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14/06/2020

RESENHA #30 - “ATRÁS DO CRIME” (LITERATURA NACIONAL) - CRISTIANE KRUMENAUER


LIVRO:  “ATRÁS DO CRIME” (LITERATURA NACIONAL)
AUTORA: CRISTIANE KRUMENAUER
EDITORA: GIOSTRI
PÁGINAS – 186
  EDIÇÃO 2016
CATEGORIA: LITERATURA BRASILEIRA
ASSUNTO: ROMANCE POLICIAL
ISBN: -   978-85-8108-677-4

Atrás do Crime

PRIMEIRO PARÁGRAFO: “OS CABELOS LONGOS E LEVEMENTE ONDULADOS BALANÇAVAM AO VENTO ENQUANTO ELA SE DESPIA, VAGAROSAMENTE, DIANTE DO ESPELHO. BAIXOU UMA ALÇA DO VESTIDO VERDE, DEPOIS A OUTRA. ATREVIDA, FOI ABRINDO O LONGO ZÍPER LATERAL, REVELANDO AS PERNAS BRANCAS E TORNEADAS. ELE NÃO SE MOVIA. PREFERIA FICAR ALI, SENTADO, OBSERVANDO CADA DETALHE DAQUELE CORPO ESPLENDOROSO. O VESTIDO CAIU POR COMPLETO. ELA FEZ UMA EXPRESSÃO DE INOCENTE, COMO QUEM NÃO PREVISSE QUE AQUILO ACONTECERIA. EM SEGUIDA, OLHOU PARA ELE, PROVOCANDO-O ENQUANTO ABRIA O SUTIÃ PRETO E TIRAVA A CALCINHA. AGORA, O COLAR VALIOSO DE ESMERALDAS ERA A ÚNICA COISA QUE PERMANECIA EM SEU CORPO. AQUELE JOGO DEIXAVA-A EXCITADA. AINDA ASSIM, ALBERTO NÃO SE MOVIA. CONTINUAVA SENTADO, TRAGANDO SEU CHARUTO PRAZEROSAMENTE.”


CITAÇÃO:

“[...] O coração do filho, diante de tanta pobreza e sofrimento da mãe, vacilou por alguns segundos. ‘Viver era duro’, essa era outra lição que logo a vida lhe ensinaria.” (pág. 13)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Uma parte do rosto e dos ombros de uma mulher com um colar de esmeraldas no pescoço.
A capa é um tanto escura.
Capa: Angela Leão.

NOTA: 4,50  DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são amareladas com letras pretas mediana.
Conteúdo: dedicatória; pensamentos bíblicos; e, cinquenta e dois capítulos numerados em romano.
Diagramação simples, porém eficiente.
Diagramação: Angela Leão.

NOTA: 4,50 DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em terceira pessoa unipresente em todos os eventos narrados e diálogos complementares que trazem uma leitura m ais abrangente.
A linguagem é bem atual, moderna, embora seja simples, sem grandes termos diferentes, é envolvente e instigante.
Alguns pequenos erros de correção que não atrapalha a leitura.
Revisão final do texto: Giostri Editora Ltda.

NOTA: 4,50 DE 5,00

CITAÇÃO:

“Essa sua filosofia, na verdade, não estava relacionada apenas com a sua consciência. Era também uma questão de lógica. Os assassinatos, em geral, provocam ainda mais tumulto. Sempre havia um parente disposto a tudo para fazer justiça, fosse por vias legais, fosse com as próprias mãos. O sentimento de vingança era um dos mais fortes que conhecia e superava, inclusive, o amor e a paixão. O vingador não descansava nunca e estava sempre atento a destruir seu adversário. Mesmo os mais covardes, diante da perda violenta de um ente querido, tornavam-se como homens-bomba – uns suicidas capazes de dar a própria vida somente para acabar com os assassinos de uma familiar ou amigo.[...]” (pág. 99)

SINOPSE:

“Ele é possuidor de uma mente impressionante. No crime organizado, planeja todos os caminhos da droga: desde a sua origem, na fronteira, até sua chegada e posterior distribuição em São Paulo. Conhecido também como o Mestre da Logística das Drogas, age e não deixa rastros, a menos que seja isso que deseje. Contudo, chega o dia em que encontra um rival à altura: o agente federal Giorgio está em seu caminho. Ainda assim, é a complexidade da vida que acaba se mostrando mais desafiadora para esses dois homens. Em se tratando de crime, a paixão e o temor podem ser fatais. O crime nunca vem só. Há vida e morte bem atrás dele.”

