17/11/2022

RESENHA #29 - “UMA PEQUENA FÁBULA” (LITERATURA NACIONAL) - VALDEMIR AUGUSTO PEREIRA

 

LIVRO:  “UMA PEQUENA FÁBULA” (LITERATURA NACIONAL)

AUTOR: VALDEMIR AUGUSTO PEREIRA

EDITORA: SCORTECCI

 PÁGINAS –228

  EDIÇÃO 2022

CATEGORIA: FICÇÃO/FANTASIA

ASSUNTO: CONTOS

ISBN: -  978-6555-29-907-6




 

PRIMEIRO PARÁGRAFO:

 

“QUANDO O DIA AMANHECEU, TODAS AS CRIATURAS JÁ O AGUARDAVAM  INSONES E ANSIOSAS. A NOITE HAVIA SIDO LONGA E O TERROR QUE POR ELA PASSOU FOI AINDA MAIOR. NINGUÉM SABIA DIZER, AO CERTO, O QUE HAVIA SE PASSADO. TUDO COMEÇOU AO CAIR DA TARDE, QUE, ATÉ O INÍCIO DE TUDO, ESTAVA CLARA E TRANQUILA. ATÉ QUE, DE REPENTE, UMA ESPESSA E NEGRA NÉVOA SURGIU COMO QUE POR ENCANTO, COBRINDO AS COPAS DAS ÁRVORES MAIS ALTAS E, EM QUESTÃO DE MINUTOS, TODA A MATA SE VIU COBERTA E ÀS ESCIRAS. [...]”

 

ANÁLISE TÉCNICA:

 

-CAPA-

 

Uma montanha roxa com céu laranja ao fundo e árvores pretas à frente; um asa preta de um grande pássaro e vários pássaros sobrevoando a floresta.

Imagens c capa: Pixabay/Michi S; Freepik/Mrjo_7

Arte da capa: Daniela Jacinto

 

NOTA: 4,50 DE 5,OO

 

-DIAGRAMAÇÃO:

 

As folhas são brancas e letra pretas medianas.

Sem capítulos, títulos os separações. O texto começa e continua até o final.

Diagramação: Valdir Colonhezi

Mesmo sendo uma fábula ou conto, fiquei um pouco incomodada com a escrita contínua e alguns parágrafos enormes.

 

NOTA:3,80  DE 5,00

 

- ESCRITA:

 

A narrativa é descritiva em terceira pessoa onipresente e diálogos complementares.

A escrita é fluída, de fácil entendimento e atualizada.

 

NOTA: 4,50 DE 5,00

 

SINOPSE:

 

“Um estranho grupo de expedicionários, depois de uma longa e árdua viagem ao encontro de uma besta mitológica que está devastando sem piedade muitas aldeias daquelas cercanias e que vem se aproximando perigosamente de onde moram, ao retornar se depara, com tristeza e pesar, com o trágico fato que havia se aplacado sobre a amada aldeia, que, juntamente com seus habitantes, fora devastada, salvando-se apenas uma jovem fêmea, encontrada sob os destroços muito ferida e assustada. A sobrevivente conta-lhes todos os detalhes do terrível acontecimento, descrevendo a besta como um ser humano de feições malignas dotado de enormes asas negras, possuidor de garras afiadas como as de uma pantera e presas tão grandes quanto as do tigre-dentes-de-sabre. Logo todos partem para a aldeia vizinha, onde se veem numa tremenda enrascada ideológica com o líder do local, Uraculuz, um pretensioso, arrogante e inconsequente tirano que, no desenrolar da história, descobre o quanto fora tolo em seus atos, gestos e pretensões. Depois de muitas dificuldades com esse sujeito, Ursuluz, o herói de nossa história, consegue organizar uma nova expedição e saem mais uma vez à caça da tenebrosa criatura. No meio da viagem se deparam com um bosque encantadoramente belo. Fascinado com o lugar, Uraculuz resolve desistir da expedição e retornar para a aldeia, a fim de anunciar o seu plano de transferi-la para o bosque, que recebe o sobrenome de encantado. Depois de muita discussão com Ursuluz, que defende a ideia de prosseguirem, o inconveniente líder o vence numa votação e em poucos dias o vale encantado passa a ser o novo lar daquelas estranhas e pequenas criaturas. Mas os mistérios desta história não param por aqui, pois alguns dias mais tarde são surpreendidos por uma inusitada visita: um gnomo. Na realidade o verdadeiro morador e zelador do lugar, conhecedor e detentor de poderes incríveis, como a levitação. Este lhes conta a sua longa saga até chegar àquele paradisíaco lugar. Espantados, descobrem que o gnomo também fora vítima da besta. O medo, a revolta e o desejo de vingança dos recém-chegados vêm à tona novamente e decidem que o melhor mesmo seria eliminar, de uma vez por todas, o feroz animal alado. Mas o gnomo não pensa como eles e diz que o melhor para todos seria deixar tudo como está. Com suas calmas palavras, tenta mostrar-lhes que todo o mal que viam, na verdade, habitava o interior de cada um e que era projetado como um filme na parede para acreditarem que tudo se passava fora, e não dentro de si mesmos, como, erroneamente, pensavam, se materializando, assim, na horrenda criatura. Suas palavras, com o apoio de Ursuluz e de seu filho, Ursolino, não foram bastantes para convencer e conter as ideias e a fúria dos outros membros.”

 

 

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:

 

Quando  vejo o nome “fábula”  em um livro, sempre penso em contos de fábulas que retratam princesas e romances. A fábula em questão não traz isso, entretanto, traz um ‘reino’ encantado com várias personagens fantásticas e toda uma história poderosa que fala sobre os desejos e personalidades que vem do coração e são moldadas de acordo com as vivências de cada um e como o poder de serem manipulados de alguma forma, os transformam.

