LIVRO: “A MENINA SUBMERSA – MEMÓRIAS”
TÍTULO ORIGINAL: “THE DROWNING GIRL”
AUTORA: CAITLÍN R. KIERNAN
TRADUÇÃO: ANA RESENDE E CAROLINA CAIRES COELHO
EDITORA: DARKSIDE BOOKS
PÁGINAS – 317
1ª EDIÇÃO 2014
CATEGORIA: LITERATURA AMERICANA
ASSUNTO: FICÇÃO/FANTASIA
ISBN: - 978-85-66636-25-3
CITAÇÃO:
“[...] “Nenhuma história tem começo e nenhuma história tem
fim. Começos e fins podem ser entendidos como algo que serve a um propósito; a
uma intenção momentânea e provisória, mas são, em sua natureza fundamental,
arbitrários e existem apenas como uma ideia conveniente na mente humana. As
vidas são confusas e, quando começamos a relacioná-las, ou relacionar parte
delas, não podemos mais discernir os
momentos precisos e os objetivos de quando certo evento começou. Todos os
começos são arbitrários.” (págs. 17/18)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Capa dura com uma cigarra no centro envolta ao que parece
uma moldura cinza e preta.
A capa é um verdadeiro luxo, olhando a lombada e ambos os
lados, temos a impressão de ser um baú(?).
Bem enigmática, sem dar pistas do
que encontraremos dentro da obra.
Capa e projeto gráfico Retina 78.
(nota: 5,00 de 5,00)
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são amareladas com letras um pouco abaixo da média
e lombada rosa. O fato das letras serem ‘pequenas’ dificulta um pouco a
leitura.
Conteúdo: dedicatória; pensamentos; dez capítulos numerados
em romanos e com o título do livro e nome da autora, o que muda apenas é a
ilustração acima de cada capítulo que traz um inseto diferente; últimas páginas
(partes do diário da protagonista); e, nota da autora. (Os capítulos longos
dificultam um pouco a leitura).
O livro tem inúmeras ilustrações.
Diretor Editorial: Cristiano Menezes.
Diretor de Marketing: Chico de Assis.
Editor Assistente: Bruno Dorigatti.
Impressão e acabamento: Geográfica.
(nota: 4,00 de 5,00 )
- ESCRITA:
É uma narrativa altamente descritiva em primeira pessoa pela
protagonista Imp, ela se utiliza do artifício de escrever algumas partes em
forma de diário que se confundem os próprios pensamentos da mesma.
Em vários trechos do livro a leitura se torna arrastada, monótona
e em alguns pontos até torturante por não conseguirmos identificar a realidade
e os devaneios da protagonista.
A correção está perfeita, nenhum erro encontrado.
Revisão: Marlon Magno, Nova Leitura e Retina Conteúdo.
(nota: 3,50 de 5,00)
CITAÇÃO:
“Fantasmas são essas lembranças fortes demais para
serem esquecidas, ecoando ao longo dos anos e se recusando a serem apagadas
pelo tempo. [...]” (pág. 23)
RESUMO SINÓPTICO:
INDIA MORGAN PHELPS ou simplesmente Imp, como gosta de ser
chamada, vive em constante conflito contra o histórico genético de sua família:
esquizofrenia e paranoia. A mãe e avó cometeram suicídio por não suportarem a ‘loucura’
que as dominava. Imp se apega a pintura, a música através dos vinis deixados
pela mãe e dos livros para combater e lutar contra a maldição da família
Phelps. E ainda tenta entender o que aconteceu para o término de seu
relacionamento com a ex-namorada Eva Canning.
Ao vagar pelas obras de arte, uma está constantemente a
assombrá-la: A menina Submersa de Phillip George Saltonstall. Desde a infância
a obra a atrai e a faz ter uma visão deturpada a cada apreciação. O que deixa a
dúvida se realmente esta ou outras obras citadas, são realmente verdadeiras ou
apenas fruto da imaginação dela.
Resolve escrever uma história de fantasmas... Em seus
relatos explica o que entende ser: fantasmas e comunica aos possíveis leitores
de seus escritos que seus relatos podem não ser tão verdadeiros, já que sua
mente e memória são falhas e invadidas por alucinações e pensamentos adversos
de forma constantes...As lembranças são embaçadas e confusas...
Deixa de tomar os remédios prescritos e para a emergir cada
vez mais em um mundo esquizoide, paranoico e alucinativo e a namorada tenta
resgatá-la de todo seu surto.
CITAÇÃO:
“Voei na forma de um corvo da palavra profética. Foi uma
coisa que li. É de um poeta galês que se chama Taliesin.” (PÁG. 80)
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Tinha a maior vontade
de ler um livro da editora porque a editoração dos livros são lindas e únicas e
nesse sentido, o livro não deixou nada mesmo a desejar, a não ser pelas pequenas
letras, tortura para a leitura.
Mesmo entendendo um pouco o mundo apresentado pela autora,
já que estudei psicologia, o livro foi bem maçante na leitura. Entrar no mundo
alucinatória da protagonista foi uma jornada no mínimo tortuosa, ao tempo que
instigante, queria saber onde chegaria.
“Viajar” no mundo confuso e sem sentido de Imp trouxe apenas
profundo conhecimento sobre o mundo das artes e a conclusão que: todos somos ‘anormais’
e não apenas por fatores genéticos, mas também através das vivências que temos.
A leitura é bem confusa por não ter um nexo, não manter uma
narrativa linear, tem momentos que não identificamos realidade ou paranoia e
acabamos nos sentindo a própria ‘menina submersa’... E além de todos esses
elementos, ainda são incluídos seres fantasiosos e abstratos que traem a
leitura um tom de fantasia.
Na verdade me surpreendi com o livro. Não que ele seja ruim,
não é isso, mas a forma como foi escrito, a forma como a autora leva o enredo
de maneira a comover quem o lê, tornou o livro um tanto insano, diferente e em
certo ponto tenso, sufocante e me tirou
da zona de conforto. Fiquei bem incomodada com vários aspectos da leitura e por
esse motivo, refleti muito até chegar aqui e poder fazer essa análise.
É um livro que mexe muito e de várias formas com o leitor,
portanto, só entre nessa ‘viagem’ se realmente se sentir seguro de que pode
suportar o mundo incógnito que a mente humana tem e nos faz questionar a
sanidade...caso contrário ficará totalmente abalado psicologicamente.
CITAÇÃO:
“Quase se afogou, é o que eu estou dizendo. Bem, em Clamor
do Sexo, a água acima da represa também era escura.” (PÁG. 279)
NOTA : 3,70 de 5,00
SOBRE O AUTORA:
Caitlín R. Kiernan (1964) é autora de livros de ficção
científica e fantasia dark, e paleontóloga. Escre- veu dez romances, dezenas de
histórias em quadrinhos e mais de 200 contos e novelas. Entre seus trabalhos,
destacam-se os romances Silk (1998), Threshold (2001), ambos vencedores do
International Horror Guild Award, e The Red Tree (2009); a série em quadrinhos
The Dreaming, spin-off de Sandman, de Neil Gaiman, com quem também escreveu a
novelização de Beowulf (2007). A Menina Submersa: Memórias conquistou os
Prêmios Bram Stoker e James Tiptree, Jr., este dedicado a obras de ficção
científica ou de fantasia que expandem e exploram a compreensão de gênero.
cheirinhos
Rudy
PENSAMENTO DO DIA:
"É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer." (Aristóteles)