CITAÇÃO:

“-Minhas queridas, vocês duas são tão jovens! Nem uma coisa, nem outra. O paraíso não deve estar em outra pessoa, mas em si mesma! Se dependerem de outro alguém para se sentirem nas nuvens, então, o que farão quando estiverem sozinhas? Pergunto porque é isso que vejo: vejo vocês duas sozinhas, especialmente você, Clara. Também vejo a frustação que sentem diante da solidão.” (pág. 138)

“-A solidão é necessária para não cairmos numa rotina. [...]” (pág. 138)

“-A rotina pode ser o futuro de qualquer casal. A novidade existe no início e é tão fácil amar o que não conhecemos... Todavia, o tempo é a grande prova dos relacionamentos. Nenhuma máscara resiste a ele. [...]” (pág. 138)

RESUMO SINÓPTICO:

GIULIANA SALETTI filha de pai italiano e mãe brasileira, morava em SP, mas passava muito tempo na Itália. Envolveu-se com GIANINI o grandão chefe da máfia italiana. Ele a introduziu no crime e ela passa a ser responsável pelo tráfico de drogas em SP. Gianini acabou de ser preso nos EUA pelo FBI e ela está triste e arrasada, porém tem de continuar com as operações de tráficos e lavagem de dinheiro através dos inúmeros hotéis de quem é dona.
ALBERTO PASSOS DE ALMEIDA mora em uma mansão em SP com a mãe e o irmão problema ALEXANDRE, envolvido em pequenos assaltos, sequestros e invasões. Alberto é conhecido como o MESTRE DA LOGÍSTICA DAS DROGAS e é o responsável por todas as operações relacionadas às drogas, da confecção à entrega na organização de Giuliana, é seu braço direito. É meticuloso, inteligente, cuidadoso e está fora do radar da polícia, sem ter nada em seu nome, não tem conta em banco, cartões, nada. Seu ponto fraco: Giuliana; aguarda que um dia ela o veja de outra forma além de seu homem de confiança para levar as transações adiante.
GIORGIO é Policial Federal e mora em Porto Alegre com a esposa ABIGAIL e o enteado Jeferson de 11 anos. É considerado um dos agentes mais importante da Polícia Federal pelas diversas apreensões de droga que já fez, todas com sucesso. É convidado pelo Superintendente de São Paulo, João Carlos, para tentar desbaratar a quadrilha que leva as drogas para São Paulo. Giorgio recebe a notícia com cautela, porque sabe que tem muito mais coisas envolvidas nesse convite e há um vazamento dentro da polícia federal paulista, tem receio pela mulher e enteado, ainda assim, aceita o convite porque quer resolver a questão do tráfico.
Alberto sabe que Giorgio é tão inteligente quanto ele e precisa tirá-lo do caminho de um jeito ou de outro.
Após a morte, assassinato,  do ‘piloto’ da organização do tráfico na Amazônia, Giorgio descobre que tem muito mais coisas que tem facilitado o trabalho da organização e precisa salvar os inocentes dessa história, inclusive sua família e descobrir quem está vazando as informações para o conglomerado das  drogas.

