23/06/2019

RESENHA #35 - “PAPISA JOANA” - DONNA WOOLFOLK CROSS


LIVRO: “PAPISA JOANA”
TÍTULO ORIGINAL: “POPE JOAN”
AUTORA: DONNA WOOLFOLK CROSS
TRADUTOR: PAULO SCHMIDT
EDITORA: GERAÇÃO EDITORIAL
 PÁGINAS – 494
  EDIÇÃO 2009
CATEGORIA: FICÇÃO NORTE AMERICANA
ASSUNTO: HISTÓRIA/RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE
ISBN: - 978-85-6150-125-9

Papisa Joana

CITAÇÃO:

“-Na verdade – Asclépio prosseguiu – não será a falta de fé que leva os homens a temerem o escrutínio da razão¿ Se o destino é incerto, então o caminho deve ser repleto de temor. Uma fé robusta não precisa temer, pois se Deus existe, então a razão não pode evitar levar-nos até Ele. “Cogito, ergo Deus est”, diz Santo Agostinho, “Penso, logo Deus existe.” (pág. 45)

“-Quais são as seis questões evindenciais usadas para determinar as circunstâncias das ações humanas¿
-Quis, quid, quomodo, ubi, quando, cur. Quem, o que, como, onde, quando, por que.” (pág. 59)



ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Foto da Papisa Joana no trono Papal referente à época(século XI).
Feita Alan Maia.
 Imagem da capa: Fusão das pinturas de Hubert Vaneick e Adolphe William Bouguereau.

NOTA: 4,50 DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são amareladas com letras pretas um pouco acima da época.
Conteúdo: dedicatória; agradecimentos; prólogo; vinte e nove capítulos numerados com logotipo do escudo papal; epílogo; nota da autora; fotografia da cadeira papal; e, cronologia de eventos importantes para o romance.
Projeto gráfico: Genildo Santana/Lumiar Design.

NOTA: 5,00 DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é em terceira pessoa com diálogos complementares.
A linguagem é atualizada, mesmo o livro se passando em século antigo, e com muitos termos canônicos e alguns termos em latim.
Revisão feita por: Márcia Benjamm.

NOTA: 5,00 DE 5,00

CITAÇÃO:

“O botão de uma rosa cresce na escuridão. Nada sabe do sol, no entanto se desenvolve nas trevas que a confinam, até que a última muralha cede e a rosa desabrocha, abrindo suas pétalas para a luz.” (pág. 117)

“-Um homem deve ser livre para viver a vida que escolher. – E acrescentou para si mesma: Assim como uma mulher.” (pág. 230)



SINOPSE:

“No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o seu dialeto e a língua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já havia sido derrubado pelas invasões bárbaras.
Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos. A história da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e achou a história tão fascinante que a transformou num romance, em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias. O livro foi transformado num grande filme que estreia até o final do ano no Brasil.”

CITAÇÃO:

“[...] O mundo não é como gostaríamos, pensava, não importa quão habilmente o conjuremos.” (pág. 364)

“-O mundo nunca será refeito se ninguém tentar refazê-lo. A mudança precisa começar em algum lugar.” (pág. 431)

RESUMO SINÓPTICO:

JOANA  nasceu no vigésimo oitavo dia de janeiro (Wintarmanoth – calendário carolíngio)  no ano de Nosso Senhor de 814 no vilarejo de Ingelheim. Terceira filha do Cônego do vilarejo e uma pagã saxã em uma época em que as mulheres eram relagadas a nada, não tinham direito a estudar, serviam apenas para procriação e para tomar conta da casa.
Os irmãos mais velhos Matheus e João estavam sendo preparados para entrar na escola papal. Matheus era aplicado e sabia todas as lições na ponta da língua, João entretanto, era um tanto lerdo e o aprendizado era difícil para ele, o que ocasionava em muitas ‘surras’ dada pelo pai. Quando Joana começou a demonstrar interesse pelo aprendizado, pela leitura e conhecimento, tanto o pai como a mãe, ficaram indignados, até que um tutor resolveu ensinar João apenas se pudesse ensinar Joana, já que Matheus havia falecido. O pai contrariado resolveu aceitar.
Joana era aplicada, inteligente, esperta o que causava em João certa raiva, porque ele não conseguia ser tão genial como ela. Aprendia tanto o regime católico como as histórias dos deuses pagãos que a mãe contava. João queria ser um guerreiro, lutar nas infinitas guerras que eram travadas naquela época denominada das trevas; quando completou a idade para ir ao convento, uma série de eventos e lutas aconteceram. João faleceu e Joana resolveu tomar o lugar do irmão e passou a viver como homem. Era aplicada, dedicada, aprendeu a arte da medicina e aos poucos foi galgando cargos dentro da igreja, até chegarão papado...
Até então, ninguém sabia que ela era mulher, apenas um guardião que a acolheu em sua casa. Acabaram se apaixonando, embora sem nunca terem contato físico, o  amor era imenso entre ambos. O destino no entanto os separou por anos, quando Joana já estava travestida de João e dentro do papado... Aí sim, deixaram extravasar a paixão às escondidas...


ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

O livro há muito a ser comentado. Apesar de a autora dizer que é uma obra de ficção, ela passou mais de sete anos pesquisando os fatos reais de uma época obscura e confusa, onde quase não há registros da existência verdadeira de Joana, por vários motivos, mas principalmente porque o papado não queria deixar registrado que uma mulher ‘enganou’ totalmente toda uma sociedade machista e foi muito superior a todos eles.
É um grande romance histórico muito bem fundamentado e Joana alicerçado, misturando fatos reais, verdadeiros e históricos com uma possível ficcional Joana, mulher forte, visionária, emblemática que foi em busca dos seus sonhos e vontades e favoreceu muito a sociedade mais pobre; com sua inteligência aguçada, sabia driblar as autoridades em sua austeridade e implantar ‘programas’ que favoreciam os menos favorecidos e as mulheres.
A autora traz fatos verídicos e uns poucos relatos escritos encontrados sobre a época, porém a foto de uma cadeira sem acento no centro, onde os homens após a existência de Joana, tinham de mostram sua genitálias penduradas para provarem que realmente eram homens, é uma das maiores provas de que ela realmente existiu.
Apesar de podermos acompanhar toda a trajetória dolorosa e cruel da vidada protagonista, o livro é rico em conhecimento, o leitor tem oportunidade de conhecer o quanto era opressiva a situação feminina, o quanto o catolicismo era hipócrita, impositor, cruel, tornando alguns homens sem conhecimento e sem ‘as letras’ em altos ícones na igreja, apenas pelo fato de as famílias a quem pertencem, serem ricas e comprarem o título para favorecerem ainda mais o enriquecimento delas.
Recomendo a leitura principalmente por proporcionar um grande enriquecimento cultural, o conhecimento de uma fase ‘negra’ na história mundial, e que traz um romance que tem como protagonista, talvez uma das primeiras feministas de que ouvia falar na história, traz ainda questões bem controversas sobre religiões, batalhas, formação familiar, imposição de ideias e alguns outros assuntos que nos permitem questionar algumas premissas que não são impostas socialmente há anos.
Leiam!

NOTA : 5,00  DE 5,00

Resultado de imagem para ilustrações de emojisResultado de imagem para ilustrações de emojisResultado de imagem para ilustrações de emojis

 Resultado de imagem para ilustrações de emojisResultado de imagem para ilustrações de emojis


SOBRE A AUTORA:

Foto -Donna Woolfolk Cross

Donna Woolfolk Cross (1947) é uma escritora americana e autora do livro A Papisa Joana, sobre uma mulher que terá sido Papisa entre 855 e 858. Donna é filha de Dorothy Woolfolk, uma pioneira na indústria americana de BD e do escritor William Woolfolk. Recebeu seu diploma de bacharel em Inglês pela Universidade da Pensilvânia em 1969, graduando-se Phi Beta Kappa. Ela trabalhou como assistente editorial para a Londres, Inglaterra, editora WH Allen e Companhia, em seguida, voltou para os EUA para trabalhar para o New York publicidade Cidade agência Young & Rubicam. Ela voltou para a faculdade para obter o grau de mestre em Literatura e Redação da UCLA. Mais tarde, ela se tornou um autor de tempo integral, e já publicou quatro livros de não-ficção e um romance.

