17/04/2017

RESENHA #21 - “CORDA SOBRE O ABISMO – O ELOGIO DA DESESPERANÇA” (LITERATURA NACIONAL) - MARCELO PEREIRA RODRIGUES



LIVRO: “CORDA SOBRE O ABISMO – O ELOGIO DA DESESPERANÇA” (LITERATURA NACIONAL)

AUTOR: MARCELO PEREIRA RODRIGUES

COLEÇÃO: VIAGENS NA FICÇÃO

EDITORA: CHIADO

PÁGINAS – 185

1ª  EDIÇÃO JUNHO/2015

CATEGORIA: FICÇÃO

ASSUNTO: ROMANCE FILOSÓFICO

ISBN: - 978-989-51-4074-9

 



CITAÇÃO:


” Todo ente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por acaso.” (JEAN PAUL SARTRE) – (pág. 8)


“[...] Ailás, quero partilhar contigo um pensamento que fui encontrar no último livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido: o grande segredo do Universo já estava exposto para a humanidade encontrar, mas disposto intencionalmente em várias obras de escritores, filósofos e pensadores místicos, como um todo. [...]” (pág. 144)



ANÁLISE TÉCNICA:


-CAPA-


Pés masculinos na beira do que parece ser um edifício com uma corda à frente e vários outros prédios grandes e desfocados.

A capa demonstra muito do conteúdo do livro, principalmente em relação as dúvidas do cotidiano.

Capa feita por José Serrano.


(nota: 4,00 de 5,00)



-DIAGRAMAÇÃO:


As folhas são amareladas com letras pretas  medianas.

Conteúdo: prefácio ( de Rafaela Lobo); nota explicativa; e, vinte capítulo numerados e com títulos.

Editor: Rita Costa.

Composição gráfica: João Pedro.

Impressão e acabamento: Chiado Print.


(nota: 4,00  de 5,00 )



- ESCRITA:


Devo confessar que fiquei um tanto confusa com a forma de escrita, primeiro é feita em 3ª pessoa, porém os pensamentos do protagonista é em 1ª pessoa e os diálogos em 2ª pessoa trazendo uma linguagem mais culta, embora mostre tanto as ações como os pensamentos das personagens, criando uma conexão próxima com o leitor.

Acredito, porém não tenho certeza, que a escrita é feita com português de Portugal, pois tem alguns vocábulos não conhecidos aqui no Brasil e traz notas explicativas no rodapé, sobre eventos e fatos que aqui no Brasil conhecemos bem e lá talvez não.

Depois de pegar o ritmo da leitura, se torna fácil o envolvimento com o enredo e ainda tem muitas citações de pensadores como: Platão, Sócrates, Sartre e outros e cita músicas também.

E o que achei melhor na escrita: um tom hilário com humor um tanto cáustico, ácido e crítico, com certa ironia em determinados trechos.

A maior dificuldade encontrada é a revisão. Muitos erros de separação de sílabas, o que atrapalha um pouco, porque temos de voltar para reler a palavra. Aconselho uma nova revisão.


(nota: 3,00  de 5,00)



CITAÇÃO:

  
“- Como filósofo, você deve saber que a razão é o ingrediente necessário para uma vida feliz.[...]! (pág. 43)



RESUMO SINÓPTICO:


DENIZARD DIAS tem o mesmo nome do francês ALLAN KARDEC (que se chamava Denizar Rivall), é um intelectual introvertido, 32 anos, formado em Filosofia pela USP, pós-graduado em Ética e Filosofia Clínica. Tem artigos publicados em importantes revistas científicas, participa do grupo de estudo de Kant no Brasil e comenta em um telejornal da TV estatal, o que o tornou um homem público. É professor de Filosofia Contemporânea em uma Faculdade particular conceituada em SP. Irritava-se consigo mesmo por ter se transformado em um pequeno burguês pago pelo sistema educacional falido que repudiava.

