kits (e marcadores sobressalentes);
– sapato bonito, mas confortável (spoiler: ele vai machucar de qualquer jeito);
– nécessaire com batom, desodorante e um sorriso de emergência;
– celular com bateria carregada, pronto para selfies e vídeos de bastidores;
– garrafa de água e, de preferência, um staff que te lembre de beber.
O momento mais esperado de qualquer Bienal não é a entrevista, o bate-papo ou a cobertura no jornal.
É o encontro com quem leu você.
Sim. Leu VOCÊ.
Porque não importa se a história tem mocinha apaixonada, bad boy teimoso ou troca de mensagens picantes com identidade secreta — no fim, quem escreveu tudo aquilo estava ali. E alguém leu. E se reconheceu.
Teve gente me dizendo que começou a escrever porque leu meus livros.
Teve gente contando que um personagem meu salvou um pedaço do coração dela.
Teve mãe e filha que dividem minhas histórias e fizeram da leitura um ritual.
Teve gente tremendo, chorando, rindo, me fazendo chorar também.
E teve a leitora que disse:
“Você me deu coragem. Eu precisava disso. Obrigada.”
Não tem autógrafo que pague.
Adoro quando os leitores chegam como se fôssemos BFF
Claro que teve perrengue.
Teve gente que esqueceu os brindes e saiu com foto e autógrafo.
Teve fã emocionada que me fez esquecer completamente o nome da minha própria personagem.
Teve brinde que chegou atrasado, cabelo desmanchado, calor de mil graus e perna formigando.
E teve a clássica selfie tremida que a pessoa só percebeu quando já estava longe demais para voltar.
Na bienal, a gente abraça o caos. E fica feliz kkkkkk
Mas no meio do caos, teve mágica.
Teve calor humano.
Teve histórias se encontrando com quem precisava delas.
Escrever é uma atividade solitária. Muitas vezes, a gente se esquece das consequências da nossa escrita. Do impacto das palavras. E de que tocamos o coração de alguém.
Em geral, para nós autores, escrever é um sonho silencioso.
Algo que fazemos sozinhos, na frente do computador, sem saber se alguém do outro lado vai se importar.
E viver um evento como esse é lembrar que esse sonho cresceu.
Ganhou forma.
Ganhou voz.
Ganhou VOCÊ, que está aí, lendo essa edição do Meyerverso, abrindo espaço para a minha história entrar na sua.
…vem o cansaço.
A coluna avisa.
O pé reclama.
A voz quase não volta.
Mas o coração? O coração volta inflado.
A cada ano, a Bienal me ensina que escrever não termina no ponto final.
Termina quando alguém lê. E sente.
E às vezes começa tudo de novo, ali mesmo, num abraço de cinco segundos que vale por mil páginas.
Depois da Bienal, a gente fica uns 28 dias para se recuperar da exaustão. Mas a gente AMA isso!
Essa Bienal teve um sabor ainda mais especial.
Fiz parte de um grupo de 14 autoras que se uniram em prol dos seus leitores. Um grande coletivo de mulheres que transforma sentimentos em palavras e histórias que tocam o coração.
Tive a oportunidade de encontrar quase todas, abraçá-las e compartilhar esse momento tão especial.
Esse grande encontro — carinhosamente chamado de Baile das Autoras — proporcionou a chance de nossos leitores conhecerem o trabalho das demais escritoras, em uma grande brincadeira que reuniu brindes, autógrafos, abraços e muitas fotos.
Essa foi a nossa primeira edição. Mas definitivamente não será a última.
E essa ação incrível ainda deu um grande spoiler do que vem por aí no Meyerverso em breve… 👀
Estamos aqui para elevarmos umas as outras
Esteve na Bienal do Rio esse ano? Me conta como foi a sua experiência! E para saber mais como foi a minha experiência na bienal, visite meu IG!
💛 Escrever é a minha maneira de celebrar encontros improváveis — e essa newsletter é um convite para viver essas histórias comigo. A cada 15 dias, sempre às quintas, compartilho reflexões sobre literatura, escrita e tudo o que me move, na esperança de que também aqueça o seu coração. Até a próxima edição! ✨