CHEIRINHOS


RUDY






14 comentários:

  1. Olá Rudy!!
    Ainda não conhecia esse livro e muito menos a autora, mas fiquei imensamente interessada em ler e conhecer a história da Joana, que acho que foi muito dolorosa, gosto muito de livros com fatos reais, adoraria ter a oportunidade de ler o livro na integra!! Parabéns pela resenha Adorei!!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Rudy! Nossa, ainda não tinha ouvido nada a respeito desse livro, mas fiquei interessada, já que a história parece muito bem construída e fundamentada tendo em vista que a autora pesquisou por mais de sete anos para poder escrever o livro. Com certeza vou querer ler o livro e acompanhar a jornada da Joana! Espero também ter a oportunidade de assistir o filme. Muito obrigada pela indicação! Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Olá Rudy! Nossa, não conhecia esse livro, história super interessante e ainda baseada em fatos reais, já foi pra lista de desejados, essa sua resenha me deixou mega curiosa em conferi isso tudo que foi dito aqui, inclusive ver o filme também assim que for lançado.
    Bjs

    ResponderExcluir
  4. Já tinha ouvido falar muito bem desse livro, e agora com sua resenha me deu mais vontade de ler, pois parece ser muito impactante, além de trazer muita cultura.
    Eu queria muito que essa história fosse verdadeira, que demais seria! kkkkk
    bjs

    ResponderExcluir
  5. Eu vou procurar esse livro. Preciso ler.
    A época era realmente obscura e cruel, principalmente com as mulheres.
    Nunca li um livro do gênero e não vejo a hora.
    Amei a resenha e estou muito ansiosa pela leitura.

    ResponderExcluir
  6. Não conhecia esse livro até hoje. Gostei da temática abordada pela autora.
    Se ganhou nota máxima é porque o livro é ótimo rsrs

    Bjos

    ResponderExcluir
  7. Olá Rudy!
    Não tinha conhecimento sobre o livro e nem da autora. A trama é muito interessante, traz acontecimentos da época onde as mulheres não poderia ser nada e interessante como terá que ser outra pessoa para poder ser aceita.
    Espero ter a oportunidade de ler!

    Meu blog:
    Tempos Literários

    ResponderExcluir
  8. Oiii ❤ Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro, mas fiquei fascinada com a temática abordada. É triste que só por Papisa Joana ter sido uma mulher extraordinária, apagaram ela da história.
    O livro parece maravilhoso, vou adorar conhecer a história de Joana, essa mulher tão incrível.
    Obrigada pela indicação! ❤

    ResponderExcluir
  9. Olá Rudy,Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro, mas fiquei realmente muito interessada acontecimentos da época onde principalmente as mulheres viviam reprimidas e realmente uma forma maravilhosa de conhecer a historia

    ResponderExcluir
  10. Eu não conhecia o livro e realmente tinha ouvido nada parecido. Muito interessante a pesquisa da autora, e mesmo dizendo ser ficção, saber que muitos fatos podem sim ser reais. Fiquei muito curioso.

    ResponderExcluir
  11. Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro ,mas de acordo com a resenha parece ser uma história muito interessante,fiquei curiosa,vou ler.

    ResponderExcluir
  12. Não conhecia a autora e nem o livro, porém já havia visto em algum lugar sobre a história da papisa. O que torna tudo triste é ver que as mulheres sofreram muito na antiguidade e ainda sofrem até hoje com o machismo, o que não fica distante da igreja.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Marcy!
      E como, temos de mudar ainda mais essa condição.
      Bom final de semana!
      cheirinhos
      Rudy

      Excluir
  13. Oi, Rudy! Caramba, que livro forte! Deve ser doloroso acompanhar a trajetória da protagonista, tendo em vista as atrocidades cometidas contra as mulheres na época. Sofremos mto ainda! Super interessante esse resgate histórico que a autora traz, mesclando com ficção.

    ResponderExcluir

Adoro ler seus comentários, portanto falem o que pensam sem ofensas e assim que puder, retribuirei a visita e/ou responderei aqui seu comentário.
Obrigada!!
cheirinhos
Rudy