DIVULGAÇÃO CULTURAL #31 - ESCRITORA MARCIA DANTAS - Além do Arco-Íris: Livros só pra ricos?

 Olá alegres e felizes!

Livros só pra ricos?

Fazia muito tempo que eu não falava sobre política por aqui. Tudo tem sido tão frustrante e revoltante que busco meu refúgio nos livros. Eles são meu lazer, parte do meu sustento, minha vida. Sou uma pessoa mais completa, segura e inteira por causa deles. E aí, claro, o governo tinha que mexer nisso também.

Pra quem perdeu a notícia (afinal, como dar conta de tanta merda de uma vez?), está aqui. Basicamente está na mesa o fim da isenção dos livros na junção do PIS/Cofins. A justificativa? Apenas ricos leem livros.

Vamos falar a verdade agora: Já ouvimos esse discurso antes, não faz tanto tempo. Lembra da fala sobre o quão absurdo era que as empregadas fossem para a Disney? Vamos falar a verdade agora: Já ouvimos esse discurso antes, não faz tanto tempo. Lembra da fala sobre o quão absurdo era que as empregadas fossem para a Disney?

Resolvi falar sobre esse assunto porque é muito importante. Faz mais de um ano que nossas mentes e ansiedades estão tomadas pela covid (e não é por menos). E fica difícil prestar atenção em qualquer outra coisa. Por isso quero discutir esse discurso. Porque é, o problema não é (só) o dinheiro. Quando os governantes afirmam que apenas algumas pessoas privilegiadas podem ter acesso à livros ou viagens, eles determinam lugares específicos para as pessoas. E a gente acaba internalizando essas questões. A gente acaba se acostumando com o fato de que certas pessoas não podem fazer certas coisas. Quantas vezes vi alunes na escola aceitando esses lugares sociais pré determinados, como se eles tivessem direito apenas a uma parcela do que o mundo lhes oferece. A parte frustrante de se trabalhar com cultura (e com educação) é essa barreira que se coloca. E posso dizer que isso vai pra além do puro desinteresse, como vemos tantas vezes como justificativa. Mas esse é o tipo de discurso que afasta as pessoas dos devidos acessos. Elas não avançam por não desejarem, mas por serem colocadas na caixinha daquelas que “não deveriam apreciar aquilo”. Quis trazer essa reflexão para que a gente sempre se atente para a orientação dos discursos. Que a gente possa questionar antes de aceitar o que nos é dito.

Estou lendo bem aos poucos o livro do Assis Brasil. Tá delicioso aprender sobre criatividade e escrita com ele; Tô fazendo a minha jornada de leituras do Guia do Escritor de ficção e comecei pela releitura do Labirinto de fogo; Estou vendo O Bem Amado. Como eu amo novelas;

O Camp NaNoWriMo tá uma loucura deliciosa. O planejamento com o snowflake ajudou a ter ânimo, mas ainda tenho bastante descoberta a fazer sobre essa história. E já pensei no nome do segundo volume. Você vai saber primeiro que todo mundo: “O tsunami chamado faculdade”. O que achou desse nome? Quero muito manter o padrão e a irreverência dos fenômenos naturais interlaçados com as etapas das nossas vidas. Nos vemos em breve. Até lá terei o resultado final do Camp e da escrita.

cheirinhos

Rudy