15/02/2025

BRINDES E AMOSTRAS GRÁTIS #02 - VELA e REVISTA.

 Olá alegre e felizes!


Recebi Vela da MARIA RAINHA DOS CORAÇÕES.




REVISTA DEVOTO MIRINS.






Obrigada.


cheirinhos

Rudy




14/02/2025

REFLEXÕES DIÁRIAS E ESPIRITUAIS #12 - 14/02 - Amor Divino E PAZ INALCANÇAVEL




" Desejamos a paz de não nos preocuparmos com dinheiro, de termos saúde, tempo e uma vida sem conflitos ou chateações. Essas são as “pazes” que o mundo entende e pode oferecer. Mas Deus não nos promete nenhuma delas. Em vez disso, ele nos dá algo muito maior: uma paz inalcançável, que o mundo não pode dar nem compreender.

O apóstolo Paulo escreve: “A paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7). A paz de Deus nos garante que, mesmo na falta de dinheiro, saúde ou tempo, mesmo em meio a dificuldades e conflitos, ainda temos em Jesus motivo para sorrir e viver em paz. Pois unidos com Cristo, viveremos com ele na paz eterna."

Oração: Querido Deus, obrigado pela paz que só tu podes dar. Por Jesus. Amém.

Leia em sua Bíblia: Filipenses 4.1-7 — Compartilhe #HoraLuterana


"Ele é o mais próximo dos que estão próximos, o mais querido entre os queridos. Ame-O como o avarento ama o dinheiro, como um homem apaixonado ama a sua amada, como a pessoa que está se afogando ama a respiração. Quando ansiar por Deus com intensidade, Ele virá a você."

(Paramahansa Yogananda, "Assim Falava Paramahansa Yogananda")


CHEIRINHOS

RUDY




DIVULGAÇÃO DE PARCEIROS #04 - GRUPO EDITORIAL SCORTECCI - PROJETO LIVROS PARA TODOS

 

O objetivo do projeto LIVROS PARA TODOS é contribuir para o desenvolvimento social, cultural e educacional do Brasil.

São realizadas ações para: promover o debate sobre a importância do livro e da democratização do acesso a esse bem cultural; incentivar o hábito de leitura e a formação de leitores; e contribuir para a formação e a ampliação do acervo de bibliotecas públicas e comunitárias. 

O projeto LIVROS PARA TODOS contempla também associações culturais, academias e grupos literários, escolas, universidades, ONGs e entidades, sem fim lucrativo.

Trabalho voluntário de amor e respeito ao livro. Colabore. Junte-se a nós!


APOIADORES

renasseinceUBEaps

13/02/2025

REFLEXÕES DIÁRIAS E ESPIRITUAIS #11 - 13/02 - Amor Divino E DIA DO RÁDIO


 "Hoje é comemorado o Dia Mundial do Rádio. Não é necessário ser da área de “comunicação” para perceber o quanto o rádio revolucionou a maneira como lidamos com as informações. Mesmo sem ser radialistas, quando se trata da palavra de Deus, todos nós podemos ser grandes comunicadores do amor de Jesus. Paulo escreve: “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem” (Ef 4.29). Você pode usar suas palavras e ações, bem como todos meios de comunicação atuais, para compartilhar o amor de Deus e fazer deste dia um marco na história de alguém."

Que as transformações que Jesus já fez em você possam ser como ondas sonoras neste mundo, alcançando outras frequências de vida que ainda não conhecem o caminho, a verdade e a vida.

Oração: Senhor Deus, usa-me como ondas sonoras que transmitem teu amor a todos. Em nome de Jesus. Amém.


"Deus não o forçará a desejá-Lo acima de tudo, porque Ele quer que o seu amor seja oferecido livremente, sem nenhuma espécie de "sugestão". Eis todo o segredo do jogo deste universo. Aquele que nos criou anseia por nosso amor. Ele quer que Lhe entreguemos nosso amor espontaneamente, sem que Ele peça. Nosso amor é a única coisa que Deus não possui, a menos que queiramos concedê-los. Assim, veja você, até o Senhor tem algo a obter: nosso amor. E jamais seremos felizes enquanto não Lhe dermos esse amor."

(Paramahansa Yogananda, "Como Falar com Deus")


CHEIRINHOS

RUDY




DIVULGAÇÃO DE EDITORAS #05 - HARPERCOLLINS, VIDA E CONSCIÊNCIA, PANDORGA, ALEPH, DARKSIDE, GALUBA.

