12/11/2019

RESENHA #55 - “A UMIDADE RELATIVA DAS PALAVRAS” (LITERATURA NACIONAL) - ADRIANO DE ANDRADE


 LIVRO: “A UMIDADE RELATIVA DAS PALAVRAS” (LITERATURA NACIONAL)
AUTOR: ADRIANO DE ANDRADE
EDITORA: JAGUATIRICA
 PÁGINAS – 94
  EDIÇÃO 2019
CATEGORIA: CONTOS BRASILEIROS
ASSUNTO: CONTOS
ISBN: - 978-85-5662-190-0

A Umidade Relativa Das Palavras

CITAÇÃO:

“EM um dia como outro qualquer, entrou pelo gramado e se aproximou do jardineiro para passar algumas instruções. Viu como o calor daquela tarde o deixara suado. A camisa grudada à pele delineava os inúmeros músculos de seu torso. Suas mãos estavam sujas de adubo e terra. Usava um chapéu de aba curta que protegia o rosto quadrado até a borda do queixo, mas a sombra não  era suficiente para esconder a beleza de seus traços romanos. [...]” (Conto Longas tardes – pág. 29)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Folhas de uma planta grande de um verde quase cinza.
Imagem da capa: Shutterstock.

NOTA: 4,50  DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

Nenhuma descrição de foto disponível.

As folhas são amareladas com letras pretas na média.
Fonte: Tiempos Text.
Papel pólen Soft 80g/m²
Conteúdo: pensamentos; dedicatória; sumário; prefácio; e,  dezesseis contos com títulos e na divisão de cada conto, uma folha igual a capa.
Projeto gráfico e diagramação: 54 design.

Nenhuma descrição de foto disponível.

NOTA: 4,50  DE 5,00

- ESCRITA:

Alguns são escritos em primeira pessoa e outros em terceira pessoa, alguns com diálogos complementares.
A linguagem é contemporânea e um pouco mais culta, com palavras menos casuais e de fácil entendimento, ideias concatenadas e fluidez na escrita.
Revisão: Hanny Saraiva.

NOTA: 4,80  DE 5,00

CITAÇÃO:

“Ela continuou a falar comigo, mas não consegui entender uma só palavra, as abelhas pareciam estar dentro da minha cabeça, que mais parecia uma colmeia. A imagem da minha irmã foi se misturando à presença de toda aquela gente enquanto ela se encaminhava para o fundo da sala, afastando-se de mim até que eu não pude mais vê-la.[...]” (Conto Lá pelas quatro  - pág. 50)


SINOPSE:

"A umidade relativa das palavras" é como uma surpresa na porta de casa: você abre e pode ser surpreendido, por uma pancada surda e vigorosa, ou por uma ponte que encurta os caminhos, ligações que restabelecem o vazio e quebram o silêncio. Autor de "O inverno que não acabou e outros contos" (2015), Adriano de Andrade neste seu novo livro percorre um emaranhado de vozes conhecidas e desconhecidas, ora com palavras áridas, ora com palavras úmidas, entrelaçando temas como rivalidade entre irmãs, a linha tênue familiar que agride e sufoca, os medos, as vertigens, a repulsa, a morte, o amor, os vícios. A escrita de Adriano de Andrade parece inofensiva, mas é vigorosa e sedutora: uma miríade de gestos que passamos a descobrir e apreciar, como enlaçados por uma paixão suspensa no ar. Seus contos têm a capacidade de esparramar letras a perder de vista, envolver e entorpecer o leitor, transformar a escrita para que a leitura seja pura melodia. E, em meio a angústias e reflexões, a figura da mulher surge como referência de protagonismo neste conjunto de belas narrativas curtas.”


CITAÇÃO:

“-Oi, meu amor, quando vi aparecendo no meu telefone esse número privado, desconhecido, atendi logo, pois sabia que era você. Esperei o dia inteirinho, mas entendo o teu trabalho, muita correria, reuniões, audiências e tudo mais. Não posso te culpar, até quero um pouco fazer isso, mas não posso. Mas agora à noite, prefiro falar por nós dois nessa conversa, sei que você fica mudo pela tua mulher e pelos filhos, eu entendo, mas queria que você soubesse que eu também posso te dar tudo isso e muito mais. Eu te perdoo. Mas você precisa me perdoar também. Não fiz por mal. Só queria um pouquinho da sua atenção. [...]” (Conto O que resta entre nós jamais será sobra – pág. 76)

RESUMO SINÓPTICO:

São dezesseis contos com assuntos diversos e corriqueiros, parecem realistas e bem escritos. Versam sobre assuntos do cotidiano.

