LIVRO:”EM TU (SIASMO)” (LITERATURA NACIONAL)
AUTORA: LUCIANA TEIXEIRA STECCHINI
EDITORA: LETRAMENTO
PÁGINAS – 300
1ª EDIÇÃO 2016
CATEGORIA: BIOGRAFIA
ASSUNTO: ROMANCE FAMILIAR
ISBN: - 978-85-68275-67-2
CITAÇÃO:
“Quem morre jovem congela no tempo.” (pág. 43)
“Ele nunca se importou com aparências e etiquetas. Nunca teve
luxo com roupas ou carros.[...]” (pág. 44)
“[...]Inevitavelmente, me pego imaginando como seria se ele
estivesse aqui, a cara de espanto do meu irmão ao saber que hoje passamos “bilhetinhos”
que chegam instantaneamente aos computadores e celulares do outro lado do
mundo, e que todas as nossas dúvidas de escola a gente tira num tal de Google.
De lá, só não sanamos as dúvidas relacionadas à Vida ou à Morte. Estas a gente
vai tentando silenciá0las com o tempo, sem jamais sonseguirmos decifrá-las.”
(pág. 49)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Porta retratos com foto do patriarca da família TEIXEIRA,
FUNDO TODO MARROM.
Como o livro é uma biografia, a capa é perfeita.
Feita por João Gabriel Moreira.
NOTA: 5,00 DE 5,00
-DIAGRAMAÇÃO:
Folhas amareladas com letras brancas
na média, facilitam a leitura.
Conteúdo: pensamento; dedicatória;
agradecimento; prefácio (de Roxana Maria Filetti); nota da prefaciadora;
índice; índice de citações; introdução; são vinte e sete capítulos com títulos
que estão em página única com fundo cinza; nos inícios dos capítulos, citações feitas
em pequenos papéis bilhetes; um resumão da coisa toda; e, fotos.
Projeto gráfico e diagramação: João
Gabriel Moreira – Estúdio de Criação/estudiodc.com.br
NOTA: 5,00 DE 5,00
- ESCRITA:
É uma narrativa descritiva/explicativa
em primeira pessoa pela autora, carregada de sentimentos e verdades pessoais. Envolvente,
tem um certo tom hilário em certos momentos, narrativa intensa e um tanto
triste em decorrência dos acontecimentos. E apesar da autora dizer que não é
escritora, tem uma forma romanceada e poética de fazer seus relatos que torna a
escrita ainda mais encantadora.
Revisão: Rita Lopes Teixeira.
NOTA: 5,00 DE 5,00
CITAÇÃO:
“[...] ’...Apesar de todo o
dilaceramento, solidão e lágrimas, a morte tem um poder limitado: seu dedo
cruel e ossudo não consegue encontrar a tecla com que deletar nossos melhores
afetos.’(Lya Luft).” (pág.53/54)
“[...] Dizem que a adolescência foi ‘inventada’
com o propósito de preparar os filhos apegados aos pais (ou pai apegados aos
filhos) para o inevitável momento de separação, quando chega a hora de
abandonar o ninho, de ganhar asas e alçar novos voos. [...]”. (pág. 72)
“[...] Nada consegue apagar o amor
que recebemos ou que doamos, e somente este amor dilui as mágoas dos dias
ruins.[...]” (pág. 76)
SINOPSE:
“História de um fôlego só! De como o
desencadear de tragédias num mesmo grupo pode se tornar componente fundamental
para se firmar a fé em corações destroçados.
Por ser fruto da mente fértil de uma
menina assustada, poderia ter sido concebida com o propósito de fazer chorar
até as entranhas. E, por ser espirituosa a tal menina, poderia, também, fazer
rir aos chacoalhões (emoções estas garantidas na leitura de EM TU (siasmo)).
Mas, não! É um romance biográfico sem
nenhum traço de ficção, a narrativa retrata a mais pura e crua e dolorosa
verdade. Assim como há, nele, outras verdades que nos (re)animam enquanto
lemos: o amor, a graça, a folia, os aromas, a fartura, a determinação, a
irmandade, a generosidade, a esperança.
Se você, leitor, rejeita emoções que
fluem autônomas, independentes de seu consentimento, procure outras categorias
literárias, outros escritores cujos estilos você bem conhece, não se arrisque.
Porém, se agora ficou curioso, e, de
birra, quer desafiar-se, embrenhe-se nesta mata; só mesmo as cerca de 75.000
palavras usadas por Luciana Teixeira Stecchini para narrar sua história
familiar desvendarão o segredo, ou abrirão a clareira.