 Olá alegres e felizes!


Novidade das editoras.


01-) HARPERCOLLINS:





02-) VIDA E CONSCIÊNCIA:




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04-) ALEPH:



05-) DARKSIDE:


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06-) GALUBA:


February 10, 2025   |   Leia Online

Comece a ler O Cavalheiro Pirata

Um romance de época cheio de reviravoltas

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Sinopse:

Um pirata, uma freira, um sequestro e muitas declarações de amor.

Quando a irmã ficou noiva do grande amor de Lady Isobel, esta resolveu se isolar em um convento e dedicar sua vida ao Senhor.

Aidan é um pirata acostumado a lutar até as últimas consequências para ter tudo o que deseja. Quando a senhorita por quem estava apaixonado resolveu se casar com seu irmão, Aidan decidiu que impediria o casamento a qualquer custo.

Porém tudo muda quando o destino desses dois se cruzam.

Esse livro é o segundo na série Amores Trocados, porém pode ser lido de forma independente.

 

Introdução

Atlântico Norte.

1722, o ano de Nosso Senhor.

A rota para as Índias Ocidentais era uma das mais perigosas da época, especialmente para um galeão carregado de algodão, café, tabaco ou açúcar. Não importava a que rei serviam, todos tinham um predador. Os navios mais procurados pelos piratas eram os que transportavam escravos porque eram os que deixavam o melhor espólio.

Naquele dia de janeiro, o sol mal apontava no céu, quando a batalha começou. Dois galeões: um espanhol e outro inglês. O espanhol pertencia a um dos piratas mais sanguinários conhecidos até hoje, enquanto o outro pertencia a um nobre inglês que teve a infelicidade de cruzar o caminho do espanhol.

No entanto, quando parecia que tudo estava perdido e que os ingleses seriam violados da maneira mais vil, um terceiro galeão apareceu pela retaguarda e disparou um canhão contra o navio pirata.

Os ingleses observaram como um segundo tiro quase derrubou um dos mastros do barco espanhol, o que fez com que ele manobrasse para se retirar depois de mais alguns disparos. Porém, logo viram que não estavam em situação melhor do que antes. O terceiro navio também era pirata e, como visto, mais feroz que o anterior.

Em questão de minutos, se viram emparelhados pelo terceiro barco. Parte da tripulação pirata – espadas em mãos – embarcou no galeão inglês, mesmo assim, não fizeram nenhuma ameaça de subjugá-los; limitaram-se a caminhar entre eles, observando-os à distância como uma águia à sua presa até que um último homem saltou no convés. O golpe seco de suas botas atingindo a madeira assustou mais de um, mas foi a dureza de suas feições que os fez tremer.

Não era o primeiro ataque pirata que sofriam, isso era rotineiro nas águas do Atlântico, mas era a primeira vez que enfrentavam a lenda. Porque a máscara que cobria um quarto do rosto do pirata não deixava dúvidas sobre sua identidade.

O último pensamento coerente da tripulação – antes de fazer todas as orações que conheciam – foi que estavam em frente ao capitão da Geena.

Capítulo 1

Monte de St. Michael, na costa da Cornualha.

Início de março de 1725, o ano de Nosso Senhor.

 

A jovem fechou o livro que estava lendo até alguns segundos atrás e ergueu o olhar da cor da grama molhada para se dirigir ao público que a escutava.

— Isso é tudo por hoje, pequeninos — anunciou com um sorriso brilhando em seu rosto.

Assim que terminou a frase, as pouco mais de dez crianças que estavam sentadas no chão, amontoadas ao seu redor, começaram a se levantar. Se despediram em um emaranhado de braços e pernas.

Ela os viu correndo pelo pátio do priorado e um sorriso gentil suavizou sua expressão. O lugar era o lar de dezenas de crianças que foram acolhidas pela Irmã Maria, uma mulher gentil que dirigia o convento que acabou por se tornar um orfanato.

Há vários invernos que, três vezes por semana, a jovem ajudava as freiras na preparação de conservas; chegava à terceira hora e saía pouco antes da nona, depois de ler para as crianças algumas das passagens de Os contos da mãe ganso, um punhado de histórias que repetira tantas vezes que já as conhecia de cor. Ela balançou a cabeça com pesar, desejando que tivesse dinheiro suficiente para comprar pelo menos mais um livro para poder contar outra história.