O autor soube incutir em sua ficção fantasia, várias formas de podermos refletir sobre  o que se passa na mente humana e também traz analogias com as mentes do seres fantásticos, fazendo um ‘comparativo’ entre as atitudes de ambos. A grande reflexão que transporta para nossa própria interiorização e avaliações  pessoais para mudanças de paradigmas.

 Foi o que senti, entretanto, para quem não se preocupa tanto com a profundidade com que um livro pode ou não mudar nossa vida de alguma forma, temos aqui uma fantasia muito bem criada, elaborada e com personagens com personalidades próprias que compõem o todo do livro.

Uma única coisa me incomodou no livro: a escrita contínua e alguns parágrafos enormes. Não há divisões no  livro. Me  incomodou  porque gosto de fazer pausas na leitura em alguma marcação de capítulo ou subtítulos, o que ficou complicado aqui, foi como ver alguém começar a falar e não para mais. O lado bom disso é que o livro é tão dinâmico que a leitura não ficou cansativa como pensei, já que alguns parágrafos são enormes. É uma opinião minha, cada pessoa tem sua forma de leitura, portanto, pode não ser um incômodo para outros, e, também, não atrapalha o andamento do enredo, ok?

Recomendo para quem gosta de uma ficção fantasia, escrita em forma de conto que se transforma em uma fábula.

 

NOTA : 4,30 DE 5,00








 

SOBRE O AUTOR:




 

Nascido no município de Jales (SP), em 21 de setembro de 1962, Valdemir Augusto Pereira viveu em Magda, uma pequena cidade agrícola do interior do estado de São Paulo, até os quinze anos de idade, quando se mudou para a Capital com toda a família. Nessa grande cidade, trabalhou em muitas empresas antes de ingressar no serviço público, em 1986. Estudou Filosofia na Universidade São Judas e Psicologia na Uninove. A maior parte dos seus livros foi escrita nas dependências do Centro Cultural São Paulo, nos dias de folga e após o seu expediente de trabalho. Entusiasta da filosofia, amante da cerveja e apreciador amador de vinhos, Augusto, como gosta de ser chamado, veio de uma família simples, constituída de sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres. Ao contrário dos irmãos e demais membros da extensa família, não tem nem segue nenhuma corrente religiosa, pois acredita que todas as religiões trazem, em si, um único propósito, que é o de educar e mostrar-nos o caminho certo a seguir, permitindo-se, por esse motivo, ficar bem à vontade para discutir sobre qualquer questão pertinente a essas correntes do pensamento. Não se constrange ao ser visto entrando ou saindo desses templos, trazendo consigo somente o que julga ser necessário para os seus estudos. Aprecia, como um verdadeiro cristão, as parábolas de Cristo e cita-as sempre em suas conversações. Usa com frequência a parábola do joio e o trigo, “a outra face” e a máxima dita na cruz, momentos antes de morrer: “Pai, perdoe-os, pois eles não sabem o que fazem”, para contrapor os seus adversários de debates filosóficos. Quando não, também as aplica dentro dos próprios templos aos religiosos ao perceber incoerências nos estudos e pesquisas apresentados por estes, ajudando-os a fortalecer a fé e o conhecimento, além de enriquecer o seu implacável existencialismo. Gosta de música, filosofia, literatura, dos seus filhos e de livros, do cultivo de bonsais e da mulher que outrora fora a sua grande parceira nas suas questões filosóficas. Considera esses hábitos e sentimentos sua legítima religião.


EXEMPLAR CEDIDO PELA EDITORA SCORTECCI


CHEIRINHOS
RUDY




8 comentários:

  1. Mais uma excelente publicação do Grupo Sccorteci! Um livro bem instigante

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  2. Olá Rudy!
    Curto muito fantasia e essa sua resenha me deixou bastante em conferi essa ficção fantasia, escrita em forma de conto que se transforma em uma fábula.
    Bjs

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  3. É Rudy, isso de não ter uma pausa na leitura também me incomoda um pouco. Sinto que não saio do lugar rs
    É preciso respirar sim e essa divisão de capítulos, ajuda muito no fluir da história!
    Mas mesmo assim, adorei por ser literatura nacional e isso precisa ser muito valorizado!!!
    Eu amo fantasia, então sei que pode me agradar muito!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  4. Olá Rudy!
    Adoro livros de fantasia! Eu também não gosto de escrita contínua e parágrafos enormes para mim tem que ter divisão de capítulos sim, acho que a leitura fica muito cansativa quando não tem divisão de capítulos! Mas mesmo com tudo isso adoraria ter a oportunidade de ler!

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  5. ola
    Nunca li um livro com esse tipo de narrativa contínua ,Que bom ver os autores nacionais publicando seus livros e que a editora Scortecci está fazendo parte disso.

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  6. Uma fantasia que parece deixar uma moral da história muito boa.
    Mas essa escrita contínua realmente é um pequeno problema na hora de interromper a leitura.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  7. Não conhecia o livro! Já que é fantasia, vou colocar na minha lista!

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  8. Eu gostei bastante da premissa, já que sou um grande fã de fantasia. Realmente esse texto contínua sem divisões em capítulos assusta bastante. Também sou desses que gosta de dar pausas e até mesmo ler um capítulo ou dois por vez.

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Adoro ler seus comentários, portanto falem o que pensam sem ofensas e assim que puder, retribuirei a visita e/ou responderei aqui seu comentário.
Obrigada!!
cheirinhos
Rudy