06/11/2016

RESENHA #22 - ”OS MALOGRADOS” (LITERATURA NACIONAL) - M. F. SANTOS


LIVRO:”OS MALOGRADOS” (LITERATURA NACIONAL)

AUTOR: M. F. SANTOS

EDITORA: APED

PÁGINAS – 258

1ª  EDIÇÃO 2015

CATEGORIA: FICÇÃO BRASILEIRA

ASSUNTO: ROMANCE ÉPICO

ISBN: - 978-85-8255-206-3





ANÁLISE TÉCNICA:


-CAPA-

Casal de nobres da realeza com roupas da época e fundo da capa amarela.

Feita por Thiago Ribeiro.

Apesar de a capa ter tudo haver com o conteúdo do livro, não achei muito interessante.


(nota:4,00 de 5,00)



-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são brancas com letras pretas um pouco abaixo da média, o que para mim, dificultou um pouco a leitura.

Conteúdo: pensamento; dedicatória; agradecimentos; sumário; os personagens; 46 capítulos numerados em algarismos romanos, com título e iniciam com pensamentos.

Destaco “Os personagens” aqui. É uma listagem de todas as personagens principais e secundários, que são, quais suas funções e personalidade. Importantíssimo para o entendimento do enredo.


(nota:4,50 de 5,00 )



- ESCRITA:

Narrativa descritiva em 3ª pessoa que dá abrangência aos fatos e aos pensamentos e atitudes das personagens, e, lugares.

A escrita é um tanto rebuscada, condizente com a época em que se passa a história, reportando o leitor, à época vivida.

Ainda assim, é de fácil entendimento, mesmo que algumas palavras precisem de busca para seu pleno aprendizado.


(nota:4,50 de 5,00)



CITAÇÃO: “[...] Quero que o reino se engaje nos estudos da agricultura, da botânica e esqueçam da riqueza movida pelos metais, para que tenhamos mais gente de caráter empreendedor, idealista e promissor. Uma nação cresce quando não há uma entidade que interrompa o livre arbítrio das pessoas.” (pág. 224)

RESUMO SINÓPTICO:

Meados do século XVIII no Reino de Castelha na Corte de Cádiz comandado por D. Guilherme, governante explorador da classe proletária que vive de luxo através dos altos impostos. Casado com Maria Quitéria, uma rainha apática e submissa, além de frágil.

O príncipe Lúcio não se interessava pelo reinado. Era cobiçado pelas mulheres da época e a mãe tentava ‘arrumar’ um bom casamento, porém o coração de Lúcio já tinha dona: Marta. Lúcio após acompanhar a situação deprimente do reinado do pai, acaba se tornando um idealista e se mostra disposto a enfrentar o reinado e tomar o lugar do pai para tentar construir um reino mais próspero.

Marta era filha de barões falidos que viviam de aparência e se achavam superiores. D. Orlando tinha temperamento forte e descompensado, achava que a mulher tinha de ser submissa. D Margarete corroborava com os pensamentos do marido, embora vivessem às custas da madrinha dela, D. Constantina.

Marta lutava pelo amor de Lúcio e sabia que se soubessem que se encontravam as escondidas, poderia ter punição fatal do rei. Marcaram então de fugir, ela e Lúcio, entretanto, fatos inesperados aconteceram e atrapalharam os planos de ambos...

D. Constantina era uma mulher de posses e trazia consigo a experiência que a vida lhe impôs, era sóbria, íntegra e sábia. Tentava orientar Marta o máximo que podia com a intenção de casá-la com Abelardo, seu neto que estuda medicina e sonha em curar as pessoas de todos os males da época.

Devido a caça às bruxas e aos cristãos novos, chega ao reino o inquisitor: Mauro Bragança, nomeado pelo Concílio de Roma e traz o terror para Cádis punindo os que não eram a favor da igreja e tornando o reino falido, sem alimento e emprego...

Lúcio revoltado com a situação do reinado, escreve para Espanha e pede ajuda. Chega ao reino o filósofo e peta Bournier e Joseph Louvain, para tentarem implantar as novas normas e melhorar o reinado.


ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

O livro é um romance épico, porém sem romantismo, mas sim mostrando a luta pelas mudanças sociais e pensamentos vigentes que eram preconceituosos, arraigados e hipócrita.