Seus olhos verdes olharam em volta. O lugar ficava na parte mais alta da ilha e tinha excelentes vistas, porém, este canto isolado era seu lugar favorito. Adorava sentar-se à sombra da árvore centenária e tirar sorrisos dos pequenos com suas leituras. No entanto, eram esses momentos de solidão que ela mais valorizava. Ali tinha privacidade suficiente para se perder em seus pensamentos enquanto admirava o balanço das ondas.

Tinha nove anos quando visitou a ilha pela primeira vez. Quando o dinheiro não foi mais suficiente para pagar o ensino particular, sua mãe levou ela e a irmã para terem aulas com as freiras. Gostou do lugar imediatamente. Tinha uma grande extensão de terra que podia percorrer, brincar e liberar toda aquela energia infantil que precisava manter sob controle em outros espaços. Ela e a irmã passaram dias memoráveis lá, quando ainda eram inseparáveis; antes de sua irmã partir para Bristol.

Uma careta ofuscou sua expressão ao pensar nela.

Ergueu o rosto para o céu e se perdeu por alguns segundos nos fracos raios de sol que se filtravam pelos galhos da árvore sob a qual estava se abrigando. Fechou os olhos por um momento e, quando os abriu novamente, todos os vestígios de tristeza desapareceram.

Depois de alguns minutos, se levantou do banco de pedra e sacudiu as saias. Sempre ficava cheia de poeira e com a parte de baixo manchada de verde pela grama úmida. Com o livro na mão e a bolsa pendurada no punho, percorreu o caminho contornado com altas sebes na direção do antigo convento.

Ouvindo o primeiro sino que dava o aviso para as Vésperas, sabia que não tinha tempo de se despedir da Irmã Maria. Pelo visto, havia demorado mais do que deveria em suas meditações. Se ela não se apressasse, talvez tivesse que passar a noite no priorado, porque seu transporte para o continente sairia em pouco tempo. Uma noite na apertada cela não era tentadora, embora não fosse a primeira vez.

Ela viu ao longe o pequeno barco que estava pronto para partir, então com uma mão pegou o vestido e apressou o passo a tal ponto que quase se tornou uma pequena corrida que poderia custar-lhe a vida se tropeçasse. O caminho para a praia era uma encosta íngreme – e uma velha conhecida de seus joelhos – quando chegou à plataforma de madeira que servia como um cais estava suada e com algumas mexas loiras presas à testa e ao pescoço. O chapéu estava pendurado nas costas, mal sustentado por uma alça de cor framboesa desbotada que aguentou amarrada ao pescoço durante a maratona da descida. Ela ficou ao lado do barco, permitindo-se alguns minutos para recuperar o fôlego. Suas bochechas pálidas coloridas por um rubor suave.

— Atrasada de novo, condessa? — O barqueiro, um homem de cinquenta e poucos anos, levantou-se de seu lugar na ponta do pequeno barco e se esticou para ajudá-la a subir.

— O tempo… Edward — respondeu, entrecortando as palavras, segurando a mão calejada que o homem lhe ofereceu. — O tempo é que me abandona e não me espera.

O homem soltou uma risada áspera e rouca.

— Então a senhorita terá que aprender a voar — A barba abundante e grisalha do homem mal deixou seu sorriso aparecer.

A jovem se acomodou na tábua precária que cruzava o barco de um lado ao outro. Em suas primeiras viagens, acabou caindo sentada no chão, fez um emaranhado com saias, mas agora podia até ficar reta sem precisar segurar nas extremidades do barco como se sua vida dependesse disso. Ainda ficava um pouco mareada, especialmente quando o mar não estava cooperando e balançava o pequeno barco por capricho e à sua maneira. Felizmente, naquele dia o mar estava calmo.

A cada remada de Edward, a costa da Cornualha se aproximava um pouco mais. Ela direcionou o olhar para oeste, onde o sol já começava a alaranjar o céu. Mais algumas remadas e chegaria ao continente em um horário que o céu ainda está claro, então é seguro para caminhar até sua casa no centro do povoado. O inverno estava cada dia mais próximo do fim, mas ainda não podiam aproveitar as horas extras de luz do dia que a primavera traria.

Uma gaivota voando baixo chamou sua atenção enquanto passava sobre eles. O pássaro fazia piruetas e grasnava, todo o céu era dele naquele momento.

Aprender a voar, as palavras de Edward voltaram à sua mente, tirando-lhe um suspiro triste.