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Gosto muito de romances policiais e quando bem escritos, ainda mais. A autora soube criar um enredo que bem poderia ser uma história real, principalmente pelos detalhes bem descritos e que dá para  ver o quanto de pesquisa a autora fez para poder escrever um romance crível.
Gostei dela ter colocado como pano de fundo cidades brasileiras, acho que enfatiza nosso Brasil e aqui em específico, mostra como as rotas dos crimes organizados fazem toda distribuição das drogas no Brasil e até no exterior.
Mesmo tendo muitas personagens no livro, todas são bem descritas, tem personalidades próprias e mesmo as personagens secundárias, são de grande importância para todo enredo. É quase como se fosse duas histórias em uma, porque além de ter que desmantelar a organização criminosa, tem de descobrir quem está fazendo os vazamentos dentro da polícia federal, achei sensacional.
E apesar de não ter grandes rompantes durante a história, um poucos ápices de suspense, a leitura é bem agradável e prende do início ao final, porque ficamos tão ligados em tentar descobrir toda a trama e vale a pena, porque o final não é de se imaginar de forma alguma, achei bem inteligente da parte da escritora.
A meu ver poderia ter um pouco mais de trechos de ação e contendas, já que é um romance policial que envolve uma organização criminosa, o que não quer dizer que o livro não é bom, é excelente, só que a autora optou por uma escrita mais direta e enxuta.
Sinto cada vez mais orgulho de autores nacionais que sabem desenvolver um bom enredo, capaz de conquistar o leitor.
Recomendo a leitura!

NOTA : 4,80   DE 5,00

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SOBRE O AUTORA:

Foto -Cristiane Krumenauer


CRISTIANE KRUMENAUER é autora de O preço de uma vida; A Máscara de Flandres; Atrás do Crime; uma série intitulada Contos da Namíbia; Chamas da Noite; e Memória, Imaginação e Narração (NEA, 2014). É formada em Letras pela Unisinos, especialista em Literatura pela UFRGS e mestre em Linguagem, Interação e Processos de Aprendizagem pela UniRitter Laureate International Universities.
A autora gaúcha muda-se a cada dois anos, o que lhe propicia conhecer diferentes culturas não só de norte a sul do Brasil, como também internacionais – resultando em experiências que acabam refletidas em sua produção literária.
Em 2015, a autora residiu em Windhoek, Namíbia, vindo a colher histórias de pessoas de diferentes tribos da África. Desde então, a questão do preconceito toca no cerne do seu suspense, com obras que instigam o leitor a refletir sobre as mazelas sociais e sua relação com o crime.

CHEIRINHOS


RUDY




24/08/2017

E O CORREIO CHEGOU...#199 - ESCRITOR MANOEL SANTOS

Olá alegres e felizes!

Recebi o lançamento do escritor Manoel Santos - "O despertar uma saga em dois atos".

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Quero ler logo.

Obrogada Manoel!

cheirinhos
Rudy


PENSAMENTO DO DIA:

"A sabedoria de um homem não está em não errar, chorar, se angustiar e se fragilizar, mas em usar seu sofrimento como alicerce de sua maturidade." (Augusto Cury)



03/08/2017

RESENHA #50 - ”DESAFINADOS NO CORO DOS CONTENTES” (LITERATURA NACIONAL) - AGUINALDO TADEU

LIVRO:”DESAFINADOS NO CORO DOS CONTENTES” (LITERATURA NACIONAL)
AUTOR:AGUINALDO TADEU
EDITORA:GIOSTRI
PÁGINAS –170
1ª  EDIÇÃO 2014
CATEGORIA: LITERATURA BRASILEIRA
ASSUNTO: ROMANCE
ISBN: - 978-85-8108-469-5



CITAÇÃO:

“Por isso, muitos me chamam de maluco. Sou diferente, penso diferente e ajo diferente. Quero ser livre!
Minha natureza é ser livre.
Minha natureza é ser artista.” (pág.9)

Quero ter uma vida comum, mas quero também o direito de ser incomum. Mas não é fácil ser diferente. Todos te querem um ser comum. Todos te querem um ser igual a grande massa dos comuns. O diferente incomoda os acomodados. Acho que sou desafinado no coro dos contentes.” (pág. 10)

