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29/04/2018

RESENHA #24 - “FAZENDAS ÁSPERAS” (LITERATURA NACIONAL) - GENY VILAS-BOAS


LIVRO: “FAZENDAS ÁSPERAS” (LITERATURA NACIONAL)
AUTORA: GENY VILAS-BOAS
EDITORA: 7LETRAS
PÁGINAS – 216
  EDIÇÃO 2017
CATEGORIA: ROMANCE BRASILEIRO
ASSUNTO: ROMANCE
ISBN: - 978-85-421-0614-5

Fazendas ásperas

CITAÇÃO:

“Claro que a memória envolve o fato. Mas os fatos não excluem um lance de dados pleno de ternuras.” (pág. 5)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Ilustração de uma casa grande com muito verde na parte da frente.
Foto da capa: Rodolfo de Abreu.

NOTA: 4,00 de 5,00

-DIAGRAMAÇÃO:

Folhas amareladas e letras pretas. As folhas tem uma diagramatura um pouco mais grossinhas.
Conteúdo: prefácio de Ivan C. Proença; dedicatórias; pensamento; e, capítulos sem numeração, apenas com frases títulos ou pensamento.
Coordenação editorial: Isadora Travassos.
Produção editorial: Ana Cecília Menescal, Isadora Bertholdo, Rodrigo Fontoura, Julia Roveri e Victoria Rabello.
Nota: As epígrafes do livro de Basho e outros, foram traduzidas por Kimi Takenaka e Alberto Marsicano e publicadas em Trilha estreita ao confim.

NOTA: 4,20 de 5,00

- ESCRITA:

Foi uma grande surpresa e espanto ver a forma da narração desse livro, em 1ª pessoa com os relatos pessoais da autora, tanto no passado como no presente e também em 3ª pessoa, quando ela narra as “estórias”, como uma observadora distante, embora seja uma narrativa intimista e em certos momentos até confessionais.
Não há diálogos de maneira formal, se dão através do relato da autora.
E a autora se utiliza de analogias sobre o Reino e o reinado em relação a família.
Não é uma forma comum de escrita e pode causar uma morosidade na leitura até a adaptação.

NOTA: 4,00 de 5,00


CITAÇÃO:

“A mãe é a rainha do lar. Os novos criados estão dando problema. Onde já viu uma rainha se preocupar com criados? Tem de contratar uma governanta. [...]” (pág. 63)

SINOPSE:

“Com seu estilo muito próprio e original, Geny Vilas-Novas mescla memória e ficção para reconstruir a história de sua família neste belo romance, que tem o sabor do Rio Doce da infância da protagonista. Numa costura bem cerzida entre passado e presente, com a alternância dos tempos e situações conduzindo o leitor a cada página, e pontuando cada capítulo com os hai-cais de Bashô em epígrafe, Fazendas ásperas é uma obra que nos leva muito além de seu enredo – para dentro de nós mesmos, das lembranças que a vida apresenta e que se tornam indeléveis no fluir do tempo.”

CITAÇÃO:

“Atarde cai melancólica, e uma dor funda apodera-se do peito da Mãe. Ela é uma rainha em seu palácio. Nem um pássaro canta no jardim, não há um raio de sol e vejo que já é noite. [...]” (pág. 101)

RESUMO SINÓPTICO:

A Mãe é a rainha do lar. A própria Rainha.
O Pai era o Rei que tenta fazer todos os gostos de sua Rainha.
Os filhos, príncipes e princesas em um reino onde a natureza predomina, as brincadeiras livres de tecnologias e o gosto por uma alimentação e vida mais saudável.
Contos sobre uma vida são relatados e no texto são incluídos vários ensinamentos e aprendizados, além de falar sobre vários outros autores mineiros e suas escritas.


CITAÇÃO:

“A Mãe acordou sobressaltada no meio da noite, sonhou que o Filho tinha voltado para o Japão. A Mãe continua de mãos dadas com Basho. [...]” (pág. 152)


ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:



Confesso que durante todo tempo que faço análises e resenhas de livros, essa é a mais difícil de concretizar. Já terminei a leitura há quase um mês e fiz vários rascunhos. Nenhum que satisfizesse totalmente a maneira como gostaria de me expressar. Resolvi então, sentar e escrever o que traz o sentimento e o entendimento. Espero que consiga passar toda a grandiosidade da obra.
A maior dificultado é a forma como o livro foi escrito que para mim traz certo ineditismo e uma demora em adaptar a leitura, dificultando um pouco entrar no âmago do relato e identificação com as personagens.
O livro conta a história da família da autora em uma mistura de fatos reais com uma ficção bem elaborada, inserida em uma linguagem própria, carregada de analogias e dando ênfase ao valor da Mãe.
Traz um ensinamento tão intrínseco sobre a região de nascimento da autora, demonstrando os hábitos, costumes, trajes, gastronomia, as pessoas locais, e drama e paixão da família em seu cotidiano. Na verdade o livro é uma prosa local com a vivência local arraigada.
Obstante a esse regionalismo, muitos ensinamentos e reflexões que nos fazem reavaliar nossas vidas, pensamentos, sentimentos e cria até certa expectativa em ter um cotidiano mais tranquilo, junto aos ‘causos’ e a natureza.
E devo falar com sinceridade: o livro é muito bom, porém não é para todo tipo de público. É para aqueles que gostam de conhecer sobre a vida das famílias e sobre seus dramas, problemas, felicidade e amor.


NOTA : 4,00 de 5,00

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SOBRE O AUTORA:

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Geny Vilas-Novas saiu de Minas Gerais aos vinte anos, acompanhando o marido. Morou em várias capitais do Brasil como Goiânia, Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras. Sempre lhe perguntavam se seu marido era militar. Na inocência dos verdes anos, não entendia bem o porquê. Disseram-lhe depois que era pela errância. Teve dois filhos e fixou residência no Rio de Janeiro, onde frequenta a Oficina Literária do Professor Ivan Cavalcanti Proença há vinte anos. Tem colaborado em diversas antologias de contos, como: Doze autores e suas histórias (2003), Marquesa de Santos: ficção em doze contos (2003), Tempos de Nassau: um príncipe em Pernambuco (2004), Feitiço do boêmio: contos inspirados na vida e na obra de Noel Rosa (2010) e Ásperos e macios: histórias de amor e vingança (2010), todos publicados pela Bom Texto Editora. Também publicou pela mesma editora o romance Adeus, rio Doce (2006). Este livro foi traduzido para o Espanhol na tese da aluna Clarisse Bandeira de Mello, pela Florida Atlantic University.

Exemplar cedido pela OASYS CULTURAL.

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