LIVRO: “MULHER UMEDECIDA” (LITERATURA NACIONAL)
TRILOGIA: 02
AUTORA: MARIA MORTATTI
EDITORA: SCORTECCI
PÁGINAS – 120
1ª EDIÇÃO 2020
CATEGORIA: POESIA BRASILEIRA
ASSUNTO: POEMAS
ISBN: - 978-65-5529-046-2
PRIMEIRO PARÁGRAFO:
“VESTIDA DE BRANCO,
CONTEMPLANDO O HORIZONTE,
AO CAIR DA TARDE ENSOLARADA
DE VÉSPERA DE NATAL,
TROPECEI NUMA PEDRA PARTIDA
DA ANTIGA E REPISADA CALÇADA
DA TERRA NATAL. [...]”.
CITAÇÃO:
“[...] Ainda em silêncio,
sufocada de desencanto, capitulei.
Porque já não posso viver
sem o bem que me faz,
aceito assim esse homem,
apesar da tristeza que, sem saber, me impõe. [...]”. (Poema
O amor quando em perigo, pág. 19)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Toda vermelha em degradê.
Acredito que o vermelho mostra a intensidade da paixão.
Imagens da capa: Acervo pessoal – Maria Mortatti – Pixabay
Arte final de capa: Mikaélly Nuncio.
NOTA: 4,50 DE 5,OO
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são levemente amareladas com letras pretas
medianas.
Conteúdo: dedicatória; dividido em quatro partes: I-O
Encontro com onze poemas, II-Amor-perfeito
com quatorze poemas, III-Estações do amor com doze poemas e IV-A
celebração das núpcias com dezenove poemas; post scriptum; testamento; posfácio;
e, sobre a autora.
As partes estão com títulos em negrito e com logotipo de
arabesco, os títulos são em negritos; os poemas são datados.
NOTA: 4,80 DE 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é intimista, pessoal e em alguns trechos como se
conversasse com o outro, em outros, como se revelasse seus pensamentos.
A linguagem é atual, de fácil entendimento, cadenciada (quase
musical) e visceral, profunda.
NOTA: 4,70 DE 5,00
CITAÇÃO:
“Meu amor é paciente, calmo e bondoso.
Mas não sou tola. Não me trates como tal.
Sou intensa, é verdade. Mas não há o que temer.
Também sou discreta e noturna.
De dia, contenho-me nas cascas das árvores,
sob as quais o provedor laborioso
descansa da luta contra os predadores. [...]”. (Poema O amor
quando ferido, pág. 70)
SINOPSE:
“Os poemas de Mulher umedecida evocam estados íntimos do
eu-poético, como vivência em processo, na busca de simultaneidade entre o
momento do vivido e o momento de seu registro como experiência (poética).
Caracterizam uma sequência assemelhada à de páginas de um diário íntimo, em que
se vai tecendo a narrativa de uma longa e tortuosa jornada, por meio da
expressão dos estados da alma ritmados pelos sentimentos da mulher na relação
com seu amado, a quem dedica os poemas. Ao mesmo tempo, vai se revelando a
tessitura da relação amorosa, do ponto de vista da mulher umedecida, em
monólogo dialógico-replicante com o homem, no movimento em vórtice que é também
o de uma jornada de autoconhecimento, provocada pelo encontro e o vínculo com o
Outro. Como uma peça poético-musical resultante do entrecruzamento de
referências a composições literárias e musicais, entre começos, fins e
recomeços, do começo ao fim ou do fim ao começo, o livro representa uma
declaração do amor sem começo nem fim ofertada pela mulher ao homem que a
umedeceu. O leitor que acolher o convite-desafio poderá avaliar se o ambicioso
projeto foi bem-sucedido: as palavras tocam (em) seu coração como tocam no/do
coração da mulher umedecida?”
CITAÇÃO:
“E foi numa noite esplendorosa,
em dueto amoroso,
olhos e mãos entrelaçados,
sorrisos cintilados,
que o poeta me ofereceu seu coração:
“Estes versos são para você!”
A razão em delírio pergunta:
Também de felicidade se pode enlouquecer? [...].” (Poema
Delírio da razão , pág. 105)
RESUMO SINÓPTICO:
A sinopse está bem descritiva e não há necessidade de um
resumo.
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Nós mulheres trazemos de forma inerente, a sensibilidade e a
percepção de situações que aparentemente podem ser superficiais e de forma
sutil, conseguimos enquadrá-las dentro de nossas vivências e experiências
adquiridas no decorrer da jornada existencial.
A autora conseguiu imprimir em seus versos a sutileza, a
força e o desejo de uma mulher enamorada. Mostra o quanto pode ser profundo,
doce e satisfatório o relacionamento, mas também, como alguns comentários e
atitudes do ‘outro’, podem marcar, magoar, desestabilizar e ainda assim,
proporcionar felicidade.
Contraditório? Pode até ser... E não somos todos seres
dúbios, contraditórios e questionadores? E apesar de cada fala, atitude, toque,
carinho, afeto, não buscamos a felicidade? Pois é o que a escritora conseguiu
passar com seus poemas íntimos e sensíveis em suas colocações.
Dá para perceber uma certa cronologia nos fatos e
sentimentos narrados, um vai e vem no tempo, mostrando a evolução da relação e
da sensação naquele determinado momento, deixando a marca dos sentimentos,
incrustadas nas palavras que serão imortais.
Não há como não me identificar com as experiências
transcritas, acredito que em algum momento, já sentimos a ambiguidade descrita
e a busca pessoal e poética demonstrada pela autora. Suas poesias trazem
acalanto ao coração, questionamentos filosóficos à mente e transcende a
sensibilidade da alma.
Recomendo para todos, principalmente para as mulheres que
entendem o umedecimento feminino.
NOTA : 4,80 DE 5,00
SOBRE O AUTORA:
Professora titular da UNESP - Universidade Estadual
Paulista. Livre-Docente em Metodologia da Alfabetização (1997) pela UNESP.
Licenciada em Letras (1975) pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Araraquara-SP; Mestre em Educação (1987) e Doutora em Educação (1991), pela
Faculdade de Educação da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas-SP. Atua
no curso de Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNESP -
Marília. Atuou no Curso de Pedagogia da UNESP- Presidente Prudente (1991-1998)
e no Programa de Pós-Graduação em Letras da UNESP - Assis (1993-1999). Entre
1976 e 1991, atuou em escolas públicas e particulares paulistas, como
professora de língua portuguesa e literatura e coordenadora pedagógica, além de
monitora de ensino junto à Delegacia de Ensino - Campinas. É coordenadora do
GPHELLB - Grupo de Pesquisa História do Ensino de Língua e Literatura no
Brasil, criado em 1994. É Presidente Emérita da ABAlf - Associação Brasileira
de Alfabetização.
CORTESIA EDITORA SCORTECCI.
RUDY