Ela não queria voar. Sequer queria deixar sua pequena vila de pescadores. Havia apenas uma coisa que ansiava na vida, algo que desejava com toda a força de seu coração e que, no entanto, lhe era negado. Talvez seja por isso que ela gostava tanto de conviver com as crianças do priorado.

Alguns metros depois, o barco tremeu um pouco, um sinal de que acabara de atracar.

— Às suas ordens, condessa — Edward se levantou e caminhou em sua direção, colocando em risco a integridade física do barco, e a sua também, é claro.

Com a agilidade que só a prática poderia dar, a jovem pulou do barco para a plataforma de madeira que servia de doca.

— Senhorita, graças ao Senhor que chegou. Minha alma estava por um fio! — Exclamou uma jovem de pé ao seu lado.

— Obrigada, Edward — Sorriu para o homem e depois se dirigiu à jovem: — Ora, ora, não exagere.

A mocinha fez uma careta e seguiu sua senhora, que já estava avançando na plataforma.

— Sua mãe me repreendeu por não a acompanhar até a ilha, mas eu respondi que não é minha culpa se não quer me levar.

— Não é que eu não queira levá-la, Jane. Sabe bem que o velho barco de Edward não suportaria mais peso.

— Eu sou sua criada, meu dever é acompanhá-la aonde quer que vá. Uma senhorita de sua classe não deve andar sozinha.

A jovem apertou os lábios para não rir do tom pomposo da criada.

— Pare de imitar minha mãe, um dia desses ela vai te ouvir e não vai ser nada agradável.

Jane sorriu, sabendo que se isso acontecesse, a senhorita a defenderia.

— Ela não está aqui, anda muito ocupada com os preparativos para receber a sua irmã.

— Disse quando vai chegar? — A excitação em sua voz fez Jane olhar para o céu.

— Ao meio-dia chegou um mensageiro. Depois disso, sua mãe se tornou como uma galinha com pintinhos, só faltava bater as asas.

A jovem reprimiu uma risada. Não seria muito leal da parte dela rir da própria mãe.

— Essa língua, Jane. Eu já te disse que precisa aprender a controlá-la.

— Mas eu estou me controlando! Eu nem disse um décimo de tudo o que se passa pela minha mente.

Lady Wilton balançou a cabeça de um lado para o outro. Sua criada era um caso perdido.

Jane correu o último trecho até a casa e bateu na porta da frente. Quando lady Isobel a alcançou, outra donzela já a abria por dentro.

— Minha mãe? — Perguntou a Ruth, a criada que abriu.

— A aguarda na sala de bordado — respondeu ela, parada ao lado da porta.

A jovem sorriu para Ruth em gratidão e foi para a sala mencionada, que não era nada mais do que um pequeno cômodo com duas poltronas que tinham visto seus melhores dias muitos invernos atrás. No entanto, sua mãe gostava de chamá-lo assim. Talvez fosse sua maneira de lidar com sua condição empobrecida. Ela era filha de um conde e viúva de outro, no entanto, as propriedades e o dinheiro estavam ligados aos títulos e, para sua infelicidade, lady Emily Wilton só procriou mulheres, nenhum homem que herdasse o título de marido, então, após a morte dele, perderam sua posição e riqueza.

Mesmo assim, seu pai, o antigo conde, não as deixou completamente desamparadas. Ele lhes deixou aquela casa e um dote modesto para cada uma; além de uma pequena fortuna para o sustento da família. Tudo isso teria sido suficiente para viver sem apertos se sua mãe não tivesse desperdiçado. No início, ela se recusou a deixar Pembroke e seus amigos, então alugou uma casa para continuar sua vida lá, fingindo que eram tão ricas quanto antes. Até que o dinheiro do dote começou a acabar e sua mãe decidiu deixar a cidade e se retirar para a Cornualha, mais para se salvar da humilhação de todos descobrirem que estavam falidas do que por preocupação com a escassez.

Lady Isobel tinha quase nove anos quando se estabeleceram em sua nova residência na Cornualha. A casa não era grande, mas como por quatro temporadas não pagaram a manutenção de que precisava, o resto do dote serviu para deixá-la habitável e contratar serviçais.

A única coisa que sobrou era o dote de Amelie, que era intocável porque sua mãe tinha todas as esperanças de que sua filha mais nova arrumasse um casamento vantajoso. Se não pudesse casar as duas, pelo menos uma se casaria bem.