“Quero uma vida comum, mesmo sendo diferente, do meu jeito. Mas não é fácil ser diferente. Todos te querem igual. Todos te querem como a grande massa dos comuns. O diferente incomoda os acomodados. Acho que sou um desafinado no coro dos contentes.” (pág. 12)

“[...] Infelizes somos todos nós que não aproveitamos nosso tempo e não vivemos nossas vidas. Tinha vontade de gritar, mas me contive. Às vezes, é melhor ficar calado, para não ser incompreendido e julgado.” (pág. 20)

“[...] Todos nesse mundo ordinário de aparências só veem a casca. Somos o que parecemos ser.” (pág. 20)


ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Sapato social de cadarço e uma bota suja e velha.
Mostra a dualidade da realidade retratada no livro.
Feita por Michel Kennedy.

NOTA: 4,70 DE 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são amareladas com letras pretas um pouquinho acima da média que facilitam a leitura.
Conteúdo: agradecimento; dedicatória; sumário; e os capítulos com títulos.
Capítulos curtos e dinâmicos.
É uma diagramação simples, porém eficiente para leitura.
Feita por Karolyna Papoy.

NOTA: 4,80 de 5,00


- ESCRITA:

A narrativa descritiva é feita em primeira pessoa pelos protagonistas Arthur e Kimkimem capítulos intercalados entre eles.
Diálogos curtos e ágeis que facilitam o entendimento.
Linguagem bem contemporânea e corriqueira que traz identificação com o texto.
Pequenos erros de ortografia como separação de sílabas que não atrapalham o entendimento.
Revisão final de texto de Giostri Editora Ltda.

NOTA: 4,70 de 5,00


CITAÇÃO:

“Trabalhar todos os dias, cumprir sempre a mesma rotina, é uma espécie de escravidão moderna, consentida, incentivada, na qual o escravo vende suas ideias, seu tempo, suas energias e sua calma, por um punhado de dinheiro.” (pág. 21)

“[...] Todos nos querem iguais. Uma só massa humana. Com as mesmas ideias, as mesmas falas, os mesmos comportamentos. Eu penso diferente, falo diferente e ajo diferente. Isso irrita. Mas eu não fico nem um pouco perturbado. Já me acostumei com o mundo pequeno a minha volta.” (pág. 42)

“[...] Estou satisfeito do meu jeito e acho que os outros ditam, no coro dos contentes, não estão tão felizes assim. São escolhas. Nossa vida é feita de escolhas. Fazemos escolhas todos os dias, o tempo todo. E todas elas têm seu preço.” (pág. 43)

“[...] Graças a Deus, ainda tem gente boa nesse mundo. [...] Têm pessoas que são muito fracas de espírito. Quando sobem um degrau na escala social já se acham no direito de pisar naqueles que estão embaixo. Elas acham que na morte ter hierarquia como na vida. Coitadas. Esas pessoas bobas não sabem que no final, somos todos iguais. Tenho pena delas. Pena...” (pág. 89)

“[...] Uma pessoa que lâ sempre me desperta interesse. Um livro é um sinal de reconhecimento entre almas irmãs. Para mim, um livro nas mãos distingue as pessoas. [...]”(pág. 91)


SINOPSE:

“Um artista de rua, irreverente e de língua solta, que nem sempre agrada a todos com as coisas que diz sobre o que pensa do Brasil de hoje e das pessoas que o governam. Um funcionário público que na verdade gostaria de ser escritor. Duas vidas bem diferentes, que ao se cruzarem afetam diretamente uma à outra. Passada na Capital Federal, conectada à realidade do país, uma história cativante e surpreendente.”