Essa moça, arquiteta de profissão,
filha mais nova do casal protagonista, não imaginava que na segunda década de
sua vida começaria a preparação para se tornar uma escritora. Desleixada com
estudos, foi registrando as “aulas” como possíveis ensinamentos para usar no
futuro, talvez; e duas décadas e meia depois, resolveu arriscar-se a verificar
o aprendizado.
Desprovida de técnicas literárias,
despida de convenções, desnudando-se, virando-se pelo avesso, desandou a
escrever sobre tudo que ouviu, viu, vivenciou, ganhou, perdeu, como membro de
uma família numerosa, que começou com aqueles dois apaixonados que não vislumbravam
o que lhes reservava o destino – seus pais, Gilberto e Inês.
Uma história em que a Morte tem nome
próprio, mas a Vida termina vencedora.
Entusiasme-se! Os sentimentos que se
apossarem de você durante a leitura serão fagulhas, perto do que essa gente passou.
Uma gente íntegra, hoje alguns no céu, e outros na terra. Sobreviventes.
Superviventes. Superlativos – na alegria, na dor e na coragem.
EM TU (siasmo).”
CITAÇÃO:
“[...] Este meu amigo, companheiro
inseparável, não se importa com promessas sacrificantes, presente luxuosos,
igrejas em ouro, palavras repetidas sem atenção. O Meu Deus está no d-EU-s
interior de cada pessoa, nos atos e nos pensamentos dos homens de boa vontade.
[...]” (pág. 85)
“[...] E, felizes são as que
conseguem sentir a reciprocidade gratificante do amor que envolve um olhar
entre mãe e filho.” (pág. 104)
“A dor de cada um, tão complexa e
íntima. Quando digo íntima quero dizer pessoal, a dor que cada qual tem dentro
de si, e ninguém mais consegue mensurar. [...]” (pág. 128)
RESUMO SINÓPTICO:
O livro traz a saga da família Teixeira
desde de o casamento de Gilberto (o patriarca) com Inês (a matriarca) e os sete filhos: Mary Ney,
Roberto, Renato, Maria, Giba, Júnior e Luciana (a autora).
Em um relato emocionante, através dos
fatos, desilusões, perdas, imprevistos e
muito amor, a obra traz o inesperado que a vida pode trazer, a união familiar
carregada de amor que auxilia nos momentos árduos, o sucesso pessoal, os
sentimentos arraigados, a surpresa, a felicidade, a nostalgia, o amadurecimento,
a surpresa...e a homenagem feita aos que se foram e aos que ficaram, através
desse livro único, tanto por sua história verídica, como pela intensidade e variedade
de sentimentos expressos que são repassadas através das palavras bem escritas.
(Não me alonguei muito em explicações porque a sinopse está bem completinha)
CITAÇÃO:
“[...] O meu encantamento mora na
memória que não escolhe. E na paz de vento brando que ainda sopra por lá.”
(155)
“Ser mãe é algo além do ‘dar à luz’,
conheço algumas que jamais tiveram uma gestação. Ser mãe é descobrir que o amor
nasce e se fortalece mesmo nas noites mal dormidas, e não há palavras que
descrevam o afeto que cultivamos por aquela criatura barulhenta. E como choram!
[...]” (pág. 167)
“[...]’Xô, erva daninha!’No jardim da
minha mãe não existia praga, assim como não haveria mal no mundo se a solução
estivesse ao seu alcance.” (pág. 208)
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Terminei a leitura desse livro no mês
passado e tive de passar alguns dias para colocar em ordem, os sentimentos
absorvidos, vividos, sentidos...porque foi um livro que mexeu demais com meus
sentimentos, aflorando a sensibilidade já tão à flor da pele e que trouxe
memórias passadas com grande intensidade, a lembrança de pessoas queridas que
já não estão mais presente em minha vida e o grande amor que sinto pelos que estão
ainda nessa caminhada chamada vida. A família é tudo que há de melhor e é disso
que se trata o livro.
Já sabem que tenho dificuldade de
transcrever em palavras os sentimentos de ler um livro muito bom. Muito bom
não: excepcional! Porque esse livro é assim: magnífico, magnânimo, profundo e
carregado de amor... Vou tentar.
Para mim uma leitura é mais do que
formato, diagramação, tipo de escrita, erros (ou não), enredo, desenvolvimento
e conclusão (embora faça essa análise também). Ler para mim é EMOÇÃO!
Independente de como é feita, se não houver emoção e não nos conquistar, não é
de toda completa. E sem dúvida esse foi o melhor livro que li até agora nesse
ano. Foi o livro que mais aflorou sentimentos e diversos, que sorri, que chorei
(e como!), que vibrei, que torci, que fez com que me sentisse dentro da própria
história.