Ela parou na soleira e observou a face da mãe, sentada com as costas retas e o bordado no colo. Seu cabelo castanho estava preso em um coque apertado e elaborado, alguns cachos adornavam seu rosto, no entanto, não conseguiam suavizar o severo olhar que tinha naquele momento. Ela estava vestida de azul escuro; desde a morte de seu pai – causada por umas febres – não a tinha visto usar nenhuma cor clara.

— Chamou-me, mãe? — perguntou da soleira da porta.

Lady Emily ergueu a cabeça, só um pouco, e concentrou o olhar em sua filha mais velha. Inspecionou-a de cabo a rabo, como sempre fazia. Saia enrugada e suja, os cabelos dourados encaracolados saíam por toda parte como se ela tivesse passado as mãos pela cabeça muitas vezes, o chapéu mal colocado e o rosto avermelhado. Se não se tratasse de Isobel, sua inocente Isobel, pensaria que estava vindo de um encontro amoroso clandestino.

Balançou a cabeça. Sua querida filha era um caso perdido.

— Entre, querida — Colocou o bordado de lado, na mesa de centro.

A jovem quase exalou de alívio quando o escrutínio terminou. Caminhou até o sofá de três lugares que estava livre e se acomodou lá, esperando o que sua mãe tinha para lhe dizer.

— Recebi uma carta de sua irmã — lady Emily começou —, ela chegará em três semanas.

Lady Isobel sorriu. Embora Amelie e ela não estivessem mais tão próximas, ficava feliz com sua visita.

— Quanto tempo ela planeja ficar?

Sua mãe murmurou um pouco e a olhou com expectativa.

— Pediram a mão dela, e…

— Isso é maravilhoso, mãe!

Lady Isobel não escondeu a emoção que a notícia lhe causou. Sua irmã havia deixado a casa materna aos quinze anos para se instruir como dama sob a tutela da marquesa de Bristol, sua tia por parte de pai. Lady Bristol se ofereceu para cuidar da irmã mais nova quando ficou claro que lady Emily não seria capaz de lhe dar uma temporada social em Londres. Como lady Isobel não tinha mais um dote, ela foi descartada do convite original.

Lady Amelie foi apresentada à sociedade há duas temporadas e, embora fosse popular entre os cavalheiros, nenhum pediu sua mão, para a decepção de sua mãe.

— Já marcaram uma data? Quem é o sortudo? — Ela perguntou, inclinando-se para frente, ansiosa para ouvir todas as informações que sua mãe tinha.

Lady Emily esticou os lábios em um sorriso tenso. Qualquer um diria que ela deveria estar exultante com o noivado, mas como ela poderia estar feliz sabendo que a notícia quebraria o coração de sua filha mais velha?  A mãe apertou as mãos no colo e tomou um pouco de ar antes de responder.

— O duque de Grafton.

A condessa viúva de Pembroke testemunhou a palidez no rosto da filha com toda a serenidade que cultivou em seus pouco mais de quarenta anos de vida. Ela sabia, sempre soube. Mesmo que sua filhinha disfarçasse toda vez que o nome do duque surgia.

— O duque de Grafton? — repetiu lady Isobel.

Talvez ela tenha ouvido errado e sua irmã não se casaria com o único homem que ela amava desde que era criança. O homem que, ainda quando era apenas um adolescente, roubou seu coração em uma tarde de verão.

Para sua infelicidade, lady Emily assentiu, demolindo com o gesto o pequeno vislumbre de esperança que se erguia timidamente em seu peito.

— O casamento será realizado após a Páscoa.

Lady Isobel arregalou os olhos após ouvir a notícia. Uma dor aguda perfurou seu coração. Estavam na Quaresma, quase nada faltava para a Páscoa. A realidade devastadora entrou em sua mente atordoada.

Ele ia se casar.

Não houve mal-entendido nem engano.

Ele ia se casar… com alguém que não era ela.

Nem queria pensar no fato de que a mulher com quem se casaria era sua irmã Amelie, sua amiga e companheira de brincadeiras, sua confidente; se o fizesse, entraria em colapso ali mesmo.

Sua visão ficou turva e ela não percebeu que estava chorando até lady Emily se sentar ao lado dela e começar a limpar as bochechas com o lenço de renda. O gesto de ternura da mãe, longe de consolá-la, aumentou sua dor. Queria chorar no colo da mãe. Voltar aos tempos em que era criança e adormecer enquanto sua mãe acariciava seus cabelos, queria acordar e perceber que foi tudo um pesadelo.