CITAÇÃO:

“Ler e escrever caminham juntos. São as duas faces da mesma moeda. Não tem jeito, uma sempre puxa a outra. [...]” (pág. 100)

“[...] Sinto falta de seu colo. Saudade de mãe é a maior dor do mundo. [...]” (pág. 108)

[...] O Brasil todo, de certa forma, estava ali também. Pela primeira vez em muitos anos, o povo estava às ruas, cumprindo o seu papel de cidadão, cobrando o que está na nossa bandeira nacional: ordem e progresso.” (pág. 110)

“Durante esses dias, para passar o tempo, li compulsivamente. Ler sempre foi uma fuga nos momentos difíceis, uma atividade muito prazerosa, talvez uma das coisas mais gostosas da minha vida. Na companhia de um livro, não preciso de mais nada. A leitura por si só me basta. É o principal alimento para o meu coração perturbado.” (pág. 122)


RESUMO SINÓPTICO:

ARTHUR  mora numa quitinete minúscula em Brasília, desde que passou em concurso público e deixou a casa dos pais no interior de Minas. Tem três grandes paixões: a leitura, assistir os jogos do Náutico e as mulheres, embora não tenha encontrado a mulher ideal e vive em busca, sem compromisso sério com nenhuma. Vive insatisfeito com sua profissão, acredita que trabalhar muitas horas por dia, fazer atendimento, carimbar papéis não é o que deseja para si. Tem alma de escritor. Em suas viagens de metrô até o trabalho e no retorno para casa, faz suas leituras ao mesmo tempo que observa as pessoas e situações, que se tornam as personagens de seus escritos. Consegue sempre muita inspiração, porém nunca teve coragem de mostrar seus textos para niguém. Tem estabilidade profissional mas não é feliz!
Joaquim Venâncio, conhecido como KIMKIM, é um artista de rua, considerado um mendigo, embora quando trabalhasse como garçom, tenha conseguido comprar um lote distante e construído três cômodos, onde mora sem pagar aluguel. Diariamente coloca sua capa azul em cima de alguma fantasia improvisada, de acordo com as notícias políticas que retrata através de cartazes feitos por ele e seu cofre vermelho, onde arrecada o dinheiro para sobreviver no Setor Bancário na Galeria dos Estados. Inteligente, perspicaz, ‘antenado’, com presença de espírito e bom humor, leva para a população as notícias políticas e faz as pessoas rirem com suas caracterizações e jeito próprio de falar. Sua grande paixão são os livros. Nos momentos de descanso, senta-se sob uma frondosa arvora na Praça do Cebolão e lê, acompanhado do vira lata, que também mora na rua e Kimkim nomeou de Guido Mantega. É seu companheiro fiel.
Durante o horário de almoço, Arthur observa Kimkim com suas estripolias e comentários políticos espirituosos e ri muito. São momentos de alegria durante o dia. Kimkim por sua vez continua com a liberdade de se expressar nas ruas, embora algumas vezes, pessoas que se acham superiores, tendem a humilhá-lo e alguns até tentam agredi-lo fisicamente, ele não revida, já se acostumou a ser diferente e as pessoas não aceitam os diferentes. Em um desses dias onde quase foi agredido, Arthur consegue salvar Kimkim e passam a ser amigos. Arthur fica impressionado como um mendigo vive sempre com livro na mão e lê quando descansa. Tornaram-se confidentes e sempre que podiam, conversavam como velhos amigos.
Kimkim resolve que precisa de um emprego fixo e se determina a voltar aos estudos para prestar concurso. Deixa a rua e passa todos os dias a entregar currículos, fazer entrevista e estudar, entretanto,dois meses se passam e ele não consegue nada. Ao ligar a TV, vê grande movimentação na Esplanada dos Ministérios. O povo está fazendo uma grande manifestação contra o governo, todos de cara pintadas e gritando palavras de ordem. Pulou do sofá, deixou a tristeza de lado e percebeu que deveria participar da manifestação, era ‘sua praia’ e não poderia ficar de fora.
Arthur saiu do trabalho e viu aquela multidão de gente reunida na porta do Congresso Nacional e soube que não poderia ficar longe desse momento histórico, queria fazer parte desse momento de mudança no país. Ao longe viu Kimkim ser levantado e comandando o coro de pessoas que gritavam suas palavras de ordem, naquele momento percebeu que a multidão precisava ser comandada e Kimkim era esse comandante.
Momento único na vida de ambos. Arthur eufórico e empolgado, volta para casa com a cabeça fervilhando de ideias e coloca tudo no papel, escreve desembaladamente até a exaustão. No dia seguinte ao reler seu texto, viu que tinha escrito uma peça teatral e a personagem principal era inspirada em Kimkim.
A vida de ambos mudaria em breve e para melhor...

