RESENHA #16 - “O DIA DEPOIS DO FORA” (LITERATURA NACIONAL) - LAURA CONRADO

LIVRO:  “O DIA DEPOIS DO FORA” (LITERATURA NACIONAL)

AUTORA: LAURA CONRADO

EDITORA: BERTRAND BRASIL

PÁGINAS – 266

1ª EDIÇÃO 2019

CATEGORIA: LITERATURA BRASILEIRA

ASSUNTO: ROMANCE

ISBN: -   978-85-2862-425-0

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO LIVRO: “FO-RA! FO-RA!, repito mentalmente, letra por letra, para ver se a ficha cai. Pé na bunda, toco, bota, passa-fora, corte... Fora! Levei um fora do cara que eu jurava ser o amor da minha vida. Por quê, meu Deus, por quê?!Eu não merecia o lindo sonho de conhecer meu futuro marido na reta final da faculdade? Justo agora que sou uma quase dentista, a um semestre de me formar, pronta para viver minha vida e me casar?”

CITAÇÃO:

“[...] Escuto, de longe, ele gritar algumas como “bruaca folgada”. Só porque fiz valer o meu direito, sou folgada? Se fosse um homem a ter a mesma reação que a minha, possivelmente diriam que  ele foi firme. Como sou mulher, é frescura. Não suporto essa mentalidade que um homem seguro de si, e uma mulher, é frescura. Não suporto essa mentalidade que torna um homem seguro de si, e uma mulher, prepotente; um homem, sensível, e uma mulher, frágil. E quando dizem a uma mulher bem-sucedida que ela trabalhou “como homem” para chegar lá, como se dedicação e sucesso fossem atributos restritos ao universo masculino?” (pág. 13)

“-Colocar-se no lugar do outro é tarefa nobre. Respeitar o sentimento alheio é realmente algo muito bom.” (pág. 44)

“Embora seja dolorido assumir, realmente estou uma pessoa melhor. Ou estou a caminho de me tornar uma. A tristeza, ás vezes, faz a gente largar a capa e se mostrar mais às outras pessoas.” (pág. 65)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA-

Relógios antigos, suas engrenagens e ampulheta envolvidos por folhagens e um coração.  Os números em romanos estão em relevo.

A capa é bela.

Design da Capa: Renata Vidal.

Ilustrações: MorganStudio (relógio grande); Lisima (engrenagens na frente);  Ola Tarakanova (ampulheta); Alchena (coração)/Shutterstock; Studio Denmark (glitter).

NOTA: 5,00 DE 5,OO

-DIAGRAMAÇÃO:

As folhas são amareladas com letras pretas acima da média que facilita a leitura.

Conteúdo: dedicatória; trecho de música do Caetano Veloso; e, capítulos apenas com títulos.

Diagramação simples, porém eficaz.

NOTA: 4,80 DE 5,00

- ESCRITA:

A narrativa é descritiva em primeira pessoa pela protagonista e a utilização de algumas mensagens de texto do celular.

A linguagem é moderna, atual, de fácil entendimento, texto ágil e dinâmico.

A leitura é aprazível.

NOTA: 4,80  DE 5,00

CITAÇÃO:

“Minha mãe, que nunca leu um livro adulto na vida, talvez esteja querendo dizer aquilo que sabe intuitivamente: o caminho para a felicidade é único, deve ser trilhado pela própria pessoa. Talvez o mesmo valha para se tornar uma mulher.” (pág. 79)

“[...] Se você não se acha digno de amor, vai se contentar com qualquer coisa que encontra por aí.” (pág. 93)

“-Sabe, filha... Coisa boa na vida é fazer as pazes com o tempo. Entender que ele tá acima da cabeça da gente e que não tem um só relógio neste mundo capaz de controlá-lo. O tempo faz a gente entender umas coisas, e se esquecer de outras. Cura o que dói, faz crescer o que já foi semeado, acalma o que está aflito. Quando somos novos, queremos apressá-lo, depois agradecemos por ele seguir seu próprio curso.” (pág. 93)

SINOPSE:

"Prestes a se formar em odontologia, primeira na família a conquistar um sonhado diploma, Melissa está no caminho certo. Boas notas, vários artigos publicados em revistas científicas, um namorado perfeito. Aos 23 anos, ela só consegue olhar para a frente. Mas quando Fred, o fisioterapeuta que conquistou seu coração, resolve terminar tudo, o único futuro da menina parece estar ligado ao passado. Melissa fica presa em um looping temporal, fadada a reviver eternamente o dia depois do fora, até aprender com seus erros. Agora Melissa precisa deixar de lado o motorzinho e investir em restaurações bem mais complicadas. A começar pelo relacionamento com a família, com quem sente não ter mais nada em comum. Aos poucos, Melissa resgata a amizade com a irmã e o orgulho de ser filha de pais simples, mas batalhadores. E a vida profissional sofre uma repaginada, com a menina enfrentando, por fim, o medo da prática clínica. Melissa também acha tempo para voltar às boas com a melhor amiga, a muambeira Luane, e encontrar o amor verdadeiro depois de descobrir o que é amor. Afinal, tempo agora é algo que Melissa tem de sobra. Será mesmo?”

