LIVRO: “PAPISA JOANA”
TÍTULO ORIGINAL: “POPE JOAN”
AUTORA: DONNA WOOLFOLK CROSS
TRADUTOR: PAULO SCHMIDT
EDITORA: GERAÇÃO EDITORIAL
PÁGINAS – 494
1ª EDIÇÃO 2009
CATEGORIA: FICÇÃO NORTE AMERICANA
ASSUNTO: HISTÓRIA/RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE
ISBN: - 978-85-6150-125-9
CITAÇÃO:
“-Na verdade – Asclépio prosseguiu – não será a falta de fé
que leva os homens a temerem o escrutínio da razão¿ Se o destino é incerto,
então o caminho deve ser repleto de temor. Uma fé robusta não precisa temer,
pois se Deus existe, então a razão não pode evitar levar-nos até Ele. “Cogito, ergo Deus est”, diz Santo Agostinho,
“Penso, logo Deus existe.” (pág. 45)
“-Quais são as seis questões evindenciais usadas para
determinar as circunstâncias das ações humanas¿
-Quis, quid, quomodo,
ubi, quando, cur. Quem, o que, como, onde, quando, por que.” (pág. 59)
ANÁLISE TÉCNICA:
-CAPA-
Foto da Papisa Joana no trono Papal referente à época(século
XI).
Feita Alan Maia.
Imagem da capa: Fusão
das pinturas de Hubert Vaneick e Adolphe William Bouguereau.
NOTA: 4,50 DE 5,OO
-DIAGRAMAÇÃO:
As folhas são amareladas com letras pretas um pouco acima da
época.
Conteúdo: dedicatória; agradecimentos; prólogo; vinte e nove
capítulos numerados com logotipo do escudo papal; epílogo; nota da autora;
fotografia da cadeira papal; e, cronologia de eventos importantes para o
romance.
Projeto gráfico: Genildo Santana/Lumiar Design.
NOTA: 5,00 DE 5,00
- ESCRITA:
A narrativa é em terceira pessoa com diálogos
complementares.
A linguagem é atualizada, mesmo o livro se passando em
século antigo, e com muitos termos canônicos e alguns termos em latim.
Revisão feita por: Márcia Benjamm.
NOTA: 5,00 DE 5,00
CITAÇÃO:
“O botão de uma rosa cresce na escuridão. Nada sabe do sol,
no entanto se desenvolve nas trevas que a confinam, até que a última muralha
cede e a rosa desabrocha, abrindo suas pétalas para a luz.” (pág. 117)
“-Um homem deve ser livre para viver a vida que escolher. –
E acrescentou para si mesma: Assim como uma mulher.” (pág. 230)
SINOPSE:
“No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a
Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas
e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje
conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o
seu dialeto e a língua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já
havia sido derrubado pelas invasões bárbaras.
Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior
parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e
tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos. A história da Papisa Joana foi
conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da
Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e
achou a história tão fascinante que a transformou num romance, em que aventura,
sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias. O livro foi
transformado num grande filme que estreia até o final do ano no Brasil.”
CITAÇÃO:
“[...] O mundo não é como gostaríamos, pensava, não importa
quão habilmente o conjuremos.” (pág. 364)
“-O mundo nunca será refeito se ninguém tentar refazê-lo. A
mudança precisa começar em algum lugar.” (pág. 431)
RESUMO SINÓPTICO:
JOANA nasceu no
vigésimo oitavo dia de janeiro (Wintarmanoth – calendário carolíngio) no ano de Nosso Senhor de 814 no vilarejo de
Ingelheim. Terceira filha do Cônego do vilarejo e uma pagã saxã em uma época em
que as mulheres eram relagadas a nada, não tinham direito a estudar, serviam
apenas para procriação e para tomar conta da casa.
Os irmãos mais velhos Matheus e João estavam sendo
preparados para entrar na escola papal. Matheus era aplicado e sabia todas as
lições na ponta da língua, João entretanto, era um tanto lerdo e o aprendizado
era difícil para ele, o que ocasionava em muitas ‘surras’ dada pelo pai. Quando
Joana começou a demonstrar interesse pelo aprendizado, pela leitura e
conhecimento, tanto o pai como a mãe, ficaram indignados, até que um tutor
resolveu ensinar João apenas se pudesse ensinar Joana, já que Matheus havia falecido.
