Antes de ser um livro natalino com final feliz, Depois Daquele Beijo foi um rascunho inacabado.
Comecei a escrevê-lo anos atrás, deixei de lado por mil motivos (ou desculpas) e, por muito tempo, achei que ele nunca sairia da minha famosa pasta de manuscritos começados e não terminados.
Mas, em 2025, ele finalmente encontrou seu lugar.
E, no processo, eu também reencontrei um pouco do meu.
A primeira versão de Depois Daquele Beijo nasceu em 2019.
Era uma comédia romântica leve e despretensiosa, com jeitinho de Sessão da Tarde, ambientada nos anos 1980. A trama girava em torno de uma princesa de um pequeno país europeu que se apaixonava por um astro de Hollywood. Eu amava a ideia, amava o título… mas a história travou.
Entre uma pausa e outra, o projeto foi sendo deixado de lado.
Vieram outras histórias, outros desafios, outros cansaços.
E a verdade é que eu também fui me deixando de lado.
Até que, este ano, decidi que voltaria a trabalhar nos projetos que eu havia engavetado no passado. Quando vi o arquivo de Depois daquele beijo, já nem me lembrava mais sobre o que era.
Li as primeiras páginas. Sorri. E me emocionei.
Porque ali, naquele começo imperfeito, estava uma parte de mim que eu sentia falta.
Às vezes, uma história precisa amadurecer em silêncio.
E, às vezes, a autora também.
Seis anos depois, voltei para aquele rascunho como quem visita uma casa de infância.
Alguns cômodos estavam intactos. Outros, precisei reformar por completo.
Mas a base, o coração da história, ainda estava lá.
Reescrever esse livro foi como conversar com uma versão mais jovem de mim mesma.
Uma Andréia que ainda acreditava que o amor podia salvar tudo.
E que, mesmo depois de tanto tempo, ainda existia em mim - só estava meio escondida.
A nova versão ganhou mais profundidade.
Ficou mais contemporânea, mais real, mais sensível.
Depois Daquele Beijo virou uma história sobre amor, sim. Mas também sobre recomeços, coragem e a delicadeza de voltar a acreditar.
Escrever esse livro me lembrou de algo que eu tinha esquecido:
Que a leveza não é menor.
Que esperança também pode ser revolucionária.
E que o amor, por mais clichê que pareça, nunca perde o encanto.
Em tempos em que o mundo pesa demais, escrever uma história de Natal foi como acender uma luzinha dentro de mim.
Uma que eu nem sabia que estava apagada.
Esse livro me curou um pouco.
E tomara que cure você também.
É um romance natalino, sim.
Mas é também um lembrete carinhoso de que a gente pode recomeçar.
De que coisas boas ainda acontecem.
E que às vezes, tudo o que o coração precisa… é de uma chance.
E você, já reencontrou algo que achava ter deixado pra trás?
Se quiser me contar, responde esse e-mail, comenta no Substack ou passa lá no Instagram.
Adoro quando o Meyerverso vira troca.
O Meyerverso é esse meu cantinho de reencontros: com as palavras, comigo mesma e com quem me lê do outro lado da tela. A cada edição, compartilho um pouco do que escrevo, do que sinto e do que espero (às vezes com medo, às vezes com fé). Obrigada por caminhar comigo, mesmo nas pausas.💛