LIVRO: “A CORRENTE”
TÍTULO ORIGINAL: “THE CHAIN”
AUTOR: ADRIAN MCKINTY
TRADUTOR: CLÓVIS MARQUES
EDITORA: RECORD
PÁGINAS – 378
1ª EDIÇÃO 2019
CATEGORIA: FICÇÃO INGLESA
ASSUNTO: THRLLER PSICOLÓGICO/SUSPENSE
ISBN: - 978-85-0111-765-6
CITAÇÃO:
“[...] No futuro, não é o Estado que vai controlar todo
mundo com vigilância maciça, e sim as próprias pessoas. Elas farão o trabalho
do Estado por ele, postando constantemente sua localização, seus interesses,
suas preferências alimentares, seus restaurantes favoritos, suas oorientações
políticas e hobbies – no Facebook, no Twitter, no Instagram e em outras redes
sociais. Somos nossa própria polícia secreta.” (pág. 47)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
A capa é preta com uma tarja vermelha embaixo que parece um
gramado e um balanço branco pendurado por correntes.
Capa adaptada da original de Gregg Kulick.
Imagens da capa: Robotok/Getty Images (grama), Har Lemes
Haralemes/Getty Images (balanço).
NOTA: 4,30 DE 5,OO
-DIAGRAMAÇÃO:
As páginas são brancas com letras pretas um pouco acima da
média boas de serem lidas.
Conteúdo: pensamentos; dividido em duas partes numeradas e
com títulos; são setenta e sete capítulos numerados e com dia e hora dos
acontecimentos (o número 77 tem uma simbologia explicada no livro); e, posfácio
e agradecimentos.
NOTA: 4,50 DE 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é descritiva em terceira pessoa unipresente em todos os momentos, tanto no
presente, quanto na narrativa sobre o passado, onde é contada a história de
vida dos criadores da Corrente. Tem diálogos complementares essenciais para a
fluência da narrativa E os capítulos são
curtos que dá agilidade à leitura.
A linguagem é bem contemporânea, traz alguns citações
filosóficas e em determinados trechos é uma escrita como um poema, trazendo um
toque mais ameno para situações difíceis de se imaginar.
NOTA: 5,00 DE 5,00
CITAÇÃO:
“Os seres humanos são criaturas cujas vidas são governadas
por instintos profundos. Essas pessoas são como camundongos, camundongos nos
campos de feno, e ela é o falcão que investe contra esses camundongos, vendo
cada coisinha que fazem.” (pág. 122)
SINOPSE:
“Vítima.
Sobrevivente.
Sequestrador.
Criminoso.
Você vai se tornar cada um deles.
O dia começa como qualquer outro. Rachel Klein deixa no
ponto de ônibus a filha de 13 anos, Kylie, e segue sua rotina. Mas o telefonema
de um número desconhecido muda tudo. Do outro lado, uma voz de mulher avisa que
Kylie está no banco de trás de seu carro, e que Rachel só verá a filha de novo
se pagar um resgate ― e sequestrar outra criança.
Assim como Rachel, a mulher no telefone é mãe, também teve o
filho sequestrado e, se Rachel não fizer exatamente o que ela manda, o menino
morre, e Kylie também. Agora Rachel faz parte da Corrente, um esquema
aterrorizante que transforma os pais das vítimas em criminosos ― e, ao mesmo
tempo, deixa alguém muito rico.
A Corrente é implacável, apavorante e totalmente anônima. As
regras são simples: entregar o valor exigido, escolher outra vítima e cometer
um ato abominável do qual, apenas vinte e quatro horas antes, você se julgaria
incapaz. Rachel é uma mulher comum, mas, nos dias que se seguem, será levada a
extremos que ultrapassam todos os limites do aceitável. Ela será obrigada a
fazer escolhas morais inconcebíveis e executar ordens terríveis. Os cérebros
por trás da Corrente sabem que os pais farão qualquer coisa pelos filhos. Mas o
que eles não sabem é que talvez tenham se deparado com uma oponente à altura.
Rachel é inteligente, determinada e... uma sobrevivente.”
CITAÇÃO:
“[...] Morrer não é a pior coisa que pode acontecer com uma pessoa.
A pior coisa que pode acontecer a alguém é ver alguma coisa acontecendo com o
seu filho. O nascimento de um filho transforma imediatamente qualquer em adulto. O absurdo é o descompasso ontológico
entre o desejo de significado e a incapacidade de encontrar significado neste
mundo. O absurdo é um luxo fora do alcance dos pais com os filhos
desaparecidos.” (págs. 150/151)
RESUMO SINÓPTICO:
Como a sinopse está bem explicada, não vejo motivo para
fazer um resumo.
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:
Já comecei o ano tendo uma leitura excepcional. Que livro,
gente! Que livro!
Um tremendo thriller psicológico, tensão do início ao final
do livro e não apenas isso, há toda uma questão moral e ética que envolve as
ações das personagens e que ao lermos, ficamos nos colocando no lugar da
protagonista e pensando o que faríamos se estivéssemos no lugar dela, de que
forma agiríamos se acontecesse algo parecido conosco?!...
Andei lendo alguns comentários bem questionáveis que diziam
que o livro não tem emoção, que julgavam as atitudes da protagonista, que na
segunda parte do livro os argumentos não eram críveis e por aí vai... Para mim
a leitura foi perfeita, sim, tem algumas coisas que poderiam ser um pouco mais
explicadas, mas isso não tira todo suspense, ação e mistério que traz o tom de
angústia ao livro e envolve quem está lendo de uma forma que não quer largar
até saber de tudo.
A meu ver o que torna um livro no estilo fascinante é a
forma como ele nos atinge em vários níveis: ser inusitado, trazem aquele
friozinho na barriga, nos deixar tensos durante a leitura, curiosos para saber
o porque de tudo e ter as respostas que sejam plausíveis, e, encontrei tudo
isso nesse livro, mesmo sabendo quem eram os responsáveis antes do final, não
sabia o porquê e como psicóloga, o lado psicológicos dos enredos sempre me
atraem muito, mesmo que não aceite ou não entenda determinados comportamentos.
E o que achei ainda mais extraordinário, além de toda
criatividade do autor, foi o fato dele tornar sua escrita um tanto poetizada,
não romantizada, mas com um formato de prosa poética sabe, acredito que só
lendo para entenderem o que quero dizer.
É uma leitura tensa, intensa, carregada de suspense,
mistério a ser decifrado, com uma ideia inusitada, pelo menos para mim, cheia
de criatividade e que mostra o quanto estamos vulneráveis através das nossas
redes sócias e o quanto temos de cuidar com o que falamos e mostramos em nossas
redes.
Recomendo demais o livro.
NOTA : 5,00* DE 5,00
SOBRE O AUTOR:
ADRIAN McKINTY nasceu e cresceu em Carrickfergus, na Irlanda
do Norte. Estudou Filosofia na Universidade de Oxford com bolsa integral e
emigrou para os Estados Unidos. Publicou dezenas de suspenses premiados com o
Edgar Award, o Ned Kelly Award e o Anthony Award. Seus livros foram traduzidos
para mais de vinte idiomas. Escreve crítica literária para o Sydney Morning
Herald, o Irish Times e o Guardian. Mora em Nova York com a mulher e duas
filhas.
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