23/10/2021

DIVULGAÇÃO DE PARCEIROS #155 - JAYANE MIRANDA - Sororidade: a falta de liberdade dentro do cenário feminino

 Olá alegres e felizes!





O feminismo é um movimento que tem ganhado mais força nos últimos anos, fornecendo voz a muitas mulheres. Contudo, a sororidade, empatia entre as mulheres ainda é precoce, não tendo uniformidade, até mesmo dentro do movimento feminista.

Esta palavra tem origem no conceito inglês “sorority” que em tradução pode significar irmandade, o que é um sentimento buscado entre as mulheres, ao contrário da rivalidade que muitas vezes pode ser visualizada.

Além deste conceito, neste artigo serão apresentadas as definições e características de uma sociedade patriarcal, na qual ainda estamos inseridos, e o movimento feminista, abrangendo sua ideologia e medidas em favor das mulheres.

O que é sororidade?

Este termo, conforme aponta Dandara Tinoco em sua entrevista em um grande jornal, ‘Sororidade: substantivo feminino’, publicado em 2016, pode ser definido como:

“[...] pacto entre mulheres, relacionado às dimensões ética, política e prática do feminismo contemporâneo. Ou, simplesmente, uma aliança baseada na empatia e no companheirismo”

Em outras palavras, esse termo consiste na perspectiva de unidade e companheirismo entre as mulheres, evitando a existência de uma rivalidade feminina que foi criada ao longo dos anos, mas é algo irreal.

Por vezes, uma mulher de alto poder aquisitivo pode se sentir superior em relação a outra que presta serviços de diarista em sua residência. Isso é um pensamento de rivalidade feminina, que vai contra os princípios feministas

Agir pensando em mulheres como seres iguais entre si e que devem se ajudar e fortalecer é o que realmente deve acontecer, para reforçar a luta delas por direitos mais igualitários dentro da sociedade.

Contudo, a pessoa não necessita apoiar o movimento feminista para ter sororidade. Esse conceito pode ser plenamente praticado entre as mulheres para que mantenham o respeito entre si, evitando as disputas desnecessárias e sem sentido.

Se duas mulheres trabalham com vendas de tintas em um mesmo estabelecimento e competem entre si no tocante à quantidade de produtos despachados comercialmente, com o intuito de determinar se isso a torna uma mulher melhor é um tipo de rivalidade.

É completamente desnecessário, mas a mulher pode fazer isso inconscientemente, uma vez que os pensamentos foram construídos com base em uma sociedade que vê o homem como centro de tudo, numa perspectiva machista, ou seja, patriarcal.

Pensamentos construídos com base no patriarcado

O patriarcado diz respeito a um sistema social, no qual os homens são privilegiados e a construção de empregos é voltada para este público, excluindo mulheres por considerarem que devem “exercer funções domésticas” e “passivas”.

Na gestão de uma empresa para máquinas para centro automotivo seria impossível uma mulher ocupar o cargo, por ser considerado “emprego de homem” e a mulher ser vista como inferior, dentro de uma sociedade altamente patriarcal.

 A sociedade patriarcal é um modelo de vivência no qual o homem é centro das atividades e o detentor do poder decisório. Em outras palavras, é um local em que os pensamentos são machistas, até mesmo considerando a mulher como um ser inferior.

Dentro desse cenário, em uma empresa que presta serviços de contabilidade para departamento pessoal e emprega contadores e contadoras, os homens poderiam ser considerados mais capazes que as mulheres, no pensamento patriarcal.

O patriarcado traz a ideia de que a mulher é:

  • Menos capacitada para executar funções;

  • Mais frágil;

  • Delicada;

  •  Inferior;

  • Mais sentimental;

  • Desequilibrada emocionalmente.

Como o patriarcado tem como objetivo favorecer o homem, especialmente cisgênero, heterossexual e branco, não somente as mulheres são consideradas inferiores, mas também qualquer pessoa que não se enquadre nestas características.