CITAÇÃO:

“[...] Mas acredito sempre que nossos sonhos têm a medida da nossa coragem.” (pág. 146)


“[...] Livre-se de seu medo e será feliz. O medo prende sua felicidade. Seu futuro depende de sua força de espírito e de sua coragem.” (pág. 152)

“[...] Acordei com um sorriso no rosto, que não saiu mais de mim o dia todo. Sonhar é meu combustível. Faz parte de minha essência. Sonhar sustenta minha vida.” (pág. 156)

“[...] Alguns até são felizes ali. Não quero criticá-los, pois cada um sabe a sua medida da felicidade. Eu estava infeliz lá e procurei mudar. Acreditei, venci meus medos, tive coragem, arregacei as mangas e fui à luta. Minha felicidade está no mundo da fantasia, dos sentimentos e dos sonhos. Levar uma vida comum, sem sentimentos e emoções, faz-me muito mal.” (pág. 165)


ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:


Já sabem, né? Tenho grande dificuldade em fazer resenhas de livros que gosto muito e com esse não é diferente, porque foi o melhor livro lido no ano até agora. Não é de autor conhecido, não é uma das fantasias ou romances que costumo ler, não vejo divulgação ou repercussão dele por aí, porém é um livro com que me identifiquei profundamente e traz questionamentos do que realmente queremos para nossa vida. Incentiva a busca da felicidade e de ir em busca dos sonhos. Que não devemos desistir dos nossos ideias e devemos ir em busca de realizá-los.
Não sei se conseguirei transmitir tudo que quero dizer, mas tentarei bravamente...
A primeira coisa a ser dita é que as personagens são muito bem caracterizadas, pessoas comuns que tornam a identificação plena e nos coloca dentro da história, vivendo junto com eles, cada momento, tanto de dor como de euforia. Particularmente me vi em Arthur: bancária concursada para conseguir a estabilidade financeira, leitora compulsiva que arrisca escrever seus textos na surdina, sem mostrar para ninguém e com certa insatisfação durante o período de trabalho, porque sabia que não era aquilo que queria para minha vida. Me vi completamente nele. Bem como me percebi em Kimkim em vários momentos... de bom humor, com piadas sarcásticas sobre política, coração leve, solidário, sem grandes ambição e amante da natureza e dos animais; então, como não embarcar de vez na história deles?
O texto intercalado entre um e outro protagonista, nos faz ir conhecendo aos poucos a história e personalidade de cada um deles. Texto bem escrito e espirituoso que mostra a realidade de muitas pessoas e torna a leitura mais crível e mesmo que em alguns momentos dolorosa, traz um tom hilário que a torna descontraída.
Mostra que o mais importante é irmos em busca de realização dos sonhos e ideias. Eles não cairão do céu de ficarmos acomodados e não tomarmos a decisão de mudar e correr atrás, mas que também o destino interfere às vezes, conspirando a favor de que não se acomoda e que vai em busca das realizações.
E por fim, traz um final que apesar de um pouco corrido e com uma pequena passagem de tempo, é fechado, com todas as questões esclarecidas, não deixando dúvidas e mostrando como tudo se encaixou perfeitamente. Na minha opinião, faltou apenas um único detalhe a ser esclarecido, que foi em relação a família de Kimkim, gostaria de ver mais sobre eles.
Claro que não consegui transmitir meus sentimentos com a leitura, é algo que cada leitor terá de sentir ao ler esse livro. O que posso dizer é que vale muito a pena. É uma grande injeção de ânimo para aqueles que não tem esperança de melhorar na vida. É um estímulo para a busca da felicidade nas pequenas coisas. É um refrigério para os momentos mais tensos da vida. Uma leitura deleite e de aprendizado.
Mais do que recomendado para todos, porque mesmo que já se sinta completo e satisfeito com sua vida, o que acho bem difícil, terá ao menos uma leitura atual e cheia de momentos hilários e descontraídos. Vai pode sentir-se um Desafinado no coro dos contentes...


