Esta é uma história real. Todas as pessoas nela, todos os eventos, reviravoltas e coincidências incríveis vieram de fontes históricas. Quem dera não fosse real, quem dera nunca tivesse ocorrido, considerando quão terríveis e dolorosos são alguns de seus episódios. Mas tudo isso aconteceu e está na memória dos que ainda estão vivos.
Há muitos relatos sobre o Holocausto, mas não um como este. Ao mesmo tempo que a história de Gustav e Fritz Kleinmann, pai e filho, contém elementos de todas as demais, ela é bem diferente. Pouquíssimos judeus foram para campos de concentração nazistas nas primeiras detenções em massa, no fim da década de 1930, e conseguiram sobreviver até a Solução Final e a libertação. E, até onde sei, nenhuma dupla de pai e filho conheceu todo o inferno junto, do início ao fim — presenciando desde a ocupação nazista até Buchenwald, Auschwitz e a resistência dos prisioneiros contra a ss, as marchas da morte e depois Mauthausen, Mittelbau-Dora, Bergen-Belsen —, e voltou para contar a história. Certamente, ninguém que tenha deixado um registro escrito. A sorte e a coragem tiveram seu papel, mas o que no fim manteve Gustav e Fritz vivos foi seu amor e sua devoção mútuos. “O menino é minha maior alegria”, escreveu Gustav em seu diário secreto, em Buchenwald. “Damos força um ao outro. Somos um, inseparáveis.” Essa ligação passou pelo teste supremo um ano depois, quando Gustav estava a caminho de Auschwitz — praticamente uma sentença de morte — e Fritz decidiu abrir mão da própria segurança para acompanhá-lo.
É com todo o meu coração que trago à luz essa narrativa. Ela deve ser lida como um romance. Considero-me tanto um contador de histórias quanto historiador, e não precisei inventar nem embelezar nada; até os fragmentos de diálogo são citações ou reconstruções baseados em fontes primárias. A principal delas é o diário dos campos de concentração escrito por Gustav Kleinmann entre outubro de 1939 e julho de 1945, suplementado pelo livro de memórias de Fritz e pelas entrevistas que concedeu em 1997. Nenhuma dessas fontes é uma leitura fácil, seja no nível emocional, seja no literário — o diário, escrito sob circunstâncias extremas, é truncado, com frequência faz alusões crípticas a coisas além do conhecimento do leitor geral (até historiadores do Holocausto tiveram de consultar obras de referência para interpretar algumas passagens). A motivação de Gustav ao escrever não era fazer um registro, mas preservar a própria sanidade — suas referências eram compreensíveis para ele, na época. Uma vez desvendado, seu diário oferece uma visão rica e angustiante de como era viver sob o Holocausto semana após semana, mês após mês, ano após ano. De forma surpreendente, os escritos revelam a força insuperável e o espírito otimista de Gustav: “todo dia faço uma oração em pensamento”, escreveu Gustav, no sexto ano de seu cativeiro: “Gustl, não se desespere. Aguente firme — os assassinos da SS não podem destruir você”.
Entrevistas com membros vivos da família forneceram detalhes pessoais adicionais. Tudo — da vida em Viena na década de 1930 ao funcionamento dos campos e às pessoas envolvidas — foi respaldado em extensa pesquisa de documentos, incluindo depoimentos de sobreviventes, registros dos campos e outros documentos oficiais que comprovam do início ao fim a veracidade do relato, até mesmo os episódios mais extraordinários e inacreditáveis.
Jeremy Dronfield
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Quantas novidades hein!!
ResponderExcluirA gente fica até com o core acelerado!
boas leituras, bjs!
Ana!
ExcluirDá até uma taquicardia, né?kkkk
cheirinhos
Rudy
Olá Rudy!!
ResponderExcluirMuitos livros bons e pouco dim dim pra comprar, mas adoro saber das novidades e conhecer os lançamentos!!
Lucia!
ExcluirChega dá uma frustração, né?
cheirinhos
Rudy
Olá Rudy! Doida por esse livro, Agir e Pensar como um Gato, Darkside e Arqueiro sempre estão na minha lista de desejados
ResponderExcluirBjs
Mi!
ExcluirSão tantos bons que nem sei quais escolheria.
cheirinhos
Rudy