Existem muitos personagens nessa história. Você os imaginou antes de escrever ou eles foram criados à medida que o quadrinho surgia?
No final dessas viagens eu tinha muitos desenhos, textos e histórias de pessoas que conheci. Não inventei muita coisa, apenas usei o que estava ao meu redor para que soasse verdadeiro. Comecei abrindo os cadernos e fazendo uma espécie de cronologia geográfica. Por exemplo, eu tinha um desenho que aconteceu nesse canto da cidade e outro em tal lugar, então tentei juntá-los para ver que caminho eu queria seguir, como eu queria trazer aquilo para o leitor. E isso muito antes de ter uma história em mente. Quais são as obras e os artistas que te inspiraram para criar essa história?
Houve muitos. Já citei Franquin, mas obviamente há Hugo Pratt, Jean Giraud. Na literatura, Jack London, Henry de Monfreid, Kessel, há também Romain Gary com Life Before You, que me influenciou com o personagem Naim. Yvon Le Corre, um artista que desenha muitos barcos. Ele me influenciou muito pelo cuidado que teve em desenhá-los, olhar para eles, compreendê-los. Como se fossem um pouco animais, com alma. Estas são algumas pessoas que me influenciam, há muitas outras que certamente esqueci. Quais técnicas e ferramentas você usou em Kililana Song?
Começo com desenhos a lápis e depois eu pinto. Este é o primeiro quadrinho que pintei, os dois anteriores foram a lápis. Então eu uso aquarela para adicionar cor. No segundo volume há incursões por outras técnicas. Tinta, computador, guache… |