— Sinto muito, querida — Lady Emily gentilmente acariciou as bochechas úmidas de sua filha mais velha. — Se eu pudesse evitar, você sabe que…

— Tudo bem, mãe — interrompeu Isobel. Respirou fundo e se forçou a se acalmar. Não podia deixar-se levar pela dor na presença de sua mãe, e lançar um fardo que ela não merecia. — Não é sua culpa. Ele sempre me tratou como uma irmãzinha.

Lady Emily deu um sorriso frágil. O que lady Isobel disse era verdade. O duque de Grafton – que era filho de uma prima distante –, nunca demonstrou nenhum interesse romântico por ela. Desde a primeira vez que se encontraram quando chegou a Marazion, ele a tratou com bondade, até mesmo carinho, mas nunca demonstrou amor romântico por ela, mesmo quando tinham idade suficiente para fazê-lo. No entanto, talvez fossem essas atenções que ele não dava a outras garotas que confundiram o pobre coração de sua garotinha.

O duque também não demonstrou sentimentos por lady Amelie durante o tempo em que ela ainda vivia com elas, embora, é claro, naquela época sua filha mais nova ainda fosse uma garota e não tinha idade suficiente para ser apresentada à sociedade. De acordo com a carta de Amelie, os dois se encontraram em Londres. Eles não se viam desde que a jovem deixou a Cornualha para se estabelecer em Bristol com a tia, porém, durante a temporada social em Londres, eles se encontraram com frequência; a atração gradualmente surgiu. Ou assim foi explicado em sua carta.

— A festa de noivado será no dia seguinte à chegada de sua irmã, no Castelo Grafton — comentou lady Emily, queria dar à filha o máximo de informações possível naquele momento, não queria prolongar sua agonia desnecessariamente, então respirou fundo e continuou: — Ele… virá com ela, lady Bristol viajará com eles, é claro.

Lady Isobel concentrou o olhar na mesa de centro para esconder da mãe a agitação em seu estômago por saber que em algumas semanas ele estaria no povoado. Tão perto… e tão longe. No passado, eles eram amigos, tinham confiança o suficiente para conversar um com o outro sem formalidades quando estavam sozinhos, talvez seja por isso que ela alimentara uma esperança muito pequena de que um dia ele a corresponderia.

Lágrimas inundaram seus olhos novamente.

— Claro — disse em voz baixa, embora não importasse se viajassem com a própria rainha. Sua garganta doía, se sentia entorpecida, sem forças; uma dor penetrante começou a crescer em sua cabeça.

Lady Emily tocou uma campainha e uma criada apareceu na sala.

— Prepare uma infusão e leve para os aposentos de Lady Isobel — ordenou à jovem.

A garota acatou a ordem com um breve aceno de cabeça e saiu da pequena sala para cumprir o comando de sua senhora.

— Vamos, querida — Ela se levantou e com a mão estendida a convidou para fazer o mesmo. — Um cochilo vai te fazer bem.

Lady Isobel se absteve de dizer à mãe que nem mil cochilos e todas as infusões do mundo seriam capazes de consertar seu coração.

Três semanas depois, constatou o fato.

Não havia cochilo, caminhada ou leitura que a fizesse se sentir melhor. E estava segura de que não haveria. Ela se apaixonou pelo atual duque de Grafton quando ele era apenas um jovenzinho e ela era uma garotinha travessa. Uma tarde foi o suficiente para ser vítima do amor. Embora, para sua desgraça, só aconteceu com ela. Apaixonou-se uma vez e ficou com muito medo de que fosse para sempre.

E essa era a razão pela qual estava naquele momento na sala da irmã Maria.

A mulher estava sentada atrás de uma mesa de madeira maciça, na qual alguns rolos de papel eram dispostos de qualquer maneira, um pote de tinta e plumas para escrever. Parecia que a chegada de lady Isobel a surpreendeu quando estava prestes a escrever uma carta. Irmã Maria era uma mulher madura, mas com uma alma jovem. Estava prestes a completar meio século e, embora insistisse em se apresentar como uma idosa, a verdade era que sua aparência estava longe de se parecer com uma. No entanto, seu olhar curioso era intimidador e poderia fazer você colocar para fora até mesmo o segredo mais terrível. E era isso que lady Isobel mais temia.

― Tem certeza?

Lady Isobel observou o rosto da irmã Maria ficar um pouco mais expressivo enquanto fazia a pergunta. Suas mãos suaram. Não deveria hesitar, caso contrário ela notaria. Era imperativo que a freira aceitasse seu pedido, precisava daquilo como a própria vida.

