LIVRO: “A PARÁBOLA DO
SEMEADOR”
TÍTULO ORIGINAL: “PARABLE OF THE SOWER”
SÉRIE: ‘A PARÁBOLA DO SEMEADOR’
VOLUME 1
AUTORA: OCTAVIA E. BUTTLER
TRADUTOR: CAROLINA CAIRES COELHO
EDITORA: MORRO BRANCO
PÁGINAS – 432
1ª EDIÇÃO 2018
CATEGORIA: LITERATURA AMERICANA
ASSUNTO: FICÇÃO DISTÓPICA
ISBN: - 978-85-9279-539-9
CITAÇÃO:
“Nunca senti que estava inventando nada disso – nem o nome,
Semente da Terra, nem nada relacionado. Ou seja, nunca senti que fosse algo
diferente da realidade: descoberta em vez de invenção, exploração em vez de
criação. Gostaria de poder acreditar que tudo foi sobrenatural e que tenho
recebido mensagens de Deus. Mas não acredito nesse tipo de Deus. Só observo e
faço anotações, tentando organizar as coisas de modos que sejam fortes, simples
e diretos quando eu os sinto. Não consigo fazer isso. Tento, mas não consigo.
Não sou tão boa assim como escritora nem poeta, nem com nada que preciso ser
para isso. Não sei o que fazer a esse respeito. Às vezes fico desesperada.
Estou melhorando, mas muito devagar.” (pág. 101)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Toda verde com uma planta rodeada por um círculo de fogo
branco e ao lado um cidade destruída.
Apesar de achar a capa bem simples para uma distopia, é bem
condizente com o enredo.
Design da capa: MECOB
Projeto gráfico e adaptação da capa: Luana Botelho
Imagens da capa: @Shutterstock.com
NOTA: 4,00 DE 5,OO
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são aparelhadas com letras pretas e algumas
páginas são pretas com letras brancas, algumas tem desenho de folhas brancas.
Conteúdo: desenhos; índice; dividido em anos (de 2024 à
2027), com pensamento do início dos capítulo referente a Semente da terá e
todos são datados de forma crescente; uma conversa com Octavia E. Butler; e,
Questões para discussão.
Acompanhamento editorial: Giovana Bomentre.
Imagens internas: @RuluByArt
Diagramação: Desenho Editorial.
Acabamento: Brochura
Peso: 444g
NOTA: 4,50 DE 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela
protagonista principal com diálogos concorrentes que complementam a narrativa e
pensamentos referentes a SEMENTE DA TERRA.
A linguagem é de fácil entendimento, embora existam alguns
termos diferenciados de outras culturas, fáceis de serem compreendidos na
decorrência da leitura.
Preparação: Taíssa Reis.
REvisão: Mellory Ferraz.
NOTA: 4,50 DE 5,00
CITAÇÃO:
“Só quando o sangue parou de escorrer que me senti mais
segura. O coração do homem tinha bombeado toda a vida para o chão. Ele não
poderia recobrar a consciência e me envolver em sua dor.” (pág. 234)
SINOPSE:
“Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social,
nem mesmo os bairros murados estão seguros. Em uma noite de fogo e morte,
Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, perde sua família, seu lar e se
aventura pelas terras americanas desprotegidas. Mas o que começa como uma fuga
pela sobrevivência acaba levando a algo muito maior: uma visão estonteante do
destino humano ... e ao nascimento de uma nova fé.”
CITAÇÃO:
“A única defesa real contra o fuzil automático é se esconder
e fazer silêncio.” (pág. 314)
“Não disse mais nada sobre armas e não pediu desculpas.
Claro que não nos deixou. Para onde iria? Era um escravo fugido. Nós éramos a
melhor coisa que ele tinha encontrado até então – o melhor que ele encontraria
enquanto tivesse Doe consigo.” (pág. 387)
RESUMO SINÓPTICO:
No ano de 2024 o mundo está um caos. As pessoas vivem em
pequenas comunidades escondidas através de muros e famílias numerosas dentro de
uma mesma casa. O mundo está um caos total devido a crise ambiental, social e
econômica. Poucos se arriscam além dos muros e quando os fazem, sempre estão
prevenidos com armas, pois há vários indigentes e drogados nas ruas, à espreita
para atacar os transeuntes que ainda se arriscam para trabalhar fora de seus
muros.
LAUREN OLAMINA acaba de completar 15 anos e vive em uma
dessas comunidades por trás dos muros com o pai, que é reverendo e professor, a
madrasta que a criou desde pequena, porém não tem tanto apreço por ela, e,
quatro meio-irmãos, todos homens entre 8 e 12 anos. KEITH é o irmão mais velho
e o queridinho da mãe que não percebe a má índole do filho. Lauren tem um
defeito genético transmitido por sua mãe biológica devido às drogas que tomava,
Lauren é uma COMPARTILHADORA, ou seja, ela sente o que as outras pessoas
sentem, sejam prazer, que já não existe muito ou dor, o que a tona bem
vulnerável.
