LIVRO: ”UMA HISTÓRIA DENTRO DA OUTRA E LENDAS DO RIO DOCE” (LITERATURA
NACIONAL)
AUTORA: GENY VILAS-NOVAS
ILUSTRADOR: FLÁVIO COLIN
EDITORA: ZIT
PÁGINAS – 80
1ª EDIÇÃO 2017
CATEGORIA: NOVELA INFANTOJUVENIL BRASILEIRA
ASSUNTO: CONTOS E LENDAS
ISBN: - 978-85-7933-112-1
CITAÇÃO:
“De longe, o caçador não avistou nem menino, nem cachorro,
como era de costume. Entrou em casa sobressaltado. Vendo o cachorro, todo
ensanguentado e não vendo o menino, pensou que o cachorro tivesse comido o
menino e deu um tiro na cabeça do cachorro. O menino acordou com o barulho e
começou a chorar no berço.” (pág. 18)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Acima do título uma chaminé saindo fumaça entre as árvores e
pássaros voando, abaixo do título um rio azul com peixes pulando e um barquinho
ancorado no pequeno cais.
A capa é linda, colorida e mostra a realidade encontrada
dentro do livro.
Design da capa e miolo e colorização: Beatriz M. Rocha/ MAS Agenciamento.
Ilustrações: Flávio Colin.
NOTA: 5,00 de 5,00
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são brancas com letras
pretas medianas.
O papel do miolo: Couché Mate
150g/m², diferente.
O papel de capa: Cartão 300g/m².
Conteúdo: palavras da autora; não há
divisão de capítulos, a história é narrada e dentro delas, os contos/lendas do
Sítio de Cima no Rio Doce. Lindas ilustrações.
Coordenadora editorial: Laura van
Boekel.
Editora assistente (arte): Juliana
Pegas.
Muito bem feita a diagramação e mesmo
que as folhas não sejam amareladas, a diagramatura e luminosidade das páginas,
facilitam a leitura. As ilustrações são bem coloridas e fortes.
NOTA: 5,00 de 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é descritiva em primeira
pessoa pela protagonistas e os contos/lendas são narrados por diversas
personagens.
Linguagem de fácil entendimento e
condizente com o público alvo.
Escrita com lógica e inteligente.
Revisão: Carolina Rodrigues.
NOTA: 5,00 de 5,00
CITAÇÃO:
“O peixe de escamas de ouro subiu ao
quarto e encontrou a esposa chorando. A barriga dela estava dura e ela disse
que doía muito.
O peixe de escamas de ouro mandou
chamar o peixe-médico, que morava além da cachoeira Escura.
O peixe-médico, depois de uma
consulta demorada, receitou formigas amassadas, de duas em duas horas. Disse
que o peixe de escamas de ouro não precisava se preocupar, que a barriga da
peixe de escamas de prata estava cheia de ovinhos.” (pág. 56)
SINOPSE:
“Ao redor do enorme ipê-amarelo, as
árvores do pomar parecem pequenininhas. Do alpendre dá para ver as pastagens, a
cachoeira, o Rio Doce. Do jirau dá para ver o mundo — até a floresta Amazônica
e os cangurus da Austrália, se você olhar bem. Mas o melhor de tudo são as
conversas de Vovó Carolina. Prosa que revela histórias que passaram de geração
a geração, atiçando as noites à beira do fogão a lenha. Assim é a vida no Sítio
de Cima, onde a narradora deste Uma história dentro da outra e Lendas do rio
Doce busca inspiração, cavoucando a memória que não é só sua, mas de toda uma
comunidade.
A baía do Rio Doce — enorme
território às margens do rio que cruza parte de Minas Gerais e do Espírito
Santo — foi palco, em 2015, do maior desastre ambiental do Brasil. Mas não foi
só a vida fluvial, a fauna e a flora ao redor que sofreram as consequências
terríveis da tragédia. Tão exuberante quanto o ecossistema, a cultura e o
imaginário do povo ribeirinho também vêm passando por perdas inestimáveis desde
que o mar de lama tóxica invadiu municípios. As lendas e causos reunidas neste
novo livro dão mostras de como é forte a cultura popular erigida ao redor do
Rio Doce, e de como é importante preservá-la.