— Sim. Muito segura.        

— Nesse caso, tomaremos as providências cabíveis.

 Ao ouvi-la, quis respirar aliviada, mas resistiu ao impulso, irmã Maria ainda tinha algo a dizer:

— No entanto, não será oficial até que o marquês de Bristol tenha dado sua bênção. Como o conde de Pembroke delegou a ele a responsabilidade de cuidar de vocês, preciso que confirme que não há nenhum documento de noivado que a vincule a um compromisso que possa interferir em seus desejos.

— Eu entendo.

— Bom. Vou escrever para o conde para deixá-lo participar da sua decisão, mas por enquanto pode se acomodar.

A jovem entendeu que era hora de sair, então se levantou e, depois de fazer uma pequena reverência, se retirou.

Enquanto caminhava pelos corredores do convento, ela só podia pensar que o Senhor havia ouvido suas orações. Ainda faltava sua mãe, mas ela esperava que pudesse resistir àquela tempestade. Era imprescindível sair de casa naquele mesmo dia, antes que lady Amelie e sua comitiva chegassem. Ela não queria, sob nenhuma circunstância, estar em casa quando isso acontecesse.

***

Lady Isobel Adeline Wilton, filha do antigo conde de Pembroke, apertou as mãos no colo e esperou que a mãe se pronunciasse sobre o que acabara de comunicar.

— Tem certeza? — Lady Emily perguntou, depois de alguns segundos, ainda atordoada.

Era a segunda vez que lhe faziam a mesma pergunta, primeiro a Irmã Maria e agora sua mãe.

— Meus baús estão prontos.

Era só uma maneira de falar, na verdade só carregaria um pequeno baú com algumas coisas indispensáveis.

— Quando…?

— Hoje — interrompeu lady Isobel.

Lady Emily fechou os olhos, engolindo a dor de saber que sua filha mais velha iria se isolar em um convento. A matriarca sabia muito bem os motivos, ou melhor, o motivo. E por mais que doesse se separar de sua companhia, nunca a faria passar pelo suplício de ter que ajudar nos preparativos para o casamento de lady Amelie com o homem por quem estava apaixonada.

— Você sabe que pode voltar a qualquer momento… — se inclinou para frente e pegou a mão pálida e trêmula da filha.

Lady Isobel assentiu. Um nó na garganta a impedindo de formular qualquer frase. Tampouco tinha o que dizer. Sua mãe – bendita seja – não insistiu, nem fez mais comentários, talvez entendesse que qualquer coisa que dissesse não seria o suficiente. Nada a faria mudar sua decisão.

Pouco tempo depois, ela deixou o que havia sido sua casa nos últimos treze anos, uma casa para a qual talvez nunca voltasse.

Nos dias seguintes, lady Isobel dedicou-se de corpo e alma para tentar mostrar à Irmã Maria e a outras freiras que aceitá-la no convento era a melhor escolha que poderiam fazer. Levantava-se muito antes do amanhecer para auxiliar nos devocionais e no fim destes corria para ajudar na cozinha na preparação do café da manhã antes da alvorada. Ela não participava dos primeiros serviços religiosos, porque sua ajuda era necessária na cozinha, ou assim foi dito.

A comunidade – composta por freiras, órfãos e algumas mulheres carentes – tomava café da manhã depois do primeiro serviço e antes do terceiro. A vida na congregação não era tão fácil quanto parecia vista de fora, quando só passava algumas tardes por semana para ajudar. Era uma vida de sacrifício e trabalho árduo em que a fraqueza não tinha lugar. É por isso que mostrava sua melhor cara para todos, sempre pronta para ajudar. À noite, após as Completas, ela caía exausta em sua esteira dura.

No entanto, nem todo o trabalho do mundo impedia que seu travesseiro se molhasse todas as noites com suas lágrimas. O noivado já havia acontecido. A festa seguiu como planejada e estava na boca de toda a Cornualha. Sua irmã se casaria com o homem que ela amava, o amor de sua vida.

E lady Amelie sabia disso.

Talvez tenha sido isso o que mais doía: a traição da irmã.

Quando crianças, eram inseparáveis, sabiam tudo uma da outra. Não havia ninguém em quem ela confiasse mais do que sua irmãzinha. É por isso que, naquela tarde, quando descobriu que estava apaixonada pelo duque, ainda adolescente, contou tudo em detalhes para a irmã. As borboletas que sentia no estômago toda vez que o via, o suor de suas mãos quando ele se aproximava e como seu batimento cardíaco disparava enquanto ele a cumprimentava.