Tem como amigo PAULO SÉRGIO, professor de Comunicação Social que pensa apenas em ‘pegar’ as alunas, é materialista, pensa apenas no que pode ganhar e nem sabe alguns termos do português.

Denizar tem pensamentos preconceituosos e acha todo mundo ‘burro’ e comum por gostarem de músicas populares, lerem apenas o que chama de leituras ‘vazias’ que não trazem grande cultura, porém ele mesmo é um hipócrita, pois faz o que critica nos outros.

Até que, após uma noite de bebedeira, sua vida muda completamente vendo ruir o seu frágil castelo de cartas o qual considerava uma vida sólida. Passa alguns dias a perceber que as pessoas passaram a viver como ele havia idealizado: lendo livros filosófico, ouvindo músicas clássicas, sem fazerem comentários nas redes sociais com linguagem reduzida; estranha tudo aquilo e quer apenas o cotidiano que tinha antes...

Perde o emprego, a namorada, o programa na TV, passa a sonhar com escritores mortos que o aconselham durante o sono e vai trabalhar como vendedor em uma livraria e por incrível que possa parecer, está feliz com essa vida ‘normal’...



CITAÇÃO: 

“ – Descontrai, querido. Não achas fantástico que as pessoas transformem-se através da arte e da cultura, por meio dos livros e o som de belas canções? Quantas vezes não sonhaste com essa sociedade ideal? Está aí, vivemos no melhor dos mundos. [...]” (pág. 55)



ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:


A obra é um romance com a narrativa através de fatos criados ou relacionados com as personagens, como conflitos ou situações dramáticas que de alguma forma, nos faz identificarmos com os protagonistas de alguma forma. Por que? Porque de algum modo, nós leitores compulsivos acreditamos que somos ‘nerds’ e de alguma forma temos conhecimento maior do que determinadas pessoas que não gostam ou não leem.

Explicando melhor, nos achamos um nível superior a essas pessoas, posso chocar ao falar abertamente isso e corro até o risco de acharem que sou preconceituosa ou prepotente, o que não é verdade, pois considero-me eclética e gosto dos romances água com açúcar até livros mais técnicos e filosóficos, gosto do hip hop à música clássica, gosto dos filmes infantis aos mais complexos e reflexivos. Entretanto, muitos não são assim... Tem gostos bem específicos e em certos momentos, criticam o que foge daquilo. E é bem assim o protagonista do livro. Então a identificação é feita de alguma forma, de um jeito ou de outro.

Tudo bem, talvez não esteja conseguindo expressar o que o livro passa, portanto, apenas lendo compreenderá o que quero dizer, porque apesar do livro ser um tanto filosófico, trazendo as vertentes de vários pensadores, é um livro bem humorado, contraditório e que traz a possibilidade do leitor questionar seus próprios conceitos diante das dualidades que a vida nos oferece. Paramos para analisar nossa postura diante da vida e de nossos pensamentos e isso é filosofar, concordam?

Conseguimos quebrar determinados paradigmas cotidianos e de forma engraçada, acredito que o autor foi bem inteligente ao usar a filosofia sem se tornar chata e ao tempo que nos traz conhecimento da sociedade e de nosso próprio interior, trazendo uma leitura plena, interessante e elevatória.

“Corda sobre o Abismo pode ser considerado um romance de filosofia, embora sem ser pedante ou maçante. Um convite ao filosofar.”

Livro bem enriquecedor e que recomendo muito para quem quer ampliar a visão de uma vida que pode ser múltipla sem exageros e com maior aceitação do que é diverso.

