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26/02/2020

RESENHA #12 - “AQUELES QUE ABANDONAM OMELAS” - URSULA K. LE GUIN


LIVRO: “AQUELES QUE ABANDONAM OMELAS”
AUTORa: URSULA K. LE GUIN
EDITORA: MORRO BRANCO
PÁGINAS –21
CATEGORIA: CONTOS/LITERATURA ESTRANGEIRA
ASSUNTO: FICÇÃO/FANTASIA
ISBN: - 978-85-9279-591-7

Aqueles que abandonam Omelas

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

A capa é azul, com um figura masculina como se tivesse observando uma cidade ao fundo com uma lua no céu.

NOTA: 4,80  DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

Como é um conto, a história é toda corrida e não há divisões.

NOTA: 4,80  DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa desconhecida.
A linguagem é um tanto poética e de fácil entendimento.

NOTA: 4,80  DE 5,00

CITAÇÃO:

“[...] Mas, nem pastores dóceis, bons selvagens, utópicos mansos. Nas não havia nenhum rei. Eles não usavam espadas ou mantinham escravos. Não eram bárbaros. Não conheço as regras e leis de sua sociedade, mas suspeito que eram consideravelmente poucas. Assim como passavam bem sem a monarquia e a escravidão, iam em frente sem a bolsa de valores, a publicidade, a polícia secreta e a bomba. Ainda assim, repito: não eram pessoas simples, nem pastores dóceis, bons selvagens, utópicos mansos. Não eram menos complexos do que nós. O problema é que temos o péssimo hábito, encorajado por pessoas pedantes e sofisticadas, de considerar a felicidade uma coisa um tanto idiota. Apenas a dor é intelectual, apenas o mal, interessante. Eis a traição do artista: a recusa em admitir a banalidade do mal e o terrível fastio da dor. Se você não pode com eles, junte-se a eles. Se doer, repita. Mas louvar o desespero é condenar o prazer, abraçar a violência é perder o controle de todo o resto. Quase perdemos o controle; não podemos mais descrever um homem feliz, nem celebrar a alegria de qualquer maneira. Como posso falar sobre as pessoas de Omelas a vocês¿ Elas não foram crianças ingênuas e alegres, embora suas crianças sejam de fato, alegres. Eram adultos maduros, inteligentes, apaixonados, cujas vidas não foram desgraçadas.” (págs. 03/04)


SINOPSE:

“"Aqueles que abandonam Omelas" é ambientado em uma cidade onde a felicidade de todos depende da infelicidade de uma criança, presa na sujeira, escuridão e miséria. Até quando isso pode durar?”

RESUMO SINÓPTICO:

Omelas parece uma cidade de contos de fadas, um lugar distante e criada há muito tempo, um mundo de fantasias onde todos são felizes porque a felicidade é baseada em um discernimento justo sobre o que é necessário, o que não é necessário nem destrutivo, com luxo, conforto, de acordo com sua vontade, inclusive andar sem roupas, fazer sexo e todo conforto necessário.
Mas como pode existir um lugar assim¿ Tudo depende da infelicidade de uma criança...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Tive acesso a esse conto através do Projeto Cápsula da Editora Morro Branco, que traz alguns contos de alguns autores famosos. Acho um projeto sensacional, porque proporciona boa leitura para quem não tem acesso a livros e/ou para poder ter uma noção da escrita dos autores. Quem tiver interesse, basta acessar o link: https://editoramorrobranco.com.br/projeto-capsula/
O conto apesar de curto, traz um início bem ficcional mesmo, onde um local tudo é perfeito, as pessoas são livres, sem governantes para mandar ou dominar, onde se tem todo luxo e conforto e toda felicidade necessária.
Na metade do conto acabamos entendendo porque tudo isso é possível... Bem como percebemos o potencial da autora em mostrar as questões sociais e filosóficas, e, que mostra toda uma reflexão e questionamentos interiores para pensarmos sobre a felicidade.
Conto muito bem escrito e que recomendo para quem gosta do estilo.

NOTA : 4,40 DE 5,00

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SOBRE AUTORA:

Ursula Kroeber Le Guin, nascida Ursula Krober (Berkeley, Califórnia, Estados Unidos, 21 de Outubro de 1929 — Portland, Oregon, 22 de Janeiro de 2018), mais conhecida como Ursula K. Le Guin ou Ursula Le Guin, foi uma escritora, ficcionista, tradutora, poetisa, ensaísta e editora literária estadunidense. Em seus mais de cinquenta anos de carreira profissional, Le Guin publicou mais de cem obras, entre mais de cinquenta romances e dezenas de contos, ensaios e poemas. Seus trabalhos constantemente orbitam o gênero da ficção em seus mais diversos contextos e nuances, incluindo obras renomadas de ficção científica e de fantasia. A maioria de suas textos são ambientados em mundos alternativos e/ou secundários, e abordam questões complexas ligadas à política, filosofia, psicologia, etnografia, biologia, religião, antropologia e sexualidade e gênero. Em última análise, sua obra está repleta de referências às convicções feministas, anarquistas e taoístas da autora.