Contava entusiasmada sobre os passeios que faziam na praia quando ele estava no povoado. Até leu algumas cartas durante os anos em que se correspondia com ele, enquanto ele estudava em Eton.

Sim, a sua irmã sabia. Sempre soube.

E não se importou.

*** 

Ao meio-dia de um dia qualquer, enquanto estava ocupada na cozinha, lhe avisaram que a Irmã Maria solicitava sua presença em seu escritório. Ela parou o que estava fazendo e se arrumou o máximo que pôde ao longo do caminho. Estava suada por ficar trabalhando no fogão o dia todo, cheirava a fumaça e sua cabeça coçava sob a touca.

A poucos passos de seu destino, parou por um momento e deu uma última olhada em suas roupas, enquanto caminhava até a porta aberta do escritório. De pé na soleira, ela bateu suavemente na sólida porta de madeira.

— Entre, Isobel — Irmã Maria gesticulou, apontando para a cadeira em frente à sua mesa.

A jovem fechou a porta atrás dela e obedeceu à ordem da freira. Sentada na enorme cadeira de madeira, com as mãos cruzadas no colo, ela esperou silenciosamente que a mulher tirasse algo da gaveta.

— Chegou uma mensagem para você — Estendeu-lhe um envelope sobre a mesa.

Lady Isobel pegou o retângulo de papel e ia guardá-lo para ler mais tarde, mas a Irmã Maria deve ter percebido suas intenções porque lhe disse que o mensageiro estava esperando uma resposta, então, com as mãos trêmulas, ela tirou o selo de cera vermelha que conhecia tão bem e abriu a carta.

Enquanto lia, as palavras desapareceram sob sua visão embaçada por lágrimas que, sem permissão, se acumularam em seus olhos.

— Você está bem? — A freira perguntou, percebendo a palidez de seu rosto.

A jovem pigarreou e afirmou com um aceno de cabeça, sabendo que não seria capaz de manter a compostura se começasse a falar.

Amelie ficará muito feliz em ter você com ela, leu para si mesma uma das linhas da carta. Nossa felicidade não será completa sem a sua presença, concluiu.

O coração bateu forte em seu peito. Não recebia uma carta dele há mais de um ano. E agora que sabia a razão pela qual elas começaram a ser escassas, doeu muito mais. Contudo, não era hora de ceder à dor. Irmã Maria estava esperando por uma resposta. Ela não deveria se mostrar fraca ou seus planos seriam prejudicados. Enquanto dobrava a carta e a guardava, respirou fundo disfarçadamente, se acalmando.

— Vossa Excelência solicita minha presença na cerimônia de casamento —. relatou depois de pigarrear suavemente. — Vou mandar um recado me desculpando…

— Não precisa — interrompeu a mulher na frente dela, — você pode comparecer.

— Mas… a reclusão…

— Você não está em reclusão, Isobel — comentou a freira com um sorriso um tanto condescendente. — Você nem é uma noviça ainda.

Lady Isobel, que era apenas Isobel dentro dos muros do antigo convento, sabia, mas isso não a impediu de se apegar a essa possibilidade para evitar o gosto amargo que seria participar do casamento de sua irmã com o homem que amava.

— Devo ir? — perguntou com um tremor na voz que a freira interpretou como excitação com a perspectiva de ver sua única irmã se casar.

— Sua família solicita sua presença, também é uma boa oportunidade para você reconsiderar sua vocação.

Uma angústia sufocante começou a se formar na boca de seu estômago com a possibilidade de ser rejeitada. O que faria se isso acontecesse? Ela nem queria pensar em tal circunstância.

— Eu… tenho certeza da minha decisão — ela murmurou com menos convicção do que desejava.

— Então não há nada a temer, não é?

Lady Isobel assentiu.

— Vou dar minha resposta ao mensageiro.

Irmã Maria a viu sair e sorriu tristemente. Por mais que a jovem Wilton tentasse mostrar uma vocação que ela não tinha, a freira não era enganada fácil. Desde o início, sabia que não era o chamado do Senhor que a trouxe ao seio de sua congregação, mas não queria negar-lhe a paz que a jovem tão desesperadamente buscava.

O que lady Isobel Wilton tinha de religiosa, também tinha de nobreza e somente o tempo poderia lhe provar isso.

fbigin
 


cheirinhos

Rudy