O pensamento patriarcal, também chamado de patriarcalismo, tem origem nas funções dos homens e mulheres na pré-história.

Segundo os registros, o homem era quem caçava e matava animais e colhia os alimentos para alimentar a mulher e os filhos. Sendo assim, era considerado o ser mais forte, imponente e superior.

A mulher, por sua vez, tinha um papel mais doméstico, estando envolvida no cozimento dos alimentos e cuidado dos filhos, como uma figura inferior, mais frágil e incapaz de sair para caçar, pelo porte físico.

Esses pensamentos se fortaleceram e permanecem ainda nos dias atuais, com menor intensidade, mas ainda presente na sociedade.

Atualmente, se uma mulher faz a gestão de uma empresa de licença de operação ambiental, pode ter suas atitudes decisórias questionadas por homens, simplesmente pelo fato de serem mulheres e consideradas incapazes para a posição.

Uma prova de que a sociedade ainda segue muito o estilo patriarcal, especialmente no Brasil, é de que as mulheres ganham um salário em torno de 30% menor que o dos homens, segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Um dos principais pensamentos estabelecidos pela sociedade patriarcal é a rivalidade feminina, em que as mulheres competem entre si para serem melhores do que às outras. Isso perdura até os dias atuais, mesmo com a existência do feminismo.

Movimento feminista

O movimento feminista é uma iniciativa social que visa a busca pela igualdade de direitos, extinção da violência de gênero, seja ela física ou moral, e imposição da mulher dentro da sociedade, como uma figura ativa e plenamente capaz de fazer o que quiser.

Esse movimento surgiu após a Revolução Francesa e rapidamente foi disseminado mundo afora, pelos benefícios que traz à mulher, permitindo melhor posicionamento na sociedade.

Mas apenas em 1971, com a declaração dos direitos da mulher cidadã é que as mulheres passaram a ter um outro olhar sobre si mesmas e sobre seu posicionamento na sociedade. Esse documento foi criado como crítica à declaração dos direitos do homem cidadão.

No século XX, o feminismo foi marcante na Inglaterra pela luta de iguais condições de trabalho em relação aos homens, após a Revolução Industrial. Ainda nesse século, mulheres nos Estados Unidos lutaram pelo direito ao voto.

O feminismo aponta que mulheres e homens são iguais entre si, com exceção da biologia dos órgãos genitais e hormônios sexuais, e por isso devem ter os mesmos direitos sem distinção ou inferioridade.

Considerando uma empresa de fornecimento de mão de obra temporária, destinado a serviços como cozinha e de mestre de obras, mulheres e homens podem exercer tais funções, estando em condições de saúde, segundo o feminismo.

A sororidade como ferramenta de quebra do patriarcado

Este termo é derivado de solidariedade, e tem aspecto similar. A principal frase desse movimento é “juntas somos mais fortes”.

Neste sentido, uma pesquisadora brasileira chamada Cristina Scherer, em seu trabalho “Princípios da Sororidade na Vida e na Bíblia” apresentado no Congresso Latino Americano de Gênero e Religião, em 2017, aponta que:

“Apoio, empatia, solidariedade são elementos libertadores para a ética feminista sendo que a partilha do conhecimento e de experiências de vida e sabedoria liberta e empodera para o crescimento.”

Todo esse movimento visa modificar as perspectivas de pensamento patriarcal, formando um tipo de irmandade entre as mulheres que fortalece a luta.

A colocação de fachada acm com letra caixa em comércios e locais de visibilidade pública é uma atitude que tem ajudado no fortalecimento da irmandade, divulgando os princípios e a importância de se ter uma união entre as mulheres.

Contudo, essa ainda é uma medida de difícil implementação porque muitas mulheres tem uma visão patriarcal e praticam, mesmo que inconscientemente, a disputa com outras mulheres, dentro dos mais variados segmentos.

Muitos homens tentam invalidar o movimento feminista e a sororidade apontando para uma tentativa das mulheres serem superiores a eles, quando, na verdade, o que buscam é apenas a igualdade.

