LIVRO: “FAZENDAS ÁSPERAS” (LITERATURA NACIONAL)
AUTORA: GENY VILAS-BOAS
EDITORA: 7LETRAS
PÁGINAS – 216
1ª EDIÇÃO 2017
CATEGORIA: ROMANCE BRASILEIRO
ASSUNTO: ROMANCE
ISBN: - 978-85-421-0614-5
CITAÇÃO:
“Claro que a memória envolve o fato. Mas os fatos não excluem
um lance de dados pleno de ternuras.” (pág. 5)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Ilustração de uma casa grande com muito verde na parte da
frente.
Foto da capa: Rodolfo de Abreu.
NOTA: 4,00 de 5,00
-DIAGRAMAÇÃO:
Folhas amareladas e letras pretas. As
folhas tem uma diagramatura um pouco mais grossinhas.
Conteúdo: prefácio de Ivan C.
Proença; dedicatórias; pensamento; e, capítulos sem numeração, apenas com
frases títulos ou pensamento.
Coordenação editorial: Isadora
Travassos.
Produção editorial: Ana Cecília
Menescal, Isadora Bertholdo, Rodrigo Fontoura, Julia Roveri e Victoria Rabello.
Nota: As epígrafes do livro de Basho
e outros, foram traduzidas por Kimi Takenaka e Alberto Marsicano e publicadas
em Trilha estreita ao confim.
NOTA: 4,20 de 5,00
- ESCRITA:
Foi uma grande surpresa e espanto ver
a forma da narração desse livro, em 1ª pessoa com os relatos pessoais da autora,
tanto no passado como no presente e também em 3ª pessoa, quando ela narra as “estórias”,
como uma observadora distante, embora seja uma narrativa intimista e em certos
momentos até confessionais.
Não há diálogos de maneira formal, se
dão através do relato da autora.
E a autora se utiliza de analogias
sobre o Reino e o reinado em relação a família.
Não é uma forma comum de escrita e
pode causar uma morosidade na leitura até a adaptação.
NOTA: 4,00 de 5,00
CITAÇÃO:
“A mãe é a rainha do lar. Os novos
criados estão dando problema. Onde já viu uma rainha se preocupar com criados?
Tem de contratar uma governanta. [...]” (pág. 63)
SINOPSE:
“Com seu estilo muito próprio e
original, Geny Vilas-Novas mescla memória e ficção para reconstruir a história
de sua família neste belo romance, que tem o sabor do Rio Doce da infância da
protagonista. Numa costura bem cerzida entre passado e presente, com a
alternância dos tempos e situações conduzindo o leitor a cada página, e
pontuando cada capítulo com os hai-cais de Bashô em epígrafe, Fazendas ásperas
é uma obra que nos leva muito além de seu enredo – para dentro de nós mesmos,
das lembranças que a vida apresenta e que se tornam indeléveis no fluir do
tempo.”
CITAÇÃO:
“Atarde cai melancólica, e uma dor
funda apodera-se do peito da Mãe. Ela é uma rainha em seu palácio. Nem um
pássaro canta no jardim, não há um raio de sol e vejo que já é noite. [...]”
(pág. 101)
RESUMO SINÓPTICO:
A Mãe é a rainha do lar. A própria
Rainha.
O Pai era o Rei que tenta fazer todos
os gostos de sua Rainha.
Os filhos, príncipes e princesas em
um reino onde a natureza predomina, as brincadeiras livres de tecnologias e o
gosto por uma alimentação e vida mais saudável.
Contos sobre uma vida são relatados e
no texto são incluídos vários ensinamentos e aprendizados, além de falar sobre
vários outros autores mineiros e suas escritas.
CITAÇÃO:
“A Mãe acordou sobressaltada no meio
da noite, sonhou que o Filho tinha voltado para o Japão. A Mãe continua de mãos
dadas com Basho. [...]” (pág. 152)
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Confesso que durante todo tempo que
faço análises e resenhas de livros, essa é a mais difícil de concretizar. Já
terminei a leitura há quase um mês e fiz vários rascunhos. Nenhum que satisfizesse
totalmente a maneira como gostaria de me expressar. Resolvi então, sentar e
escrever o que traz o sentimento e o entendimento. Espero que consiga passar
toda a grandiosidade da obra.
A maior dificultado é a forma como o
livro foi escrito que para mim traz certo ineditismo e uma demora em adaptar a
leitura, dificultando um pouco entrar no âmago do relato e identificação com as
personagens.
O livro conta a história da família
da autora em uma mistura de fatos reais com uma ficção bem elaborada, inserida
em uma linguagem própria, carregada de analogias e dando ênfase ao valor da
Mãe.
Traz um ensinamento tão intrínseco
sobre a região de nascimento da autora, demonstrando os hábitos, costumes,
trajes, gastronomia, as pessoas locais, e drama e paixão da família em seu cotidiano.
Na verdade o livro é uma prosa local com a vivência local arraigada.
Obstante a esse regionalismo, muitos
ensinamentos e reflexões que nos fazem reavaliar nossas vidas, pensamentos,
sentimentos e cria até certa expectativa em ter um cotidiano mais tranquilo,
junto aos ‘causos’ e a natureza.
E devo falar com sinceridade: o livro
é muito bom, porém não é para todo tipo de público. É para aqueles que gostam
de conhecer sobre a vida das famílias e sobre seus dramas, problemas,
felicidade e amor.
NOTA : 4,00 de 5,00
SOBRE O AUTORA:
Geny Vilas-Novas saiu de Minas Gerais
aos vinte anos, acompanhando o marido. Morou em várias capitais do Brasil como
Goiânia, Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras. Sempre lhe
perguntavam se seu marido era militar. Na inocência dos verdes anos, não
entendia bem o porquê. Disseram-lhe depois que era pela errância. Teve dois
filhos e fixou residência no Rio de Janeiro, onde frequenta a Oficina Literária
do Professor Ivan Cavalcanti Proença há vinte anos. Tem colaborado em diversas
antologias de contos, como: Doze autores e suas histórias (2003), Marquesa de
Santos: ficção em doze contos (2003), Tempos de Nassau: um príncipe em
Pernambuco (2004), Feitiço do boêmio: contos inspirados na vida e na obra de
Noel Rosa (2010) e Ásperos e macios: histórias de amor e vingança (2010), todos
publicados pela Bom Texto Editora. Também publicou pela mesma editora o romance
Adeus, rio Doce (2006). Este livro foi traduzido para o Espanhol na tese da
aluna Clarisse Bandeira de Mello, pela Florida Atlantic University.
Exemplar cedido pela OASYS CULTURAL.
CHEIRINHOS
RUDY