Em um dos poucos dias que o pai sai para lecionar, acaba não
voltando para casa e todos ficam desesperado, pois já tinham perdido Keith
quando ele resolveu sair de casa e viver nas ruas. Não tinham mais como se manterem
e teriam de viver apenas do que plantavam e de trocas que poderiam fazer com os
vizinhos. Lauren sempre precavida e prevendo o possível caos dentro dos muros,
mantinha uma mochila sempre pronta com o essencial para se chegar em outro
lugar e sobreviver, além de algum dinheiro que mantinha escondido.
Os marginais entram pelos muros e incendeiam as casas atrás
do muro onde Lauren viviam, um novo tipo de droga que os deixava ‘loucos’ pelo
fogo chamada ‘piro” os dominam totalmente. Os indigentes quando veem as casa
pegando fogo, correm para roubar tudo que podem desde roupa, comida até
dinheiro. Nesse ataque Lauren perde a madrasta e os irmãos. Teve de fugir às
pressas com sua mochila de emergência e enfrentar a estrada em busca de outros
lugares que possam servir de moradia. Missão quase impossível.
Lauren escrevia sobre uma nova religião que observava sobre
e anotava tudo. Ao longo do caminho, passou por várias provações e
dificuldades, mas aos poucos o número de adeptos (aparentes) e seguidores, vão
aumentando até que encontram um local onde poderão construir uma nova
comunidade e perpetuar a nova religião...
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Não conhecia a autora e gostei muito de toda ficção criada
por ela, principalmente porque a distopia criada é muito parecida com nossa
possível realidade em breve, onde não poderemos sair de casa sem medo (se é que
já não acontece). É uma previsão de um futuro próximo e mesmo que nos assombre
ao fazer a leitura, sabemos que poderá acontecer.
Miséria, fome, violência física e psicológica, drogas, escravidão,
falta de emprego, ambição governamental, caos... É o que encontraremos nesse
livro, mas também, esperança, fé ou crença, amor e força de vontade que
impulsionarão a uma mudança. Claro que toda mudança é lenta e por vezes pode
ser radical, mas espero que aconteça nos próprios volume da série.
É um livro pesado de ser lido, porque a verdade fica
escancarada sobre nosso próprio futuro, entretanto, é uma ficção e como tal,
acredito que em alguns pontos a autora exagerou um pouco, dando tanta ‘força’
para um jovem protagonista, mesmo sendo bonita, inteligente e jovem. Poderia
ter colocado um (a) protagonista um pouco mais maduro, afinal, ela viveu por
trás dos muitos durante quase a vida toda e não tinha experiência das ruas,
ainda assim, foi bem sucedida em sua empreitada de fuga. Algumas outras coisas
foram também exageradas e de certa forma sem sentido, pelo menos para esse
primeiro volume, quem sabe possam ter sido inseridas aqui e serão explicados
nos próximos.
Admirei a ousadia e coragem da autora, porque colocou seus
próprios medos e dúvidas no livro, principalmente ao questionar as religiões e
os governos em tempo de crise, questionamentos sobre busca pessoal, seus
objetivos de vida e qual o real sentido de tudo. Nos faz questionar nossa
própria vida e existência, mesmo sendo uma distopia ficcional.
Livro muito bom que recomendo para quem gosta do estilo.
Agora pretendo ler as continuações, assim espero.
NOTA : 4,80 DE 5,00
SOBRE A AUTORA:
Filha de um engraxate e uma empregada doméstica, a Grande
Dama da Ficção Científica nasceu na Califórnia, em 1947. Aos 12 anos, assistiu
ao filme “A Garota Diabólica de Marte”, que era tão ruim, mas tão ruim, que
mudou completamente sua vida. Octavia decidiu que contaria histórias melhores
do que aquela e assim começou sua jornada como escritora. A autora precisou
lutar contra a pobreza, a dislexia e o racismo para receber um diploma
universitário e foi a primeira mulher negra norte-americana a conquistar o
sucesso em uma área da literatura dominada por homens: a ficção científica.
Ao longo de sua carreira, foi laureada com o MacArthur
Fellowship, Hugo, Nebula e Locus Awards, além de ser indicada mais de 20 vezes
à prêmios. Representava em seus livros heroínas negras e explorava temas como
raça, empoderamento feminino, divisão de classe, sexualidade e escravidão. Em
2010, quatro anos após sua morte, foi inserida no Hall da Fama da Ficção
Científica, em Seattle.
Sua obra continua tão relevante, que ainda hoje é objeto de
estudo e seu trabalho e vida ganharam uma magnifica exposição na The Huntington
Library, na Califórnia.
CHEIRINHOS
RUDY