Movimentos pró-sororidade

Atualmente existe uma onda de movimentos pró-sororidade como #MexeuComUmaMexeuComTodas, #MeToo, Time’s up, Beta: o robô feminista e teoria do brilho.

#MexeuComUmaMexeuComTodas

Este movimento veiculado nas redes sociais surgiu após o escândalo de assédio de uma atriz em uma emissora e a impunidade do assediador. A partir disso, foram confeccionadas camisetas e sacola ecológica personalizada em apoio à atriz. 

Beta: o robô feminista

Essa ferramenta foi criada para informar as mulheres, por meio das redes sociais, sobre os debates que acontecem dentro da política que visam discutir os direitos das mulheres. O robô anuncia a existência da votação e pede para as mulheres se posicionarem.

Teoria do brilho

Criada por Ann Friedman, uma jornalista norte-americana, essa teoria postula que as mulheres devem apoiar umas às outras no ambiente de trabalho, o que aumenta o brilho que cada uma possui.

#MeToo

Essa hashtag ganhou muita força no Brasil e estimulou diversas mulheres a denunciarem os casos de assédio e abuso sexual. O estopim foi a denúncia de assédio causado por um ator de Hollywood e diversos eventos importantes foram palco de protestos.

Time’s up

É um projeto resultante do movimento #MeToo. Ele estabelece um plano de ação perante casos de situações de abuso ou assédio sexual e foi criado por uma união de 300 atrizes, executivas e produtoras.

Todos esses movimentos são pautados na sororidade e visam quebrar as perspectivas do patriarcado, implicando no empoderamento feminino e melhor posicionamento dentro dos diversos segmentos da sociedade.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.



cheirinhos

Rudy






9 comentários:

  1. Jayane é uma mulher fantástica que só nos presenteia com textos necessários e urgentes.
    A luta por ser mulher está ganhando cada vez mais espaço e isso é maravilhoso sim, mesmo que ainda haja um longo caminho pela frente!!
    Que lindo texto, que luta grandiosa e que isso chegue a muitas mulheres, para que nunca se sintam sozinhas em suas lutas!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Oi, Rudy! Textos assim deviam estar expostos em todos os lugares possíveis. Mulherada unida e consciente de que somos parte fundamental dessa sociedade que ainda tende a nos anular.

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  3. Emocionada com esse texto.
    Jayane como sempre assertiva e perfeita.
    Nosso lugar é onde quisermos estar.
    Nossa luta é grande e difícil mas já caminhamos muito e ainda iremos caminhar mais

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  4. Muitas mulheres tem se unido para ajudar umas as outras, mas ainda há muita mulher que julga e condena as outras, ou que disputam posições ao invés de querer crescer juntas.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  5. Olá Rudy!
    Que texto foi esse, todas as mulheres deveriam ler! Temos que nos ajudar, somos fortes e podemos fazer oque quisermos!

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  6. Olá Rudy
    Que texto maravilhoso, todas as mulheres deveriam ler, sonoridade é tudo, ainda existe muita rivalidade entre as mulheres, e isso é muito triste pois só com nossa união é que conseguiremos alguma coisa nesse mundo machista.
    Bjs

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  7. Olá
    A rivalidade feminina ainda existe .Ainda não existe compreensão respeito e empatia. Ainda é um caminho á percorrer. Mas aos poucos as coisas vão melhorando

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  8. Oii,
    texto importantíssimo!
    A sororidade é extremamente necessária em nossas vidas.
    Nós, mulheres, precisamos nos unir, pois só juntas é que poderemos vencer o machismo e tantas outras coisas ruins que somos acometidas diariamente pela sociedade.
    bjs

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  9. É tão triste que as mulheres não se apoiam, não sentem empatia umas pelas outras... Devemos nos apoiar, juntas somos mais fortes.
    Amei o texto.
    Bjos!

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Obrigada!!
cheirinhos
Rudy