Munida de um texto saboroso e cheio
de lirismo, Geny Vilas-Novas conta histórias como a do filho do caçador, que
ficava sob os cuidados de um cão enquanto o pai saía para caçar; do Capeta que
se transforma num gato preto para desmantelar a vida de um casal feliz; ou do
menino que caiu dentro do rio e que o pai transformou num peixe enorme de
escamas douradas. Entremeadas a essas lendas, as histórias da meninice no
sítio. Lembranças da alegre convivência em família, com direito a telescópio
feito de argila, expectativa ante um ovo de ema, quadro da Mona Lisa que dá
medo. Assombros e brincadeiras de inventar e de imaginar, compartilhadas entre
crianças e adultos.
Nesse ir e vir entre o íntimo e o
popular, Geny Vilas-Novas cria um livro de grande voltagem poética, que ajuda a
preservar a memória da cultura atrelada ao Rio Doce, ao mesmo tempo em que
incita a imaginação e celebra a graça dos afetos. Uma viagem que fica ainda
mais atraente com as ilustrações de Flávio Colin, craque do desenho que nos
deixou em 2002.”
RESUMO SINÓPTICO:
O livro traz as lembranças da
infância da autora, ao lado da família, no Sítio de Cima, as margens do Rio
Doce que nasce em Minas Gerais e termina no espírito Santo.
No pomar da casa grande do Sítio de
cima, havia um ipê-amarelo, sobra da Mata Atlântica. Íam derrubá-lo, porém Vovó
Carolina não permitiu, disse que faria seu pomar ao redor dele, e o fez. Do
alpendre, avistavam as pastagens, a cachoeira Escura e o rio Doce; do jirau,
viam o mundo: a floresta Amazônica, a África, o Japão, os cangurus da
Austrália, e, da copa do ipê-amarelo, contemplavam as galáxias!
Pai João fez uma casinha com teto de
vidro e um mirante na copa do ipê-amarelo e fez também um telescópio com argila
e lente possante. Pai João era inventor e construtor, construiu vários
acessórios e utensílios para melhorar a vida no sítio.
E era nesse cenário paradisíaco e
feliz que vovó Carolina, mãe Maria e pai João, narravam as histórias e lendas
pertinentes ao Rio Doce, para as crianças.
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
Ainda embevecida com obra tão
fascinante, não encontro palavras para descrever os sentimentos emanados pela
autora que conquistam o leitor a cada página e nos transporta a uma época onde
a pureza infantil, tomava conta das brincadeiras e unia a família em torno de
histórias e lendas de um local, hoje degrada pela poluição e maldade do homem.
Quero logo ressaltar também o desprendimento
da autora que além de dividir suas experiência e memórias da infância, deixou
os direitos autorais da obra para serem doadas na recuperação do rio Doce.
Gesto generoso para resgatar bons tempos e lembranças.
Sou mulher da cidade, porém com alma
de ruralista. Meu maior sonho é ter um pequeno sítio, próximo a cidade e viver
de forma mais naturalista, perto da natureza. Na infância, quando morávamos em
São Paulo, tínhamos um pequeno sítio na grande SP, onde passávamos os finais de
semana, caminhando na mata, plantando, tomando banho de cachoeira... e foi essa
lembrança que retornou ao ler o livro. Uma nostalgia sem limites que trouxe
lágrimas aos meus olhos...
A escrita um tanto lírica e um tanto
poética que contam histórias e lendas repassadas através das gerações sobre
contos do rio Doce, é delicada, verdadeira, forte e carregada de sentimentos
profundos.
É um daqueles livros responsáveis por
resgatar o que há de melhor na infância, no amor familiar, nas lendas que por
vezes até assustam, porém são narradas de maneira tão espetacular que intriga o
leitor e instiga a querer saber mais e mais, ouvir cada vez mais histórias
sobre o local...