É um enredo carregado de luta, conflitos religiosos, quebra de tabus, sem calmaria, ao contrário, cheio de momentos tensos, luta pelo poder e pela mudança, revolta popular, inquisição e muitas outras punições impostas de forma cruel.

O melhor do livro, é a forma realista que o autor mostra tudo o que se passava na época, não poupa o leitor das atrocidades e da crueldade vivida naquela época. O que me conquistou também, foi a forma como mostra o lado de transição da mulher submissa que passa a ter pensamentos e atitudes próprias e começam a marcar seu território. Excepcional!

Fico bem orgulhosa em ver um jovem autor nacional, trazer a luz do conhecimento suas pesquisas referente a uma época cheia de conflitos e mudanças. Os detalhes da trama mostram o quanto se emprenhou na busca de informações precisas.

Para quem gosta de história, de conhecimento sobre séculos passados, de novas ideias e como foram inseridas no contexto da época, de uma leitura inteligente, culta, carregada de fatos verídicos que se me misturam a uma ficção bem escrita, não dei de ler esse livro magnânimo!

NOTA : 4,50 DE 5,00



SOBRE O AUTOR:




É evidente que para ser um grande escritor, antes de qualquer coisa, devemos ser grandes leitores; é isso que M. F. Santos foi desde a sua infância. Apaixonado pelas ciências exatas, com formação superior em Química, também é um apreciador da literatura, e logo percebeu que poderia estabelecê-la também como uma profissão. Os romances sempre o encantaram e é o seu estilo literário favorito, onde pôde, um dia, enfim, concretizar um trabalho dessa vertente. Agora, realiza o sonho de compartilhar com os leitores

esse romance histórico, baseado no século XVIII.

EXEMPLAR CEDIDO PELO AUTOR.

CHEIRINHOS
RUDY

PENSAMENTO DO DIA:

"Aquilo que foi e que será, e até mesmo aquilo que é, não somos capazes de saber, mas quanto àquilo que devemos fazer, não apenas somos capazes de saber, como também o sabemos sempre, e somente isso nos é necessário." 
(Leon Tolstoi)

9 comentários:

  1. Nossa, Rudy! Amei sua resenha. Não conheço o autor, mas já coloquei o livro na lista dos desejados. Curto bastante livros de época, e escrito por um autor nacional, então. Bjs!!

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  2. Por mais que eu não costume ler romances de épocas, concordo que o realismo nesse tipo de livro seja importantíssimo, principalmente na hora de imaginar o cenário. Parece ser um livro bem interessante, embora eu não tenha gostado muito da capa.
    Um abraço!

    http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/

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  3. Que bacana!
    Eu não conhecia a obra, mas fiquei muito interessada!
    Amooooo romances de época, e esse parece ser bem arquitetado, cheio de verdades e emoções!
    Já quero!!
    bjs

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  4. Olá, Rudy.
    A premissa da obra é boa. Se não cai naquele romantismo exagerado, melhor ainda.
    Acredito que darei uma chance para a obra.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de novembro. Serão dois vencedores, dividindo 3 livros.

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  5. Oi Rudy
    Gostei muito da premissa do livro, me pareceu bastante interessante e educativo.
    abraços
    Gisela
    www.lerparadivertir.com

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  6. Olá!
    Não conhecia o livro...e parece bem interessante.
    Boa a sua resenha!
    Alê Bordados e Crochê

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  7. Eu também gosto de ver autores nacionais se dedicando e fazendo enredos tão interessantes dentro do gênero histórico. Fiquei curioso com o livro.

    *☆* Atraentemente *☆*

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  8. Eu amo leitura inteligente.
    A premissa é muito interessante.
    Por alguma razão, eu amei a capa. Gosto bastante dessa coisa toda de séculos passados. Amo História, então sou suspeita pra falar kkk tudo da antiguidade me atrai. Amei a resenha. Já quero ler esse livro.

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    Respostas
    1. Todos os livros do autor que li são maravilhosos!
      Espero poder ler outros.
      Bom final de semana!
      cheirinhos
      Rudy

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Obrigada!!
cheirinhos
Rudy