E por quê? Porque fala de família, de
perda, de amor... e do quanto somos vulneráveis a esses sentimentos e o quanto
eles são percursores do que somos, do que conquistamos, do que conseguimos
suportar e continuar a vida apesar de todos os pesares, pelo simples fato de
sabermos que há amor e temos de continuar a roda da vida...
Nossa! Como tantas coisas relatadas ‘coincidiram’
com fatos da minha própria vida: vivemos na mesma época, onde ainda não
tínhamos acesso a toda tecnologia, onde éramos criados ‘na rua’ com
brincadeiras e tranquilidade, onde cultivávamos o desejo de casar e constituir
família ao tempo que queríamos liberdade para vivermos intensamente os desejos
e as escolhas profissionais, onde a família era o apoio fundamental para tudo.
Irmão mais velho que era melhor amigo e acabou se entregando ao alcoolismo e
acaba falecendo por isso... A dor da perda, não apenas do mais querido, mas de
outras pessoas na família, tios, pai... O apoio no meu caso, da irmã que ficou
e no dela dos outros irmãos, para aguentar essa dor dilacerante (e como ela
diz, bem individual). O amor e o apoio do companheiro, se mostrando firme em
todos os momentos. Enfim, foram tantas ‘coincidências’ que não tive como não me
envolver profundamente...
E o principal: o entendimento de que
nada é por acaso, qu tem uma força maior que nos guia e nos faz suportar as
dificuldades, que nos mostra o quanto as perdas são necessárias para que
valorizemos cada momento, cada instante, cada pessoa com quem convivemos e para
nos alertar que, coisas pequenas, mesquinhas, egoístas não fazem sentido, que
os sentimentos ‘ruins’ que cultivamos, não devem ser perpetrados. Devemos
perdoar a nós mesmos e aos que nos rodeiam. E tocar a vida com amor e
crescimento pessoal e espiritual.
Sei que a análise ficou gigante, mas
tinha de falar tudo que estava aqui dentro e ainda sei que ficou faltando muito
a ser dito, porque são pequenos detalhes que apesar de merecerem relevância,
tem de ser deixados sem comentários, para que cada leitor possa ter suas
próprias emoções ao ler.
Digo apenas que é uma leitura que
vale a pena para todos e principalmente para aqueles que acham que ‘coisas’
acontecem apenas na sua família e não nas outras. É um livro de dor, de perdas,
mas também de muito amor e de ‘EM TU (SIASMO)’ pela vida!!
NOTA : 5,00 DE 5,00
CITAÇÃO:
“Não encaro a saudade como um
sentimento propriamente triste. Sim, admito que ela dói – dói pela ausência,
pela distância e pela impossibilidade de um reencontro -, mas aprendi a aceitar
uma presença sem lamentos; afinal, sé sente saudade quem tem bons momentos para
lembrar. E, feliz de que os tem. [...]” (pág. 211)
“[...] Que o fracasso, assim como a
vitória, é próprio do ser humano, que somos todos falhos, que temos defeitos,
que não somos de aço. [...]”. (pág. 214)
“[...] E segundos desperdiçados da
sua companhia. Somente eu sei o resultado desta conta e da falta que este tempo
me faz ainda hoje.”(pág. 214)
SOBRE A AUTORA:
Nasceu em São Joaquim da Barra, em 1970. Há 24 anos trabalha
como arquiteta em escritório que leva o seu nome, na cidade de Ribeirão Preto.
CITAÇÃO:
- “Não é fácil assimilar que a Morte não representa uma perda.
Mais difícil é entendê-la com um ganho. O que mais me chamou a atenção nesta
minha busca por uma reforma íntima foi a possibilidade de podermos inverter as
posições e enxergar na passagem dos nossos entes amados não somente a dor, mas,
principalmente, a alegria do convívio que tivemos, a gratidão pelos seus
ensinamentos, cuidados e amor. Desta forma, conseguimos reconhecer o quanto
fomos privilegiados.” (pág. 216)
- [...] Mas, também haverá um lado bom. O otimismo é o
exercício diário de fortalecimento da fé. É acreditar que para cada uma das
nossas aflições (sejam elas grandes quanto forem) existem sempre dois ângulos,
visuais e cada um tem o poder de escolher para qual lado pretende olhar.” (pág.
226)
“[...] Salvar uma vida é a maior herança de amor que se pode
deixar.” (pág. 237)
“[...] E o ‘nunca mais’ voltou a frequentar nossas frases.
Este é o grande poder que a Morte tem sobre os que ficam, a fragilidade da
tristeza. [...]” (pág. 238)
Exemplar cedido pela autora.
Vamos ter sorteio, mas caso queira se antecipar ao prazer da leitura e adquirir o livro, podem entrar em contato direto com a escritora ou acessar a página da Editora.
CHEIRINHOS
RUDY