CITAÇÃO:

“Estou com medo, não nego. Mas sigo adiante. Uma das minhas palavras favoritas é coragem, que quer dizer coração que age. E é assim que me sinto nesse momento: guiada pelo meu coração. Deixo-o bombear ânimo para todas as partes do corpo, oxigenando cada célula com o desejo de ser feliz. Sou tomada por uma confiança que não é minha, como se um mágico sentimento viesse de longe para me acompanhar.  [...]”(pág. 98)

“”-Foi o tempo necessário para vocês aprenderem alguma coisa. Às vezes a lição vem rápido, às vezes a gente fica repetindo no mesmo estágio...” (pág. 114)

“- Minha autoestima é um lixo! - -Eu rompo o silêncio. – Eu deixo de ajudar com medo de perder aquilo que eu acho ser meu único valor, numa total falta de confiança no que faço. Vivo na defensiva, com medo de que as pessoas descubram quem realmente sou porque, no fundo, nem eu gosto de mim. Aí, antes de elas me rejeitarem, eu as rejeito. Será que é assim que funciona a mente de todas as pessoas chatas, agressivas e antissociais?” (pág. 171)

“-As pessoas nos tratam como nós nos tratamos. Recebemos a mesma medida de afeto que damos a nós mesmos. Se conseguir se tratar com amor, acolhendo suas limitações e sabendo que pode melhorar, tudo vai dar certo.”  (pág. 172)

RESUMO SINÓPTICO:

A sinopse está bem completinha, não há necessidade de um resumo.

CITAÇÃO:

“[...] Mas amor, ah, amor...? O que sabemos dele? Quase nada. Achamos que vamos morrer quando descobrimos que a pessoa de quem gostamos não é o que pensamos, porque projetamos no outro nossos sonhos. Quando essa fantasia desmorona, a gente fala que o amor acabou, mas ele nunca existiu! Só havia o nosso desejo de possuir alguém criado à nossa imagem e convivência. [...]”(pág. 174)

“Não precisou de purpurina, mas sei que, de um despretensioso momento de lazer, saiu mais uma lição. Sozinha, eu não daria conta nem teria coragem suficiente de empreender algo. Mais uma vez, valeu a pena sair do isolamento e partilhar um sonho. Juntas vamos mais longe do que sozinhas.”  (pág. 200)

“[...] A confiança em si mesma é feita nas superações sem plateia, nos choros de resistência e no caminhar diante das dúvidas. A matéria-prima da autoestima é interna.” (pág. 201)

“[...] Ah, o tempo... Que desfaz as construções ilusórias da areia e colabora para trabalharmos em alicerces de verdade.” (pág. 235)

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTORA:

O livro fala de AMOR! Não apenas do amor romantizado, que faz parte do livro também, mas fala do amor próprio, do amor pela família, do amor pelos amigos, do amor em ajudar outras pessoas sem esperar nada em troca, do amor pela vida e principalmente do amor por si mesmo.

É um livro que através da sua linda história, traz grandes ensinamentos para o leitor, fazendo com que nossas premissas sejam repensadas e mostrando uma forma diferente de olharmos para nós mesmos, nos ajudarmos e consequentemente, ajudarmos a todos que convivem conosco e nos rodeiam.

No início, achei que o livro seria um daqueles que temos vontade de abandonar pelo caminho, pelo fato de ser um tanto repetitivo, algumas falas se repetem por alguns capítulos com as mesmas palavras e isso me desanimou um pouco. Bom é que persisti pela curiosidade, porque queria saber qual era o motivo da personagem se manter no mesmo dia vários dias. E eu bom que fui persistente.

Acredito que nada é por acaso e não foi por acaso que li esse livro justamente nessa época em que estamos confinados dentro de casa e podemos perder a esperança diante de tantas pessoas doentes e algumas até inconsequentes que acham que tudo não passa de ‘brincadeira’ e querem sair de casa de qualquer jeito e voltar as atividades na rua (não é o meu caso, porém pude fazer muitas reflexões mais do que já faço normalmente).

Gostei de muitas coisas além das reflexões: das citações de músicas, cantores e escritores; das personagens femininas, todas  empoderadas e batalhadoras, mesmo que a condição social em que vivem, não sejam das melhores; dos personagens masculinos, porque foram mostrados várias facetas deles e ainda pela ficção inserida no enredo. Fiquei me perguntando se era realmente ficção, porque como acredito em anjos, sei que eles sempre veem em nosso auxílio, entretanto, para muitos, será como uma ficção.

E como avalio os livros pelo impacto que ele traz para minha vida, recomendo e mais esse livro, porque como já falei, vai trazer uma nova visão para nossa vida e nos tornar mais fortes para ir em busca do real sentido da vida que para mim é: AMAR! Incondicionalmente!

NOTA :  5,00 DE 5,00

SOBRE O AUTORA:

Ganhadora do Prêmio Jovem Brasileiro 2012, como destaque na literatura. Autora da série Freud, me tira dessa! Segundo o voto popular do Prêmio Destaques Literários, o livro de sua autoria foi o melhor chick-lit nacional de 2012.

Desde criança, Laura Conrado mostrava habilidade em criar histórias. O gosto pela escrita e pela leitura, levou-a se formar em Jornalismo. Trabalhou em jornais impressos, emissoras de televisão e assessorias de comunicação.

Aos 21 anos publicou seu primeiro livro "Miguel e Pão dos Anjos." A trama conta com muita aventura e suspense destinada ao público infantil.

Aproveitando a receptividade de seu primeiro livro, Laura lançou em 2012 histórias em forma de poema, também destinadas às crianças, no livro "Lendo com o Papai e a Mamãe".

Seu primeiro romance destinado aos jovens leitores será lançado em março de 2012. "Freud, me tira dessa!" traz a história da Catarina, suas confusões e trapalhadas amorosas. Buscando rever suas escolhas, Catarina inicia a psicoterapia e se apaixona pelo terapeuta. Em 10 meses, o livro foi para a terceira edição, rendeu à Laura dois prêmios e leitores em todo o país.

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RUDY