O pai contrariado resolveu aceitar.
Joana era aplicada, inteligente, esperta o que causava em
João certa raiva, porque ele não conseguia ser tão genial como ela. Aprendia
tanto o regime católico como as histórias dos deuses pagãos que a mãe contava.
João queria ser um guerreiro, lutar nas infinitas guerras que eram travadas
naquela época denominada das trevas; quando completou a idade para ir ao
convento, uma série de eventos e lutas aconteceram. João faleceu e Joana
resolveu tomar o lugar do irmão e passou a viver como homem. Era aplicada,
dedicada, aprendeu a arte da medicina e aos poucos foi galgando cargos dentro
da igreja, até chegarão papado...
Até então, ninguém sabia que ela era mulher, apenas um
guardião que a acolheu em sua casa. Acabaram se apaixonando, embora sem nunca terem
contato físico, o amor era imenso entre
ambos. O destino no entanto os separou por anos, quando Joana já estava
travestida de João e dentro do papado... Aí sim, deixaram extravasar a paixão
às escondidas...
ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:
O livro há muito a ser comentado. Apesar de a autora dizer
que é uma obra de ficção, ela passou mais de sete anos pesquisando os fatos
reais de uma época obscura e confusa, onde quase não há registros da existência
verdadeira de Joana, por vários motivos, mas principalmente porque o papado não
queria deixar registrado que uma mulher ‘enganou’ totalmente toda uma sociedade
machista e foi muito superior a todos eles.
É um grande romance histórico muito bem fundamentado e Joana
alicerçado, misturando fatos reais, verdadeiros e históricos com uma possível ficcional
Joana, mulher forte, visionária, emblemática que foi em busca dos seus sonhos e
vontades e favoreceu muito a sociedade mais pobre; com sua inteligência
aguçada, sabia driblar as autoridades em sua austeridade e implantar ‘programas’
que favoreciam os menos favorecidos e as mulheres.
A autora traz fatos verídicos e uns poucos relatos escritos
encontrados sobre a época, porém a foto de uma cadeira sem acento no centro,
onde os homens após a existência de Joana, tinham de mostram sua genitálias
penduradas para provarem que realmente eram homens, é uma das maiores provas de
que ela realmente existiu.
Apesar de podermos acompanhar toda a trajetória dolorosa e cruel
da vidada protagonista, o livro é rico em conhecimento, o leitor tem
oportunidade de conhecer o quanto era opressiva a situação feminina, o quanto o
catolicismo era hipócrita, impositor, cruel, tornando alguns homens sem
conhecimento e sem ‘as letras’ em altos ícones na igreja, apenas pelo fato de
as famílias a quem pertencem, serem ricas e comprarem o título para favorecerem
ainda mais o enriquecimento delas.
Recomendo a leitura principalmente por proporcionar um
grande enriquecimento cultural, o conhecimento de uma fase ‘negra’ na história
mundial, e que traz um romance que tem como protagonista, talvez uma das
primeiras feministas de que ouvia falar na história, traz ainda questões bem
controversas sobre religiões, batalhas, formação familiar, imposição de ideias
e alguns outros assuntos que nos permitem questionar algumas premissas que não
são impostas socialmente há anos.
Leiam!
NOTA : 5,00 DE 5,00
SOBRE A AUTORA:
Donna Woolfolk Cross (1947) é uma escritora americana e
autora do livro A Papisa Joana, sobre uma mulher que terá sido Papisa entre 855
e 858. Donna é filha de Dorothy Woolfolk, uma pioneira na indústria americana
de BD e do escritor William Woolfolk. Recebeu seu diploma de bacharel em Inglês
pela Universidade da Pensilvânia em 1969, graduando-se Phi Beta Kappa. Ela
trabalhou como assistente editorial para a Londres, Inglaterra, editora WH
Allen e Companhia, em seguida, voltou para os EUA para trabalhar para o New
York publicidade Cidade agência Young & Rubicam. Ela voltou para a
faculdade para obter o grau de mestre em Literatura e Redação da UCLA. Mais
tarde, ela se tornou um autor de tempo integral, e já publicou quatro livros de
não-ficção e um romance.
CHEIRINHOS
RUDY