 

NOTA :  3,80 de 5,00

 Emoticon triste



SOBRE O AUTOR:

 A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, árvore, carro e atividades ao ar livre



Marcelo Pereira Rodrigues (MPR), 40 anos, é filósofo e provocador nato, consolidando uma carreira literária e universalizando seus temas, dialogando com os maiores nomes da literatura universal através de ficções bem afiadas. Reside no Brasil, numa cidade pequena da província de Minas Gerais, com seus três gatos: Ronaldo Fenômeno, Ted e Chita. É editor-chefe do Jornal Cultural “Conhece-te a ti mesmo”, periódico mensal que persiste de forma ininterrupta por 14 anos. Escreveu os seguintes livros:

Muito Humano Demais (crônicas, 2002);

Nós (crônicas, 2003);

23 horas: 59 minutos: Reminiscências do que está por vir (romance, 2004);

Um Café com Sartre (romance, 2006);

Pimenta, sal & alho (crônicas, 2007);

Minhas Mulheres (romance, 2009);

O Filósofo Idiota: o livro proibido na UFSJ (romance, 2011) e

“Acústico MPR: os piores sucessos e os melhores fracassos de Marcelo Pereira Rodrigues” (ensaios, artigos e biografia, 2012).


EXEMPLAR CEDIDO PELO AUTOR.


cheirinhos
Rudy

11 comentários:

  1. Rudy
    Perfeita sua análise do livro e difícil de fazer, tenho certeza que eu não conseguiria. Mas acredito que toda leitura, mesmo as agua com açúcar, sempre agrega alguma coisa ao leitor. Fiquei curiosa quanto a postura do personagem principal, mas não é um livro que daria preferência agora, apesar de saber que estou precisando varias meus gêneros literários.
    abraços
    Gisela
    www.lerparadivertir.com

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  2. Esse livro parece interessante. Gostei da capa e gostei também dos pensadores que o autor incluiu na obra. Mas no momento não leria.
    Beijos,
    Monólogo de Julieta

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  3. Tive pouco contato com romance filosófico na minha vida literária. Não tipo de livro que costumo ler, entretanto, é interessante ver a literatura nacional tão rica. Por autor ser um filosófico soube trabalhar bem os conflitos psicológico que livro traz.

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  4. Parece ser um bom livro, que traz muitos questionamentos e várias evidências comprovando nossos preconceitos despercebidos e novas formas de pensar e ver a vida.
    Vou anotar aqui e quem sabe ler em breve.
    bjsss

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  5. Olá,
    me pareceu ser um bom livro, mas também algumas coisas me deixou confusa e complicada de entender, seria um livro que se eu ler não sei se entenderia!
    mas adorei!

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  6. Romance filosófico e ainda por cima cita o meu gênio preferido no mundo, Dan Brown 😍😍😍
    Me interessei de cara por esta obra.

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  7. Infelizmente tenho encontrado também muitos erros e falhas na revisão. É um ponto que deve ser valorizado na hora de realizar o sonho de lançar o próprio livro. Vale a pena investir nessa parte. O livro não parece ser pra qualquer um, é preciso entender a proposta do autor para aproveitar as reflexões..

    *☆* Atraentemente *☆*

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  8. Acho que não seria um livro que leria, provavelmente também ficaria bem confusa na leitura, afinal, primeira, segunda e terceira pessoa em um livro só deve ser bem confuso.
    Beijos!

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  9. Achei interessante por ser um livro diferente de tudo aquilo que já li e imaginei lendo, mas acredito que é muito além do meu entendimento! Achei a resenha muito bem feita, parabéns!
    Beijos de luz!
    Fabricando Sonhos

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  10. A variedade na forma da escrita deve ter deixado as coisas confusas mesmo, que bom que depois a leitura fluiu, os erros sempre são bem chatinhos já me atrapalhei algumas vezes na leitura por causa deles.
    Acredito que seja um livro bom para aqueles que se acham superiores por ler livros mais técnicos e com um teor mais complexo e para todos os outros leitores e ampliar a visão.

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  11. Oi Rudy, tudo bem?
    Não conhecia o livro, mas confesso que não despertou minha curiosidade mesmo após ter lido sua resenha maravilhosa.
    Bjkas

    http://www.acordeicomvontadedeler.com/

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Adoro ler seus comentários, portanto falem o que pensam sem ofensas e assim que puder, retribuirei a visita e/ou responderei aqui seu comentário.
Obrigada!!
cheirinhos
Rudy