Sei não exprimir a felicidade que
senti com a leitura e acredito que seja um daqueles livros que devem ser vividos
por cada leitor, afinal, narra as experiências pessoais da infância vivida pela
autora, ao tempo que traz toda uma lenda ou várias lendas que exploram o poder
da fantasia e transportar para locais inimagináveis.
E para complementar tudo isso, ainda
tem as belíssimas ilustrações que fazem a imaginação se tornar mais criativa e
viva dentro de nossa mente.
Perfeito o livro! Recomendo a leitura
não apenas para as crianças, recomendo a leitura para todos, afinal aprender e
viver fantasias reais, pode e deve acontecer com todos.
NOTA : 5,00 de 5,00
SOBRE O AUTORA:
Geny Vilas-Novas é uma escritora
brasileira. Nasceu num povoado às margens do Rio Doce, que serve como cenário
para seus contos e romances. Participou de diversas antologias de contos antes
de publicar seu primeiro romance, Onde Está Meu Coração?, iniciando uma trilogia
sobre a sua terra natal. Desde 1988, frequenta a oficina literária do escritor
Ivan Cavalcanti Proença. Em 2006 publicou, pela Bom Texto Editora, o romance
"Adeus, rio Doce", traduzido para o espanhol na tese da aluna
Clarisse Bandeira de Mello, pela Florida Atlantic University.
Participou de sete antologias de
contos: "Doze autores e suas histórias" (2003), "Marquesa de
Santos" (2003), "Nassau, um príncipe em Pernambuco" (2004),
"Feitiço do boêmio" (2010), "Ásperos e macios" (2010), as
cinco pela Bom Texto, e "O rei, o rio e suas histórias" (2012) e
"O Eldorado é aqui Contos do Amazonas" (2016) pela 7Letras.
"Marquesa de Santos" e "Feitiço do boêmio" ganharam
licitação para serem publicados pelo governo federal.
Em 2017 lançou seu primeiro livro
infantojuenil, "Uma história dentro da outra e Lendas do Rio Doce"
pela Zit editora.
Contribuiu para vários números da
revista RenovARTE.
SOBRE O ILUSTRADOR:
Flávio Colin: Entre os artistas que mais
influenciaram Colin estão Milton Caniff (Terry e os piratas), Chester Gould
(Dick Tracy), Alex Raymond (Flash Gordon), Burne Hogarth (Tarzan) e Harold
Foster (O Príncipe Valente), entre outros.
Profissionalmente, Flávio Colin começou
a desenhar histórias em quadrinhos aos 26 anos, na Rio Gráfica e Editora (RGE),
no Rio de Janeiro, entre o período de 1956 a 1959. Seus primeiros trabalhos
foram para as histórias de terror para a revista X-9. Também colaborou com as
revistas Enciclopédia em quadrinhos e As aventuras do Anjo, quadrinização de
uma série de rádio que fazia muito sucesso na época.
No início dos anos 60, ao lado de
Júlio Shimamoto, Getulio Delphim, Renato Canini, João Mottini, Bendatti, Flávio
Teixeira e Luiz Saidenberg, torna-se desenhista da CETPA, Cooperativa Editora
de Trabalho de Porto Alegre, onde adapta a história de Sepé Tiaraju.
A pedido de Maurício de Sousa criou a
tira de jornal Vizunga, após o cancelamento da mesma, passou a trabalhar na TV
Rio e logo depois, na agência de publicidade McCann Erickson, onde produzia
storyboards, após 12 anos, voltou a trabalhar com quadrinhos, publicando nas
editoras Grafipar e Vecchi (revista Spektro).
Chegou a publicar material em vários
países como Itália, Bélgica, Uruguai (Histórias Gerais como Tierra de
Historias) e Portugal pela Meribérica.
Faleceu em 13 de agosto de 2002.
Exemplar cedido pela Oasys Cultural.
CHEIRINHOS
RUDY