NOTA : 5,00* de 5,00



SOBRE O AUTOR:

Minha foto


Aguinaldo Tadeu nasceu em Belo Horizonte e já morou em Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Carmópolis de Minas, Teresina, São Luís do Maranhão e, atualmente, anda meio perdido pelas tesourinhas de Brasília. É autor dos livros de poesias: De mineiro e louco, com mais um pouco (2006) e Enquanto eles jogam bombas (2009). Pela editora Giostri, é autor do livro de contos O dono do rádio (2011), vencedor da Bolsa de Criação Literária da Funarte, do romance Desafinados no coro dos contentes (2014) e do livro infantil A voz dourada das cidades (2017). Publicou crônicas e poesias em jornais, revistas e antologias. Gosta de livro, música, futebol, xadrez e viagens, tanto de olhos abertos quanto fechados. Gosta da poesia dos passarinhos, do encanto das flores e da maluquice dos loucos de todo o gênero que encontra pelas ruas. Gosta de contar e ouvir casos, os reais e os imaginários, tomando um café de rapadura à beira de um fogão à lenha. Acredita nas coisas mais simples da vida. Vive com a cabeça nas nuvens.

Exemplar cedido pela Oasys Cultural.


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CHEIRINHOS
RUDY



09/07/2017

RESENHA #45 - ”A VOZ DOURADA DAS CIDADES” (LITERATURA NACIONAL) - AGUINALDO TADEU

LIVRO:”A VOZ DOURADA DAS CIDADES” (LITERATURA NACIONAL)
AUTOR:AGUINALDO TADEU
ILUSTRADOR: EVANDRO MENEZES
EDITORA:GIOSTRI
PÁGINAS –32
1ª  EDIÇÃO 2017
CATEGORIA: LITERATURA INFANTIL
ASSUNTO: PROSA INFANTIL
ISBN: - 978-85-516-0033-7

A voz dourada das cidades


CITAÇÃO:”Nos seus sonhos, ele foi transportado para aquele tempo e para aquele lugar que via na história do livro.”(pág. 08)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Uma igreja ao fundo, um padre mais à frente e o menino caminhando à frente de todos, rodeado de pássaros.
A capa é bem condizente com todo enredo do livro.
Projeto gráfico completo: Evandro Menezes

NOTA: 5,00 DE 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:



A letras são pretas e grande, as folhas brancas e com ilustrações.
Dedicatória e a história.
Formato : 21 cm x 29 cm
Peso : 0.180
Editor responsável: Alex Giostri
Editor assistente: Fábio Costa
Projeto gráfico completo: Evandro Menezes

NOTA: 5,00 DE 5,00


- ESCRITA:

É narrativa descritiva em terceira pessoa, com diálogos dinâmicos e de fácil entendimento, principalmente porque é um livro voltado para o público infantil.
Sem erros ortográficos.
Revisão final de texto: Giostri Editora Ltda.

NOTA: 5,00 DE 5,00



CITAÇÃO:”O menino não conseguia sequer responder. Ele estava encantado com o espetáculo da sinfonia dos sinos de São João Del Rei. Não sabia o que dizer e começou a pular de alegria.” (pág.24)



SINOPSE:

“Um menino que gosta de ler acaba mergulhando na história, adormecendo e acordando em São João Del Rei, onde conhece os sinos, as igrejas, a arquitetura e a arte barrocas. O menino fica surpreso e encantado com a música, a beleza e a utilidade dos sinos na comunidade que desconhecia. Mais do que isso, descobre sons que não costumava perceber, somo os sinos, a música dos passarinhos e outras sutilezas que vamos perdendo ao viver em cidades grandes.”



