E mais uma parceria do Blog com escritor nacional: José T. Pers, autor do livro "Apolo e Dionísio", confiram a entrevista que ele gentimente nos concedeu.
Quero
agradecer a disponibilidade em poder conceder entrevista para o Blog Alegria de
Viver e amar o que é bom!
Confesso
não ser boa entrevistadora, entretanto, vou tentar...
1-)
Que tal começar falando um pouco sobre sua família e vida pessoal?
Venho
de uma família de classe média onde a
leitura sempre foi incentivada. Tanto minha mãe como meu pai eram
leitores habituais - minha mãe ainda o é hoje em dia - e procuraram criar as
condições para que os filhos lhes seguissem o exemplo. Meu pai escrevia num
jornal da cidade e apreciava mais os livros científicos e técnicos embora também
gostasse de ficção. A minha mãe lia quase tudo que considerasse de boa
qualidade, inclusive literatura ficcional. Quanto a mim, a leitura ocupa uma
parte do meu tempo ainda que não tanto como no passado já que a internet e a TV
passaram a ter um papel mais amplo no meu cotidiano.
2-)
O que o levou a iniciar no mundo literário?
Quando
eu era criança alguns dos livros que lia me faziam pensar se um dia eu seria
capaz de escrever uma história - e respondia a mim mesmo que não seria capaz,
que devia ser muito difícil. Na escola escrevíamos redações mas para mim não
era a mesma coisa. Depois de terminar a faculdade fiquei algum tempo
desempregado e um dia minha mãe me perguntou por que eu não escrevia uma história. Naquela época ela já me conhecia melhor do
que eu mesmo, pelo menos nesse aspecto.
Então escrevi uma história que nunca terminei, acho que por falta de
experiência. Hoje penso que a idéia central não era totalmente má e talvez um
dia eu volte a ela.
3-)
Quais foram suas principais fontes de inspiração para o primeiro livro?
Tratando-se
de um livro de contos as fontes foram várias:
-Eu
estava na Europa e um dia comecei a pensar na diferença de mentalidade entre
americanos (ou sul-americanos) e europeus. Daí surgiu a idéia para o conto “Apolo
e Dionísio“. Em casa de meus pais havia um vaso de flores muito viçosas - eram
violetas das mais belas que eu já havia visto. Isso me inspirou o conto “O Vaso
de Violetas”. Um dia num ônibus eu ouvi
uma moça, que parecia universitária, dizendo a uma amiga que não tinha medo de
psicopatas. Esse foi o mote para o conto “Salvei Sua Vida”. A história de “O
Reencontro” foi baseada em uma notícia que eu li no jornal sobre um bêbedo que
tinha começado a provocar várias pessoas num bar. Para o conto “Proposta de
Serviço” eu descrevi uma casa noturna que freqüentei durante algum tempo aqui
em Belo Horizonte. Essa casa noturna já não existe mas quando passo pela rua
ainda vejo o poste e o portão enferrujado. Para escrever o conto “A Enchente” a
inspiração veio de duas fontes: a primeira foram duas pessoas que eu conheci,
um homem e uma mulher, que na vida real não são casados mas que na história
apresentei como marido e mulher; a segunda fonte de inspiração foi a minha
experiência de vida durante algum tempo numa pequena cidade do interior de
Minas Gerais.
4-)
Por que o estilo contos de mistério e suspense?
Sempre
gostei desse tipo de literatura, mistério e suspense, policial ou não. Quando é
de qualidade prende-me às páginas do livro até terminar a história.
5-)
Quais livros lia na infância? Sempre gostou de ler?
Sempre
li muito mas de alguns anos para cá venho lendo menos por causa da internet.
Agora procuro selecionar mais o que leio. Na infância eu era mais ou menos como
todo mundo daquela época - lia as aventuras de Pinóquio, as histórias de
Monteiro Lobato, etc. Mas houve dois
livros que me marcaram, tinha eu uns nove anos. Um deles foi “A Maravilhosa
Viagem de Nils Holgersson através da Suécia” escrito por Selma Lagerlöf (prêmio Nobel de Literatura). O outro livro foi “Sem Família” do escritor
francês Hector Malot. Depois desses dois livros nunca mais eu vi as pessoas e
os animais da mesma maneira. Aos nove anos eu já tinha experimentado o poder
transformador da literatura.
6-)
O que acha do mercado brasileiro para os novos autores nacionais?
Acho
muito fechado. As editoras têm medo de investir em autores nacionais
desconhecidos e os leitores têm medo de gastar tempo e dinheiro com livros que
podem decepcionar.
7-)
Por que os livros ainda são tão caros no Brasil?
Há o
famoso “custo Brasil” que aparece em várias áreas e não só na área editorial.
Creio que em relação aos livros o custo principal hoje em dia está na distribuição.
No meu caso, estou vendendo “Apolo e Dionísio” na internet a R$ 13,00 dos quais
R$ 3,50 (27% do preço) vão para os Correios. O sistema é esquisito porque os
livros têm impostos reduzidos mas os Correios (uma empresa federal) cobram caro
pelo serviço. Ou seja, o Governo dá com uma das mãos e tira com a outra. Há
solução? Não sei, mas há dois anos eu pesquisei os preços para envio de livros
dentro dos Estados Unidos e lá era mais barato do que aqui. Talvez seja o caso de racionalizar processos, diminuir
custos, etc.
8-)
Tem previsão de novo livro ? Caso tenha, sobre o que se trata?
Estou
escrevendo um livro mas fui obrigado a parar porque tive novas ideias para a
história. Quando eu ia retomar a escrita apareceu outra ideia, desta vez para
um conto que nada tem a ver com esse livro. O plano agora é aproveitar a ideia
do conto antes que a chama se apague e depois voltar ao livro que também é uma
história de mistério e suspense, com alguma crítica social à mistura.
9-)
Como foi a escolha da Editora para lançar seu livro?
Quando
as histórias ficaram prontas enviei-as a duas editoras conhecidas no mercado
brasileiro mas elas não se interessaram. Por isso acabei pagando a edição do
meu próprio bolso.
10-)
O que espera dos leitores ao lerem "Apolo e Dionísio"? E o por que da
escolha do nome?
Espero
sinceridade na avaliação da obra. O nome foi escolhido para expressar uma
dualidade, como se compreenderá ao ler o primeiro conto que também tem esse título.
11-)
Gostaria que deixasse uma mensagem aos nossos seguidores, bem como seus
contatos e onde poderão comprar seu livro, obrigada!
No
mais, boas leituras e abraços,
Agradeço
de coração pela entrevista e desejo sucesso sempre!
cheirinhos
Rudy
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Sua sorte do dia (22 de jul)
"Um bom ouvinte não só é popular em qualquer lugar, mas também fica sabendo das coisas depois de algum tempo."