CHEIRINHOS

RUDY





25/08/2019

RESENHA #37 - “A PARÁBOLA DO SEMEADOR” - OCTAVIA E. BUTTLER


LIVRO:  “A PARÁBOLA DO SEMEADOR”
TÍTULO ORIGINAL: “PARABLE OF THE SOWER”
SÉRIE: ‘A PARÁBOLA DO SEMEADOR’
VOLUME 1
AUTORA: OCTAVIA E. BUTTLER
TRADUTOR: CAROLINA CAIRES COELHO
EDITORA: MORRO BRANCO
 PÁGINAS – 432
  EDIÇÃO 2018
CATEGORIA: LITERATURA AMERICANA
ASSUNTO: FICÇÃO DISTÓPICA
ISBN: -  978-85-9279-539-9

A Parábola do Semeador

CITAÇÃO:

“Nunca senti que estava inventando nada disso – nem o nome, Semente da Terra, nem nada relacionado. Ou seja, nunca senti que fosse algo diferente da realidade: descoberta em vez de invenção, exploração em vez de criação. Gostaria de poder acreditar que tudo foi sobrenatural e que tenho recebido mensagens de Deus. Mas não acredito nesse tipo de Deus. Só observo e faço anotações, tentando organizar as coisas de modos que sejam fortes, simples e diretos quando eu os sinto. Não consigo fazer isso. Tento, mas não consigo. Não sou tão boa assim como escritora nem poeta, nem com nada que preciso ser para isso. Não sei o que fazer a esse respeito. Às vezes fico desesperada. Estou melhorando, mas muito devagar.” (pág. 101)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Toda verde com uma planta rodeada por um círculo de fogo branco e ao lado um cidade destruída.
Apesar de achar a capa bem simples para uma distopia, é bem condizente com o enredo.
Design da capa: MECOB
Projeto gráfico e adaptação da capa: Luana Botelho
Imagens da capa: @Shutterstock.com

NOTA: 4,00 DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são aparelhadas com letras pretas e algumas páginas são pretas com letras brancas, algumas tem desenho de folhas brancas.
Conteúdo: desenhos; índice; dividido em anos (de 2024 à 2027), com pensamento do início dos capítulo referente a Semente da terá e todos são datados de forma crescente; uma conversa com Octavia E. Butler; e, Questões para discussão.
Acompanhamento editorial: Giovana Bomentre.
Imagens internas: @RuluByArt
Diagramação: Desenho Editorial.
Acabamento: Brochura
Peso: 444g

NOTA: 4,50  DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela protagonista principal com diálogos concorrentes que complementam a narrativa e pensamentos referentes a SEMENTE DA TERRA.
A linguagem é de fácil entendimento, embora existam alguns termos diferenciados de outras culturas, fáceis de serem compreendidos na decorrência da leitura.
Preparação: Taíssa Reis.
REvisão: Mellory Ferraz.

NOTA: 4,50 DE 5,00

CITAÇÃO:

“Só quando o sangue parou de escorrer que me senti mais segura. O coração do homem tinha bombeado toda a vida para o chão. Ele não poderia recobrar a consciência e me envolver em sua dor.” (pág. 234)


SINOPSE:

“Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social, nem mesmo os bairros murados estão seguros. Em uma noite de fogo e morte, Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, perde sua família, seu lar e se aventura pelas terras americanas desprotegidas. Mas o que começa como uma fuga pela sobrevivência acaba levando a algo muito maior: uma visão estonteante do destino humano ... e ao nascimento de uma nova fé.”

CITAÇÃO:

“A única defesa real contra o fuzil automático é se esconder e fazer silêncio.” (pág. 314)

“Não disse mais nada sobre armas e não pediu desculpas. Claro que não nos deixou. Para onde iria? Era um escravo fugido. Nós éramos a melhor coisa que ele tinha encontrado até então – o melhor que ele encontraria enquanto tivesse Doe consigo.” (pág. 387)

RESUMO SINÓPTICO:

No ano de 2024 o mundo está um caos. As pessoas vivem em pequenas comunidades escondidas através de muros e famílias numerosas dentro de uma mesma casa. O mundo está um caos total devido a crise ambiental, social e econômica. Poucos se arriscam além dos muros e quando os fazem, sempre estão prevenidos com armas, pois há vários indigentes e drogados nas ruas, à espreita para atacar os transeuntes que ainda se arriscam para trabalhar fora de seus muros.
LAUREN OLAMINA acaba de completar 15 anos e vive em uma dessas comunidades por trás dos muros com o pai, que é reverendo e professor, a madrasta que a criou desde pequena, porém não tem tanto apreço por ela, e, quatro meio-irmãos, todos homens entre 8 e 12 anos. KEITH é o irmão mais velho e o queridinho da mãe que não percebe a má índole do filho. Lauren tem um defeito genético transmitido por sua mãe biológica devido às drogas que tomava, Lauren é uma COMPARTILHADORA, ou seja, ela sente o que as outras pessoas sentem, sejam prazer, que já não existe muito ou dor, o que a tona bem vulnerável.
Em um dos poucos dias que o pai sai para lecionar, acaba não voltando para casa e todos ficam desesperado, pois já tinham perdido Keith quando ele resolveu sair de casa e viver nas ruas. Não tinham mais como se manterem e teriam de viver apenas do que plantavam e de trocas que poderiam fazer com os vizinhos. Lauren sempre precavida e prevendo o possível caos dentro dos muros, mantinha uma mochila sempre pronta com o essencial para se chegar em outro lugar e sobreviver, além de algum dinheiro que mantinha escondido.
Os marginais entram pelos muros e incendeiam as casas atrás do muro onde Lauren viviam, um novo tipo de droga que os deixava ‘loucos’ pelo fogo chamada ‘piro” os dominam totalmente. Os indigentes quando veem as casa pegando fogo, correm para roubar tudo que podem desde roupa, comida até dinheiro. Nesse ataque Lauren perde a madrasta e os irmãos. Teve de fugir às pressas com sua mochila de emergência e enfrentar a estrada em busca de outros lugares que possam servir de moradia. Missão quase impossível.
Lauren escrevia sobre uma nova religião que observava sobre e anotava tudo. Ao longo do caminho, passou por várias provações e dificuldades, mas aos poucos o número de adeptos (aparentes) e seguidores, vão aumentando até que encontram um local onde poderão construir uma nova comunidade e perpetuar a nova religião...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

Não conhecia a autora e gostei muito de toda ficção criada por ela, principalmente porque a distopia criada é muito parecida com nossa possível realidade em breve, onde não poderemos sair de casa sem medo (se é que já não acontece). É uma previsão de um futuro próximo e mesmo que nos assombre ao fazer a leitura, sabemos que poderá acontecer.
Miséria, fome, violência física e psicológica, drogas, escravidão, falta de emprego, ambição governamental, caos... É o que encontraremos nesse livro, mas também, esperança, fé ou crença, amor e força de vontade que impulsionarão a uma mudança. Claro que toda mudança é lenta e por vezes pode ser radical, mas espero que aconteça nos próprios volume da série.
É um livro pesado de ser lido, porque a verdade fica escancarada sobre nosso próprio futuro, entretanto, é uma ficção e como tal, acredito que em alguns pontos a autora exagerou um pouco, dando tanta ‘força’ para um jovem protagonista, mesmo sendo bonita, inteligente e jovem. Poderia ter colocado um (a) protagonista um pouco mais maduro, afinal, ela viveu por trás dos muitos durante quase a vida toda e não tinha experiência das ruas, ainda assim, foi bem sucedida em sua empreitada de fuga. Algumas outras coisas foram também exageradas e de certa forma sem sentido, pelo menos para esse primeiro volume, quem sabe possam ter sido inseridas aqui e serão explicados nos próximos.
Admirei a ousadia e coragem da autora, porque colocou seus próprios medos e dúvidas no livro, principalmente ao questionar as religiões e os governos em tempo de crise, questionamentos sobre busca pessoal, seus objetivos de vida e qual o real sentido de tudo. Nos faz questionar nossa própria vida e existência, mesmo sendo uma distopia ficcional.
Livro muito bom que recomendo para quem gosta do estilo.
Agora pretendo ler as continuações, assim espero.

NOTA : 4,80 DE 5,00

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SOBRE A AUTORA:

Foto -Octavia Estelle Butler

Filha de um engraxate e uma empregada doméstica, a Grande Dama da Ficção Científica nasceu na Califórnia, em 1947. Aos 12 anos, assistiu ao filme “A Garota Diabólica de Marte”, que era tão ruim, mas tão ruim, que mudou completamente sua vida. Octavia decidiu que contaria histórias melhores do que aquela e assim começou sua jornada como escritora. A autora precisou lutar contra a pobreza, a dislexia e o racismo para receber um diploma universitário e foi a primeira mulher negra norte-americana a conquistar o sucesso em uma área da literatura dominada por homens: a ficção científica.
Ao longo de sua carreira, foi laureada com o MacArthur Fellowship, Hugo, Nebula e Locus Awards, além de ser indicada mais de 20 vezes à prêmios. Representava em seus livros heroínas negras e explorava temas como raça, empoderamento feminino, divisão de classe, sexualidade e escravidão. Em 2010, quatro anos após sua morte, foi inserida no Hall da Fama da Ficção Científica, em Seattle.
Sua obra continua tão relevante, que ainda hoje é objeto de estudo e seu trabalho e vida ganharam uma magnifica exposição na The Huntington Library, na Califórnia.

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