RESUMO SINÓPTICO:

Era uma vez um menino sonhador que adora ler, ouvir, inventar e viver histórias.
Lia História do Brasil e ficava encantado. Escolhia um personagem da história para viver e imitava o personagem no seu mundo e no seu tempo. Admirava os heróis. Achava o tempo passado mais divertido que o tempo presente. Costumava viver em outros mundos, outros tempos e outras vidas.
Os pais incentivavam os sonhos da criança, pois o menino preferia as personagens dos livros do que os desenhos animados da TV.
Certa vez, deitado na cama lendo, dormiu...em seus sonhos foi transportado para o lugar da história: São João Del Rei.


 Uma cidade bonita, de muitas igrejas, crianças, cavalos, galinhas e pessoas andando pelas ruas. Não havia carros, fumaça e o garoto descobria novos sons que não conseguia ouvir na cidade grande.
Blém...blém...blém... Nunca tinha ouvido aquele som e escutou o padre o chamando, perguntou para ele que som era aquele e o padre lhe disse que era o som dos sinos...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

Acredito que cresci apenas em tamanho, largura e idade, porque o coração é completamente infantil e quando tenho oportunidade de ler uma obra do gênero, fico bem encantada com todo mundo criado pelo autor e deslumbrada com as ilustrações que tornam a leitura ainda mais lúdica.
A voz dourada das cidades é uma viagem imaginativa por cidades mineiras, através dos sonhos de um menino que gostava de ler. Junto com ele vamos descobrindo novos sons que ele não percebia por morar na cidade grande.
O livro mostra como acabamos perdendo a sutileza das pequenas coisas cotidianas, como o simples canto dos pássaros, abafados pelos sons das grandes metrópoles. Mostra que nossa percepção fica alterada pelas atividades agitadas das cidades grandes e perdemos a sutileza das pequenas coisas do passado, onde podíamos conhecer, perceber e vivenciar a natureza, a diversidade e os efeitos bons que traziam para nossas vidas.
Um livro com poucas páginas, porém com grandes ensinamentos, não apenas para as crianças, mas para nós adultos que perdemos com o tempo a sensibilidade dos pequenos sons que atingem a alma de forma inexorável e permitem que sintamos o quanto éramos felizes e nem percebíamos.
Leitura mais que recomendada.

NOTA : 5,00 de 5,00



SOBRE O AUTOR:


Aguinaldo Tadeu nasceu em Belo Horizonte e já morou em Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Carmópolis de Minas, Teresina, São Luís do Maranhão e, atualmente, anda meio perdido pelas tesourinhas de Brasília. É autor dos livros de poesias: De mineiro e louco, com mais um pouco (2006) e Enquanto eles jogam bombas (2009). Pela editora Giostri, é autor do livro de contos O dono do rádio (2011), vencedor da Bolsa de Criação Literária da Funarte, do romance Desafinados no coro dos contentes (2014) e do livro infantil A voz dourada das cidades (2017). Publicou crônicas e poesias em jornais, revistas e antologias. Gosta de livro, música, futebol, xadrez e viagens, tanto de olhos abertos quanto fechados. Gosta da poesia dos passarinhos, do encanto das flores e da maluquice dos loucos de todo o gênero que encontra pelas ruas. Gosta de contar e ouvir casos, os reais e os imaginários, tomando um café de rapadura à beira de um fogão à lenha. Acredita nas coisas mais simples da vida. Vive com a cabeça nas nuvens.

SOBRE O ILUSTRADOR:



Evandro Menezes é mineiro, escritor, ilustrador, blogueiro e designer gráfico. Começou criando fanzines que publicou no jornal de sua cidade. Trabalhou com comunicação visual para várias empresas publicitárias e mais tarde com design e desenvolvimento de produtos para a marca esportiva Finta. Já ilustrou mais de trinta obras literárias, entre as quais HQ’s, capas e infantis. Seus trabalhos mais recentes são as HQ’s Maidens Gladiatrix 1 e 2, também publicados pela Giostri.

CORTESIA OASYS CULTURAL.

CHEIRINHOS
RUDY