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

Quem acompanha o blog sabe o quanto de gosto de contos, principalmente de nossos autores nacionais que mostram sempre sua versatilidade. E é o que encontrei nesse livro bem escrito.
Não comentarei sobre cada conto especificamente, afinal, tratam de assuntos diversos como: algum suspense, sentimentos como vingança e desgosto, alguns até com um toque de crueldade, sobre a vida, família, enfim, assuntos comuns ao nosso dia a dia. O que posso dizer é que apesar de alguns serem chocantes, as personagens são tão bem delineadas que acabam conquistando o leitor e tornando a leitura muito agradável.
O mais apaixonante é a forma bem escrita, cada frase, cada conto, delineado com frases precisas, com palavras tecidas com um cuidado que seu texto se torna primoroso, a ponto de vivenciarmos cada sentimento, cada atitude, cada ponto de vista de cada personagem, de seus narradores e de suas vivências, trazendo sempre um final surpreendente ou alguns, de certa forma em aberto, deixando a imaginação do leitor, tirar suas próprias conclusões.
Não tem como não nos identificarmos com a leitura pelo simples fato dos relatos estarem ligados a convivência humana em suas várias formas, mostrando a fragilidade e a sensibilidade que as relações trazem para nossas vidas e tudo isso com o olhar inteligente e sensível da observação humana do autor.
Sim, indico o livro, principalmente para quem gosta de contos bem escritos e que mostram uma realidade bem próxima a nossa.

NOTA : 4,70 DE 5,00

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SOBRE O AUTOR:

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Adriano de Andrade Barbosa nasceu em Juiz de Fora/MG, tem 44 anos e é formado em Engenharia Elétrica, com mestrado pela COPPE/UFRJ. Trabalha atualmente no Rio de Janeiro e reside em Niterói. Casado, pai de dois filhos, acredita que a união entre a literatura e a engenharia resulta em transformação: “Agora, sou letras e números”. Autor de O inverno que não acabou e outros contos (Editora Novo Século), Contágios (Editora Oito e Meio), É duro ser cabra na Etiópia – Maitê Proença (Editora Agir), Contos de Todos Nós (Editora Hama), Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) e Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos (Câmara Brasileira de Jovens Escritores).

Exemplar cedido pela Oasys Cultural.

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CHEIRINHOS

RUDY




13 comentários:

  1. Olá Rudy! Gosto muito de um livro de contos, melhor ainda sendo nacional, essa sua resenha me deixou bastante interessada em conferi cada um desses dezesseis contos que parece todos muitos bons.
    Bjs

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  2. Olá Rudy!
    Também gosto muito de contos e fico muito feliz vendo nossos autores Nacionais escrevendo cada vez melhor!! Fiquei com muita vontade de ler o livro!!

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    1. Lucia!
      Tenho tido ótimas experiências com nossos autores nacionais.
      cheirinhos
      Rudy

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  3. Que interessante, amiga. Amei a premissa. Eu curto bastante contos, mas a maioria que li até hhije foram de terror 😂😂😂 preciso diversificar.
    Amei sua resenha.

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    1. Halana!
      Diversifique mesmo, vale a pena conhecer novos estilos.
      cheirinhos
      Rudy

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  4. Também gosto muito de contos e esses parecem muito bem escritos, abordando os mais variados assuntos com muita maestria e delicadeza!
    Já quero!
    bjs

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  5. Ainda não li livros de contos, mas quero conhecer essa categoria, e porque não começar com um livro nacional. Esse parece ser bem interessante, com contos complexos.

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    1. Marcy!
      Gosto muito de contos e espero que comece a ler, depois me conta o que achou.
      Bom final de semana.
      cheirinhos
      Rudy

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  6. Oi, Rudy! Adoro contos tbm! Gostei dos assuntos abordados e de o autor mostrar aspectos da nossa realidade, deixando as histórias mais próximas do leitor.

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Adoro ler seus comentários, portanto falem o que pensam sem ofensas e assim que puder, retribuirei a visita e/ou responderei aqui seu comentário.
Obrigada!!
cheirinhos
Rudy